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Extraordinárias: Mulheres que Revolucionaram o Brasil, Duda Porto e Aryane Cararo.

Dandara, Maria Felipa, Pagu, Zuzu Angel, Chiquinha Gonzaga, Nise da Silveira, Carolina Maria de Jesus, Dona Ivone Lara, Antonieta de Barros, Maria Firmina…

Você reconhece esses nomes? E o que elas têm em comum?

No livro Extraordinárias: Mulheres que Revolucionaram o Brasil, Duda Porto e Aryane Cararo reúnem esses e mais outros nomes de mulheres incríveis que fizeram/fazem parte da nossa História.

Mas quem são elas? Sabe de que modo elas contribuíram para a História do Brasil?

São ao todo 44 mulheres, mães, guerreiras, escritoras, atrizes, cantoras, estilistas, engenheiras, etc. Mulheres que dedicaram suas vidas a lutar e buscar por seus ideais, mas que infelizmente, muitas não tiveram o reconhecimento que merecem.

A narrativa é simples, as autoras compilaram as histórias de cada uma delas e formaram uma espécie de mini biografia, enriquecendo o texto com notas e referências de tudo que é citado. O trabalho gráfico merece uma menção especial, pois além das autoras, ilustradoras mulheres trabalharam na composição do livro. São 9 artistas cada uma com um traço uma forma característica de expressar as retratadas.

Existem aos montes, histórias que enaltecem os grandes homens e que são de extrema importância sim, mas no país culturalmente patriarcal, um livro inteirinho que fala sobre mulheres reais e feito por mulheres é algo que não podemos deixar de compartilhar.

Muitas das mulheres dessa coletânea eu nunca tinha ouvido falar, e foi maravilhoso conhecer cada uma, porém ao mesmo tempo vejo o quão problemático isso é, no sentido de que a maioria delas foi esquecida e não tiveram o reconhecimento adequado. Saber e reconhecer a história delas é importante quando buscamos representatividade, pois muito do somos e conquistamos hoje é herança delas.

Se hoje a mulher negra entende e busca pelo seu espaço na sociedade ela deve a Dandara, a Maria Felipa, guerreiras negras e símbolos das lutas contra escravidão e independência. Se hoje a mulher homossexual grita pela sua liberdade sexual deve saber que Felipa de Souza, foi a primeira mulher assumir sua homossexualidade ainda no século XVI e que por isso foi condenada por “lesbianismo” e castigada ao açoite público. Se hoje temos orgulho das grandes escritoras, devemos saber que a Nordestina Maria Firmina dos Reis com seu romance de estreia, Ursula,  foi considerada a primeira obra do gênero. Se hoje buscamos educação de qualidade devemos muito a luta de Antonieta de Barros. Se hoje vemos mulheres atuando em áreas majoritariamente masculinas, como a Psiquiatria, por exemplo, devemos ao pioneirismo de Nise da Silveira. Se hoje, a tão negligenciada comunidade indígena resiste, deve-se muito a Sônia Guajajara. Se temos uma lei que nos resguarda da violência doméstica (embora essa seja uma problemática bem atual e recorrente), devemos a Maria da Penha.

Devemos a todas essas mulheres e muitas outras, um quinhão da História, pois a trajetória delas está intrinsecamente ligada à História do país.

“Passamos um recado: estamos e ficaremos em todos os espaços que nos foram negados.” (trecho do depoimento pessoal de Indianara Siqueira)

O livro é muito mais do que uma reunião de várias histórias sobre mulheres incríveis, ele dá ao leitor um novo ponto de vista sobre a História do Brasil. Um ponto de vista mais representativo e humanizado, e sobretudo, acessível.

Projeto lindo e inspirador, uma leitura engrandecedora para revisitar sempre!
Recomendadíssimo!!!!

{ Esse livro foi enviado pela editora Seguinte para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog 

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