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Análise – Amnesia A Machine for Pigs

Os reis do terror indie voltaram, ou quase isso! Não é exagero dizer que a Frictional Games, sozinha, foi responsável por revitalizar o cenário survival horror nos últimos anos. Com franquias um dia consagradas como Silent Hill e Resident Evil sendo transformadas em jogos de ação genéricos e com Fatal Frame exclusivo pra Nintendo, os fãs do terror virtual estavam órfãos do seu gênero favorito. Foi com Penumbra Overture que a Frictional mudou este cenário, mas foi realmente com Amnesia The Dark Descent que ela se estabeleceu como fábrica brilhante de pesadelos. Muitas, muitas pessoas mesmo na internet se recusaram a continuar jogando The Dark Descent pelo fato de ser assustador demais, só pra você ter uma noção.

Em parceria com a thechineseroom, responsável pelo jogo-não-tão-jogo-assim Dear Esther, Frictional nos presenteia com A Machine for Pigs, uma continuação indireta de Dark Descent, passando-se no mesmo universo do primeiro game, mas não na mesma época e sem nenhuma ligação com o protagonista do anterior. Você agora é Oswald Mandus, um grande e inescrupuloso industrial de Londres de 1899. Após retornar de uma viagem do México, que aparentemente deu tudo errado, Mandus fica doente e desmaia, acordando dias depois e como você adivinhou, com amnésia. Ouvindo a voz de seus filhos lhe chamando, Mandus parte em busca de sua família, descobrindo horríveis atrocidades que aparentam relacionar-se com ele de alguma forma, apenas aguçando sua vontade de resgatar seus filhos o mais rápido possível.

Perturbadoramente lindo!
Perturbadoramente lindo!

A Machine for Bacons é um game interessante, porém delicado de se falar. Houve muita expectativa dos fãs de Dark Descent com este título, o que é compreensível, porém de certa forma, elas não foram atendidas. O game deixa de lado aquela física que lhe dava liberdade de entrar em contato com tudo no cenário, foco no gameplay e sustos para se concentrar na história e na ambientação, mas ambos esses quesitos são desenvolvidos com perfeição. O enredo é sinistro, perturbador, fazendo uma analogia de como a indústria daquela época tratava seus empregados como porcos. A ambientação lhe faz sentir um ser insignificante, perdido no que realmente parece ser uma máquina demoníaca monstruosa que esta prestes a acordar e que nada de bom acontecerá se ela o fizer. Esses dois aspectos ajudam a criar uma experiência que, em alguns momentos, é mais intimidadora que a do primeiro, mas perder tanto do que fez o primeiro Amnesia tão memorável é algo que incomoda. Sua lanterna agora não precisa mais de óleo pra funcionar, mas ela vai piscar para lhe informar que os porcos estão perto e eles reagem à isso, lhe achando em qualquer lugar que haja luz. O inventário foi abolido e você apenas precisa carregar para certos lugares os itens necessários para prosseguir, o que desaparece com aquele racionamento de recursos.

O visual está bem mais bonito que o do primeiro game, porém ainda pode-se notar algumas limitações. A trilha sonora esta, como de costume, IMPECÁVEL, cortesia da talentosa Jessica Curry. A Machine for Pigs é uma experiência necessária, eu diria que para todos, mesmo os que não gostam de terror, é algo único e pode não ser o que você esperava, mas mesmo assim, algo ótimo. Quatro xícaras de café, porque eu não consegui dormir na noite em que joguei!

Nope!
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