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Amor não é sinônimo de sofrimento

Ao contrário do que dizem as famosas histórias de amor, eu acredito que o amor não precisa ser sofrido. E talvez meus amigos confirmem que eu já tenha dito essas afirmações algumas vezes em conversas na madrugada.

Apesar de amar histórias de amor que não acabem com finais felizes a lá Romeu e Julieta ou Dante e Beatriz, a versão vida real de um amor sofrido e custoso sempre me foi avessa. Nunca me simpatizei com o sentimento de que “o que vem fácil, vai fácil”.

Minha avó dizia que o que é para ser seu, vem no portão. Essa sempre foi uma forma mais fácil para mim de enxergar o amor. Como algo que acontece, uma carta que é deixada no portão, algo bem mais simples do que realmente fazemos do amor.

Somos criados para imaginar que você precisa sofrer para viver um amor verdadeiro, que a distância precisa ser grande, que a saudade precisa matar que tudo é uma luta para buscar a princesa que sempre está em outro castelo. Mas pra mim isso sempre bateu de frente com o real significa do amor: nos fazer bem.

Amar é algo que não exige correspondência, é algo que sentimos com o lado mais belo do coração. Amar deveria ser fácil, deveria ser algo que antes de tudo nos fizesse sorrir sem motivo e não se transformasse em uma desgraça.

O amor não deveria ser um peso difícil de ser carregado, não deveria ser um medo a ser escondido ou a batalha mais difícil da sua vida. O amor deveria aparecer no portão, bater palmas e chegar na hora que o bolo está saindo do forno e o café acabou de ser passado.

A ideia do amor sofrido, da princesa que perde sua voz para encontrar seu príncipe encantado deveria ter ficado em um passado distante. Talvez Dante devesse ter levado essa ideia do amor difícil e ter deixado em algum lugar escondido no inferno.

O amor deveria nos ajudar a respirar, não nos levar ao chão.

Photo by Avonne Stalling from Pexels

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