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Análise – South Park The Stick of Truth

Nos anos 90, South Park, pra mim, fazia parte das series sem continuidade, como Chaves e Friends. Eram séries de TV que eu achava que não tinha uma história central e que você não precisava assistir episódios anteriores pra entender os demais. Com o advento da internet e das várias formas de assistir séries, consegui finalmente assistir todos (ou quase todos, no caso de Chaves) episódios desses shows e South Park se destacou por ter um humor negro agressivo, porém, por baixo dele, uma crítica perfeita aos nossos meios de vida, sociedade, economia, preconceitos, etc.

South Park já é um show renomado, presente não apenas na TV, mas em outros meios de entretenimento e, em 2014, os videogames ganharam o toque único do desenho animado e isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com a indústria.

 

Dica: sempre jogue com o Butters, ele é o primeiro a ser atacado
Dica: sempre jogue com o Butters, ele é o primeiro a ser atacado

The Stick of Truth é um RPG baseado em turnos e de mundo aberto. Você é o novo garoto que acabou de se mudar para South Park e poderá explorar toda a pequena cidade atrás de segredos, menções aos episódios de TV e viver uma aventura que é a mais perfeita interpretação da série: hilariamente sem sentido.

Você se encontrará com Cartman, Kyle, Stan, Kenny e todos os outros personagens icônicos do desenho e terá de enfrentar desde mendigos até fetos zumbis nazistas, o que me trás ao melhor, e mais controverso, aspecto do game: o humor.

Se você é um moralista e acha que humor tem seu lugar e hora, esse jogo não deveria ser pra você, mas você deve joga-lo mesmo assim, forçadamente. Assim como no show, Stick of Truth aborda várias temáticas da nossa sociedade, desde a homossexualidade até o aborto, de forma a mostrar para a audiência que é exatamente daquele modo degradante e agressivo que a maioria das pessoas pensa, mas tem receio de dizer. O humor de South Park sempre girou em torno disso, mostrar puramente a maneira como as pessoas pensam por dentro, como as grandes corporações funcionam, como as pessoas são facilmente manipuladas em qualquer forma de mídia e como a relação social é frágil e oscila facilmente. É dessa forma que eles enojam os moralistas, pois estão cutucando eles por dentro, onde eles sabem que são danificados como seres sociais e não querem admitir.

 

Sim, você encontra Jesus como um summon.
Sim, você encontra Jesus como um summon.

O gameplay é simples, por outro lado. Você explora South Park, pode desenvolver quests paralelas – as quais são bem variadas – e, no fim das contas, pode explorar até mesmo o Canadá, que é desenvolvido como um RPG da era de 8bits, eu não posso expressar aqui o quanto ri quando cheguei nesse momento do game. As homenagens a outros games também são grandes, como Skyrim, já que seu personagem às vezes é referido como Dovahkiin, dragonborn e eles tratam as piadas de peidos como os shouts encontrados no game da Bethesda.

A trilha sonora não deixa a desejar em nenhum momento, fazendo o game sair de um épico à altura dos grandes lançamentos do gênero até um grande episódio interativo, com efeitos sonoros e características próprias do show.

Tudo é tão fluente e engraçado que você realmente se sente jogando um grande episódio de South Park. É a melhor adaptação de outra mídia para o videogame já feita e não há como construir uma discussão nesse tópico. Fora a adaptação, a indústria de videogames precisa lembrar que precisamos de mais jogos cômicos, precisamos de mais jogos que sejam, verdadeiramente, divertidos e South Park The Stick of Truth é um exemplo a ser seguido. Merece cinco xícaras de café feitas especialmente pelos pais do Tweek, que é um café tão gostoso como andar nos campos pacíficos, ouvindo a música dos pássaros, próximo a um riacho calmo e de águas límpidas e…

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