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Inglaterra do século IX, Magia e Sangue! É o que propõe Gary Whitta em “Abominação”

“A força verdadeira não estava em subjugar os inimigos, mas de conquistar o adversário que estava dentro de si”.

Como conta a Historia, o Reino de Wessex, sob o comando do Rei Alfredo, O Grande, foi o único a escapar da invasão dos Vikings. A era Medieval, mais precisamente no nesse período das invasões nórdicas pela Inglaterra, tem uma áurea mistica e são sempre histórias interessantes. É dentro desse período que Abominação de Gary Whitta, lançado esse ano pela DarkSide Books, se passa e propõe a mistura de um contexto real, com um trama regada à magia e batalhas violentas, que soa muito familiar para os entusiastas do assunto, porém o autor usa essas referencias de forma a criar uma nova perspectiva, explorando o lado fantástico para trazer uma história sobre honra e culpa…E muito sangue!

Em Abominação, mesmo com o acordo de paz com os Vikings, Alfredo teme que essa situação não perdure e planeja ações de defesa para não ser pego de surpresa. Numa das tentativas o Arcebispo da Cantuária, descobre alguns pergaminhos velhos há muito tempo esquecidos, que tem uma espécie de “feitiço” no qual pode transformar animais em abominações. A coisa toda parece meio absurda para Alfredo e faz com que ele rejeite a tal estratégia, no entanto Aethelred (o Arcebispo) fica obcecado pelos experimentos e resolve se rebelar. E claro que a partir daí não é difícil imaginar que tudo vira uma grande confusão e o que parecia uma possível proteção dos Vikings, acaba virando uma ameaça ainda maior.

A história se divide em duas partes, onde na primeira nós conhecemos Wulfric, um honroso soldado e amigo do Rei Alfredo, que já defendeu inúmeras vezes o reino contra os bárbaros (pegou a referencia? hahaha). Dessa vez, encarregado de capturar Aethelred e dizimar o exercito de abominações dele. Conhecemos também o sacerdote Cuthbert, que esteve na equipe do Arcebispo estudando os pergaminhos e é o único que também sabe o que os feitiços significam e como funcionam.

Na segunda parte, depois de muitos conflitos e batalhas sangrentas, a vida de Wulfric muda de uma maneira bem trágica e ele passa a lidar com todas as consequências. Daí acontece um grande salto de anos e conhecemos Indra, nossa heroína à la Arya Stark.

LEIA TAMBÉM: Entrevista com Gary Whitta, autor de ABOMINAÇÃO

O encontro e o cruzamento da história desses dois personagens é um tanto quanto óbvia, não tenho como deixar de dizer isso, mas a história vai sendo contada de uma maneira instigante, dessas que criam expectativa no leitor a cada página lida. Muito vezes acho essa proposta arriscada por conta da grande possibilidade de frustrações, pois ficamos fazendo conjecturas o tempo todo ao longo da história, mesmo tendo certeza ou pelo menos uma ideia do que esperar e normalmente isso enfraquece a narrativa. Mas com Abominação isso é diferente e senti que apesar de saber que os caminhos percorridos são óbvios, a história não se faz desinteressaste, quanto mais avança mais o leitor vai se sentir envolvido. E isso é um mérito total da escrita do Gary.

Esse é o primeiro romance dele, que já tem um currículo abastado como roteirista. Ele ficou conhecido pela produção de O Livro de Eli, por muitos trabalhos com roteiros de Games e mais recentemente roteirizou Rogue One: Uma História Star Wars. Como roteirista ele sabe a importância da narrativa, mas como são de estruturas e para públicos diferentes, a acessibilidade da escrita dele foi uma surpresa, pois temia que pelo contexto a linguagem fosse rebuscada e dificultasse meu interesse pela leitura.

“’Eu vi coisas’, disse ele por fim, a voz não mais que um sussurro. ‘Coisas que me levaram a questionar minha fé. E talvez façam questionar a sua’”.

Os personagens de Abominação são cheios de referencias de outros muito conhecidos, muito embora eles imprimam ao longo da história uma certa originalidade. Wulfric é um típico do herói que tem a honra como característica principal, mas que está sempre em conflito consigo mesmo. Indra é uma garota “fora da caixa”, que busca por reconhecimento pela suas habilidades e não pela condição de ser menina. É bacana trazer essa discussão e representar uma figura feminina forte, dentro de um contexto quase que totalmente masculino e eu gostei da maneira como autor desenvolveu isso.

O interessante desse personagens é que existe em cada um delas uma linha tênue entre o que eles julgam certo e o errado, entre a honra e a vergonha, a glória e a culpa. Essas caraterísticas, essa busca pelo equilíbrio das suas ações e sentimentos dão uma complexidade a trama, fazendo-a não se resumir apenas a uma aventura sangrenta. Além do mais, uma visão paralela sobre fatos históricos é sempre uma boa forma de contar uma história. E isso possibilita o livro de ser apreciado por um público muito mais abrangente.

A única ressalva é que talvez a premissa promete (pelo menos no meu entendimento) a exploração do universo Vikings, da mitologia nórdica, e não é bem assim. A premissa talvez parta disso, mas a história toma rumos próprios e até bem distantes. Então pra quem procura isso é bom saber que vai achar. Mas quem procura uma grande aventura com personagens apaixonantes, uma trama envolvente e bem fechadinha, Abominação é uma ótima escolha. E sem falar na edição caprichada da DarkSide que merece todos os créditos, porque está simplesmente linda. O escaravelho pintado na capa é uma forte representação da história com um todo, e quando vocês lerem entenderão o que ele quer dizer.

Terminei Abominação com a sensação boa de quem leu uma história bem fundamentada e muito bem contada e que merece ser recomendada!

EDIÇÃO E EXTRAS

A Edição de ABOMINAÇÃO da Darkside Books conta com capa dura, marcador de fita e uma diagramação impecável. Os detalhes da diagramação completam a experiência de leitura para dar um clima ainda mais sombrio para a obra.

Onde Comprar:  Amazon  – Amazon KindleSubmarinoAmericanas Saraiva

ISBN-13: 9788566636796 | ISBN-10: 8566636791 | Ano: 2017 | Páginas: 320 | Editora: DarkSide® Books

Gary Whitta é um nerd profissional. Foi editor-chefe da PC Gamer e roteirista de jogos como The Walking Dead: The Game e Halo 5: The Guardians. Fã confesso de Tolkien, é um dos criadores do enredo de Rogue One: Uma História Star Wars. Escreveu os roteiros de O Livro de Eli, Depois da Terra e da série de animação Star Wars Rebels. Fez figuração como “zumbi de pijama” na primeira temporada de The Walking Dead. ABOMINAÇÃO é seu primeiro romance.

{ Esse livro foi enviado pela editora DarksideBooks. para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog

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