Depois de “O dia em que o cão morreu” eu criei coragem para voltar e completar minha coleção de livros do Daniel Galera e continuei minha leitura com Mãos de Cavalo. Que me surpreendeu de formas muito positivas e me fez pensar muito sobre muitas coisas que eu vivo. É aquele livro que te deixa em uma bad durante algumas horas, deitada na cama, olhando pro teto e se perguntando “o que eu to fazendo”?
Mãos de Cavalo começa com capítulos curtos, em terceira pessoa, que tratam de episódios aparentemente díspares – o tombo de bicicleta de um garoto de dez anos numa rua vazia da zona sul de Porto Alegre; uma partida de futebol entre adolescentes do condomínio Esplanada, também na capital gaúcha; e os preparativos de um cirurgião plástico bem-sucedido que, em companhia de um amigo, pretende viajar à Bolívia para escalar o Cerro Bonete, façanha até então inédita. Esses acontecimentos vão aos poucos se conectando no tempo e no espaço dramáticos, e compõem uma delicada trama sobre memória, perda e culpa.
Já começo falando que “Mãos de Cavalo” não é meu livro preferido do Galera. “Até o Dia em que o Cão Morreu” ainda é aquele que mora no meu coração e o livro pelo qual eu tenho mais carinho. O “Mãos” é uma leitura diferente, ela te cativa por motivos opostos e te leva a conhecer personagens que conseguem te cativar por motivos que saem do padrão.
Uma das coisas que mais me deixam encantada pela escrita do Galera é a forma com que ele narra a vida de uma forma fácil sem ser piegas. A vida retratada em “Mãos de Cavalo” ou qualquer outro livro do autor que eu já tenha lido, é tão comum que chega a ser palpável de uma forma admirável. E por mais que eu não goste de “Mãos de Cavalo”, ele consegue te fazer sentir algo referente ao livro. A forma com o personagem percorre aquela viagem de carro e em tudo que ele lembra durante o caminho. Aquilo é a vida, pelo menos do personagem, não quer dizer que seja a nossa ou a do autor. É apenas um momento muito bem narrado que virou livro e está ali para te mostrar nada, apenas uma boa história.
Assim como “Até o Dia em que o Cão Morreu” é aquele livro que deveria ser, o “Mãos de Cavalo” é a história que se conta sozinha. É aquele livro que você acaba contanto a história junto com o personagem, pois sabe que a vida poderia ter nuances diferentes, mas não fugiria do padrão. É com “Mãos de Cavalo” que a gente volta pra casa, passa os almoços de domingo e dorme do lado toda a segunda-feira.
A minha edição linda é da Companhia das Letras, acho incrível como as capas da companhia são lindas e deixam os livros do Galera ainda mais interessantes. Agora só falta a Graphic Novel na minha coleção, estou torcendo para conseguir fazer a resenha dela o mais rápido possível.
Espero que vocês tenham gostado da indicação e hoje, não tenho medo de dizer que cada país tem o Chuck Palahniuk que merece, acho que o nosso é o Galera. Pois com certeza ele pode lançar qualquer coisa, que eu posso não gostar, mas vou ficar muito interessada em ler.
ISBN: 9788535908091 | Ano: 2006 | Páginas: 192 Editora: Companhia das Letras
Baci ;*
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