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Abraçamos a morte em “Confissões do Crematório” com Caitlin Doughty

Desde quando foi anunciado pela DarksideBooks, “Confissões do Crematório” estava na minha lista de livros mais esperados do ano. A morte é um assunto que me chama a atenção, mas nem sempre foi assim.

Em algum lugar eu já devo ter contado isso pra vocês, mas quando eu tinha pouco mais de 7 anos eu perdi uma cachorrinha. Ela morreu depois de horas e horas onde meu pai tentou salvar ela de todas as formas (tinham dado veneno para ela no portão de casa). Eu lembro de ficar assistindo ele sentada na porta da cozinha. Naquela época não tínhamos dinheiro para levá-la em um veterinário e sinceramente acho que aquilo não teria adiantado.




Meu pai não conseguiu salvar a Lessie, ele se sentou ao meu lado e me contou uma história lembro dele falar que pessoas que morrem nunca de verdade nos deixam, quando eu sentisse falta da Lessie era só olhar para o céu a noite, as estrelas me mostrariam todo o caminho que ela fez no céu cuidando de mim durante o dia.

Dois anos depois, eu contei aquela mesma história para o meu irmão quando enterramos nosso pai. Eu tinha 10 anos e tinha visto meu pai ser velado em casa, minha mãe perder o amor da vida dela e meu irmão me pedir para acordar o meu pai para a gente voltar para a casa.

Cemitérios nunca me trouxeram paz e eu agradeci quando a gente se mudou da casa onde meu pai foi velado. Durante toda a minha vida eu ignorei o fato da dor e da morte mesmo ela levando tanta gente que eu amava para perto dela.




13 anos depois da morte do meu pai eu precisei fazer terapia, uma crise de pânico me fez travar no meio da rua ás 9 horas da noite por ter achado que a minha sombra era alguém que iria me matar. Na terapia eu descobri que nunca tinha vivido a morte do meu pai.

Eu escondi a morte até mesmo de mim. Peguei aquilo e escondi tão bem dentro de mim que ela cresceu e virou um monstro que podia me levar também.

“Podemos nos esforçar para jogar a morte para escanteio, guardando cadáveres atrás de portas de aço inoxidável e enfiando os doentes e moribundos em quartos de hospital. Escondemos a morte com tanta habilidade que quase daria para acreditar que somos a primeira geração de imortais. Mas não somos. Vamos todos morrer e sabemos disso”

Quando peguei o livro da Caitlin nas mãos eu sabia que ele iria me incomodar, era o tipo de leitura que vai lidar com a ferida mais profunda de todos os seres humanos: a morte, e isso meus amigos, nunca é fácil.

“A morte não está acontecendo com você. Está acontecendo com todo mundo.”

Felizmente Caitlin conseguiu fazer um feito prodigioso, ao lado dela em “Confissões do Crematório” nós abraçamos morte e a frase para vender o livro: “este é um livro para todos que pretendem morrer um dia“, é a mais pura verdade.

Seja falando sobre bruxas, culturas indígenas ou fornos crematórios, Caitlin consegue com destreza nos apresentar a sua familiaridade mórbida com a morte, ela nos mostra de forma sincera como ela também foi impactada pela morte e como trabalhar em um crematório lhe mostrou muito sobre como as pessoas vivenciam o fim.

O livro é muito mais do que o relato de uma experiência, é realmente uma ajuda, não de como aceitar a morte, mas de como viver com ela. Ao apresentar como a escondemos na busca pela imortalidade, Doughty escreve a realidade como fingimos não existir.

EDIÇÃO E EXTRAS

A Edição de “Confissões do Crematório” da Darkside Books conta com capa dura, marcador de fita e uma diagramação impecável como sempre.

“Aceitar a morte não quer dizer que você não vai ficar arrasado quando alguém que você ama morrer. Quer dizer que você vai ser capaz de se concentrar na sua dor, sem o peso de questões existenciais maiores como “Por que as pessoas morrem?”e “Porque isso está acontecendo comigo?”

A autora escreve com familiaridade, sinceridade e toques de humor mesclados com morbidez, até mesmo para as mentes menos e mais descrentes esse livro faz refletir, pensar e mostrar muito mais do que esconder, é mais do que um livro para quem pretende morrer um dia, é um livro para quem olhou nos olhos da morte e sabe que não podemos escondê-la. 

ISBN-13: 9788594540003 | ISBN-10: 8594540000 | Ano: 2016 | Páginas: 260 | DarkSide® Books

Caitlin Doughty (1984) é agente funerária, escritora e apresenta um canal no YouTube onde fala com certo humor sobre a morte e as práticas da indústria funerária. É a criadora da web série “Ask a Mortician”, fundadora do grupo The Order of the Good Death (que junta profissionais, acadêmicos e artistas para falar sobre a mortalidade) e também autora de Smoke Gets in Your Eyes & Other Lessons from the Crematory.

{ Esse livro foi enviado pela editora DarksideBooks. para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog

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Baci ;*

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