Eu não sei se vocês sabem, mas no meu top3 artistas estão Dante Alighieri, Chuck Palahniuk e Scott Fitzgerald. É… eu amo Fitzgerald. Existem vários autores que eu chego a gostar mais dos livros e acredito serem até melhores que o Scott, mas eu tenho um carinho especial por ele e foi por este motivo que “Max Perkins – Um Editor de Gênios” foi meu pedido do mês para resenha na Editora Intrínseca.
“Max Perkins – Um editor de gênios” é uma biografia escrita por A. Scott Berg. A biogragia ganhou o National Book Award e conta a vida de uma pessoa que teve uma oportunidade que muitos leitores gostariam de ter. Incentivar a carreira de autores como F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Thomas Wolf.
“Gostaria de ser um anãozinho no ombro de um general, aconselhando-o sobre o que fazer e o que não fazer, sem que ninguém percebesse” – Max Perkins
O livro retrata a vida pessoal do editor assim como o seu trabalho como editor. Temos nuances de sua vida de casado, seu romance secreto e também seu amor pela literatura e por seus pupilos. Mas no final, o que mais me impressiona aqui é como A. Scott Berg narra essa vida de uma forma tão interessante e não é apenas por nos contar como foi o processo de edição de “O Grande Gatsby” ou de mostrar o quanto Thomas Wolfe acabou se tornando um verdadeiro amigo e de quando presenciou as brigas de Hemingway que levava críticas muito a sério, mas sim por narrar de forma sincera a paixão que Max tinha por seu trabalho e o quanto dedicava a ele.
“Muitas histórias sobre Perkins abordavam a escrita e o temperamento indomáveis de Thomas Wolfe. Dizia-se que para escrever Of Time and the River Wolfe encostava o corpanzil de 1,98 metro na geladeira e a usava como mesa, jogando cada página concluída em um engradado de madeira sem sequer reler. Ao final, três homens parrudos transportavam o caixote abarrotado até Perkins, que de alguma forma moldava essas catarses para transformá-las em livro”
A visão de Max sobre o que é um editor é algo que você como leitor, acaba aderindo e levando para si. Uma das minhas partes preferidas do livro se passa logo no começou e vocês podem ler um trecho na foto abaixo, afinal: “Não há nada tão importante quanto um livro“.
Max Perkins é uma daquelas pessoas invisíveis na história do mundo (ou da literatura no caso) que ninguém sabe que existe, mas quando se vão, deixam um buraco que não sabemos como pode ser preenchido novamente.
Eu duvido muito que o que Max fez pode ser aprendido (eu sei, muitos podem me criticar aqui), mas o que ele fazia estava muito mais preso ao seu instinto. Ele sabia o que era bom (um exemplo foi a publicação de “Um Olhar no Paraíso” de Scott Fitzgerald que mesmo depois da quinta edição ainda tinha vários erros gramaticais que tanto o autor como o editor deixaram passar). Max sentia e em cada página do livro onde Berg nos mostra cartas e conversas com autores, nós entendemos ainda mais como esse advogado acabou atrás da mesa de uma das editoras mais clássicas dos Estados Unidos achando jovens escritores e lutando contra todos para que seus autores fossem publicados. Sem Max não sei se teríamos as obras de Fitzgerald, Hemingway ou Wolfe que temos hoje.
E antes que eu me esqueça: A vida de Max Perkins também chegará aos cinemas. Você pode conferir a notícia no site da Editora Intrínseca clicando aqui.
Achei interessante vc falar que ele é daquelas pessoas invisíveis, porque a gente nem imagina – as vezes – a parte que cada um faz pra trazer uma obra pra gente, e acaba sendo injusta nos elogios. Parece ser um livro legal pra abrir os olhos pra esse aspecto tbm 🙂
Bjs <3