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Especial Mês da Mulher: Leia Clarice Lispector

Já estamos em Março e para comemorar o mês da Mulher, separamos algumas escritoras aclamadas para indicar suas obras. Além de um incentivo a leitura de um modo geral, que é também o propósito do blog, nós vimos nisso uma oportunidade de homenagear a Mulher e, mais precisamente a Mulher na Literatura.

Todo fim de semana, até o final de Março, teremos um post falando um pouco sobre uma determinada escritora, literatura nacional ou estrangeira. Homenageando e mantendo viva suas obras.

Para esse primeiro post, não poderia começar falando se não de uma das escritoras mais respeitadas do século XX. Nasceu na Ucrânia, mas escolheu o Brasil como berço. Viveu no Nordeste e no Rio de Janeiro. Parecia estar sempre no exílio. E de fato viveu assim, buscando sentido na vida. Encontrou nas palavras um jeito de sentir viva e viveu. Ainda Vive!

Eu estou falando de Clarice Lispector, autora de romances, contos, crônicas, novelas e até matérias jornalísticas. Clarice passou nos mais diversos gêneros literários contando histórias que na verdades eram sensações e sentimentos cotidianos transcritas no papel. Dona de um estilo enigmático, considerado até mesmo hermético por muitos, incentivou uma geração inteira de jovens leitores e escritores também, é claro.

A linguagem Clariceana me foi apresentada ainda na escola e me lembro exatamente de como foi ler algo dela pela primeira vez. A imaturidade não me deixava compreender por completo o que a obra propunha, mas eu a senti de alguma forma e tive uma compreensão que era só minha. Se faz sentido ou não isso é um mistério, só sei que teve um significado e tanto para minha formação como leitora.

Em sua obra Clarice explora o inabitável do cotidiano feminino, em sua maioria. Ela permeia por lugares que o leitor não está acostumado, evocando o selvagem, o lado animalesco de seus personagens, nos tira da famosa zona de conforto e nos exige a “cara para bater”.

É engraçado que mesmo com tantos livros publicados Clarice não gostava de ser intitulada como escritora, uma profissional, pois achava que a palavra lhe impunha uma obrigação e ela escrevia para se sentir viva.

“Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria.”

Em seu primeiro livro Perto do Coração Selvagem (1944), por exemplo, muitos críticos apontaram que era possível já perceber um estilo próprio, de caráter existencial, no qual perdurou por toda a obra dela. Nesse livro ela narra a história de uma mulher a partir de dois planos: infância e vida adulta. Nessa época o Regionalismo era predominante, por isso um livro trazendo uma proposta inovadora, com uma história introspectiva, focada no EU teve bastante impacto e tem até hoje.

E vemos isso tão mais profunda e poeticamente em A Paixão Segundo G.H(1964), um dos melhores livros que já li na vida. Toda a “poesia”, toda a reflexão que ele traz para o leitor e a profundidade na qual ele nos atinge é de tal forma que releituras se fazem sempre necessárias.

Já em A Hora da Estrela (1977), escrito quase no fim de sua vida, questionada por nunca ter escrito sobre a realidade, apenas sobre sensações e sentimentos, Clarice trouxe a história de Macabéia, uma nordestina ignorante, que sequer sabe o significado da sua existência e vê a vida de forma tão inocente e tão rasa. Esse é um livro que reflete sobre a complexidade do que é REAL e de como somos pequenos diante dessa magnitude. Um livro incrível.

Ler Clarice jamais será apenas uma leitura, a linguagem Clariceana é uma Epifania. Clarice nos ampara ao mesmo tempo que nos golpeia e nos atinge da forma mais visceral, ela nos faz sentir do calor no coração a angústia extrema.

“E porque minha alma é tão ilimitada que já não é eu, e porque ela está tão além de mim – é que sou sempre remota a mim mesma, sou-me inalcançável como me é inalcançável um astro. Eu me contorço para conseguir alcançar o tempo atual que me rodeia, mas continuo remota em relação a este mesmo instante. O futuro, ai de mim, me é mais próximo que o instante já. (…) sou tão maior do que aquilo que eu chamava de “eu”(…)”

Ler Clarice é Ser Clarice, pois ela vive!

Algumas obras de Clarice Lispector:

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Boa leitura!

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