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“Pax” e como dizer adeus é um ato de amor.

“Tem uma doença que às vezes dá nas raposas que as faz deixar de agir de maneira normal e atacar estranhos. A guerra é uma doença humana parecida.”

“Pax”, é um lançamento recente da Editora Intrínseca, que chama atenção por seu projeto gráfico que está lindo, mas que no fundo tem um conteúdo mais belo do que qualquer capa que poderiam ser feitas para este livro. E sim, já começo essa resenha dizendo que “PAX” ganhou meu coração.


Um livro pequeno que li em no máximo quatro horas, deitada no sofá em um fim de noite onde para não pensar na vida, peguei um livro. Inocente pensar que aquele livro tiraria aqueles pensamentos de mim. O que ele fez, foi me fazer questionar ainda mais minhas atitudes, tentar chegar a uma resposta para aquelas dúvidas que estavam me matando.

O livro de Sara Pennypack conta a história de um garoto chamado Peter e sua raposa. Uma história daquelas que nos agarram, mas são apenas plano de fundo para discussões ainda mais bonitas e sim, o que não falta nesse livro são discussões e nós podemos dividir ela em três:

A doença do homem.


Por ser um livro que se passa no início da segunda guerra mundial, e conter não apenas o ponto de vista de Peter, mas também se sua raposa, o livro nos coloca na frente de um questionamento interessante. O quão violento somos e como a violência é uma doença da raça humana. É algo que nos faz perder os sentidos e quando unida à ganância, vira a pior de todas as doenças humanas: a guerra!

Ver no livro como as raposas reagem a isso e como conversam sobre os humanos e esses problemas, abre sua menta para várias discussões internas, principalmente no atual cenário mundial.

Não precisamos ser iguais.


Eu já fiz até projeto de discussão sobre como somos pessoas diferentes e são essas nuances de diferenças o que mais nós transforma. Além da busca do garoto por sua raposa e da raposa por seu garoto, além do cenário de guerra, “Pax” também nos convida a questionar se realmente “o fruto não cai longe do pé”.

Nos mostrando as diferenças e como muitas vezes ficamos presos a uma personalidade que não é verdadeiramente nossa, por achar que nossos pais ou nossa família é assim e não podemos ser diferentes, viramos escravos de nós mesmos. Nos machucando e transformando a nossa vida de um jeito infeliz.

Dizer adeus é um ato de amor.


Não quero contar spoilers, afinal a experiência desse livro é apaixonante. Mas uma das mensagens mais bonitas de “Pax” é como dizer adeus, partir, deixar ir embora… São todos atos de amor. É claro que a dualidade aqui pode ser enorme e muitas vezes ao dizer adeus estamos apenas fugindo. Mas a forma com que o livro nos ajuda a compreender as pessoas que vão embora. E que muitas vezes por realmente nos amar é que elas nos deixam partir.

Saber que não é ao seu lado que aquela pessoa vai ser feliz, e deixá-la encontrar novos horizontes é uma forma de amar de verdade, de forma sincera. Fazer isso não é para todos. Talvez, felizes sejam aqueles que já tiveram essa verdadeira prova de amor.

Em resumo, “Pax” é um livro para aprender, ensinar e se apaixonar. É um livro para morar em nosso coração por sua escrita delicada e sua história verdadeira. Pela evolução de seus personagens e a transformação do ambiente. Sara fez um trabalho incrível aqui e eu recomendo muito.

ISBN-13: 9788551000229 | ISBN-10: 8551000225 | Ano: 2016 | Páginas: 288 | Editora: Intrínseca

Sara Pennypacker é autora premiada de diversos livros infantis, entre eles a série Clementine. Divide seu tempo entre os estados da Flórida e de Massachusetts, onde, além de escrever, dá palestras em escolas e universidades sobre literatura infantil. Pax é seu primeiro romance publicado no Brasil.

{ Esse livro foi enviado pela editora Intrínseca para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog

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Baci ;*

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