Sinopse: A figura de um faquir está associada à meditação, ao treinamento e à magia. Mas, no caso de Ajatashatru Ahvaka Singh, é mais provável que o público se depare com truques e trapaças. A última de suas artimanhas foi convencer sua aldeia a pagar por uma viagem a França para adquirir a Camadepregösa, um modelo de cama de pregos vendida pela Ikea. Só que ele não contava em ficar preso dentro de um dos armários da loja. Nem que o móvel seria despachado para outro país. Assim, o faquir e seu turbante partem para uma aventura, ainda que involuntária, pelo mundo, fazendo uma horda de inimigos, alguns amigos e aprontando muitas confusões pelo caminho. • Publicado como parte da lista “Os inevitáveis de 2014”, considerado uma das apostas do ano pela Folha de São Paulo. • Fenômeno de vendas na França, onde atingiu a marca dos 250 mil exemplares comercializados, e figurou no primeiro lugar na lista dos best-sellers do país.
“Fazia 24 horas que ele havia chegado à Europa, parecia uma eternidade. Já havia posto os pés na França, na Inglaterra e na Espanha. E essa noite ainda estaria em outro lugar. Buda não o largava mais. Estaria ele condenando-o a ser clandestino, contra sua vontade, pelo resto da vida?”
A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso em um Armário Ikea – sim, o título é enorme, e o original em francês é maior ainda! – é o livro de estreia do francês Romain Puértolas e conta a história de Ajatashatru Ahvaka Singh, um faquir indiano que dá o golpe em sua tribo para viajar para Paris só para comprar uma cama de pregos em uma loja Ikea.
Confesso que quando comecei a ler achei que seria mais um livro de um humor ótimo para passar o tempo, mas foi bem mais do que isso, foi um dos melhores livros que li esse ano. A minha alegria começou quando descobri que o autor é francês e que o livro é best seller na França – eu sou infinitamente apaixonada por tudo que envolva esse país – e ao decorrer das páginas acabei me envolvendo na aventura de Ajatashatru e não via a hora de descobrir como ele resolveria todos aqueles problemas.
“Por que alguns nasciam aqui e outros lá? Por que alguns tinham tudo e outros nada? Por que alguns viviam e outros, sempre os mesmos, só tinham o direito de se calar e morrer?”
O protagonista do livro é indiano e ao longo do caminho ele conhece outros personagens com o nome tão complicado quanto do dele. No inicio do livro eu passava reto quando via Ajatashatru Ahvaka Singh escrito – não conseguia ler de jeito nenhum – mas ao decorrer dos primeiros capítulos o autor começa a dar sugestões engraçadas de como pronunciar os nomes, por exemplo, Raj Aadesh vira ‘rasgue e a deixe’ e Ajatashatru pode ser ‘a chata e o tabu’ – li como “achata o tutu” o livro inteiro – o que deixa a história bem engraçada logo nas primeiras páginas. O livro foi traduzido de forma brilhante e impecável por Mario Pinheiro, que usou de toda sua criatividade para fazer com que cada pedacinho fizesse sentido e não perdesse a graça.
“Descobriu que existia um sentimento bem mais forte que a satisfação arrogante de ter tomado algo de alguém por meio da malandragem e da dissimulação: a sensação de oferecer algo a alguém que precisa.”
A forma que o autor narra a história é um dos pontos mais interessantes do livro. A imigração ilegal para a Europa – que é o problema central do livro – é apresentada de forma engraçada e irreverente. Você mergulha nas descobertas do protagonista, dá risada com as trapalhadas que ele faz e depois recebe um parágrafo cheio de realidade e reflexão que te faz parar para pensar. É assim que Romain montou a história e deve ser isso que à fez tão fantástica. Ele consegue ser hilário na maioria do tempo, mas fala sério quando é necessário.
Todos os personagens são ótimos. Apesar de a maioria passar bem rápido pela vida de Ajatashatru, cada um carrega uma história tão interessante quanto a do protagonista e te fazem desejar que o autor tivesse escrito um livro para cada um deles.
“Fizera uma viagem maravilhosa, uma viagem interior que o ensinara que, ao descobrirmos outras coisas em outros lugares, podemos nos tornar outra pessoa.”
O livro é ótimo para quem gosta de aventura, de conhecer novas culturas e de dar risada. É impossível ler a história de Ajatashatru e não sentir vontade de arrumar as malas e entrar no primeiro avião – ou armário! – para qualquer lugar. A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso em um Armário Ikea é uma verdadeira volta ao mundo e 200 e poucas páginas.
Edição: 1 | Editora: Record | ISBN: 9788501102089 | Ano: 2014 | Páginas: 256
Nota: 5/5
Fotos e edição: Anna Schermak | Nas fotos: Amanda
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Quando eu li o titulo do livro ja imaginei que seria super descontraido.
Adorei a capa dele S2 E a resenha está uma graça.
ps.: sessão de fotos lindas. Adorei.
Yey, obrigada! A capa é um amor mesmo.
E a Anna sempre arrasando nas fotos.
Olá!!
Amei sua resenha!
Eu já estava morrendo de curiosidade em relação a esse livro e, como você, imaginei que não seria nada mais que um livro de humor. Pelo jeito (e pelas quotes que vc transcreveu), parece ser um livro cheio de reflexões. Posso imaginar que o protagonista vai se transformar em outra pessoa até o final da história, né?!
E essa capa?? LINDA DEMAIS!
Beijos
Exatamente! O livro é demais, recomendo muito, me fez pensar na vida várias vezes, mas também me fez rir muito enquanto lia dentro do ônibus hahaha ?
Gente, tentei umas 10 vezes tentando ler o nome do protagonista mas não consegui. Hahaha
Achei bastante interessante, tipo de história diferente do que eu estou acostumada a ler. Muito legal.
Adorei a resenha! 🙂
Obrigada Daniela! Eu passava reto pelo nome no começo, lia igual página de programação: sempre que aparecia Ajatashatru a minha cabeça lia “null” e eu seguia em frente! hahahaha depois, com a ajuda do narrador, ficou mais fácil e mais divertido.
Interessante. Fiquei realmente curioso pra conhecer a obra.
A premissa me lembrou muito a do As Aventuras de Pi, que também tenho vontade de ler, já que o filme é sensacional.
Fico imaginando mesmo o trabalhão que deve ser pra trazer uma obra desse tipo pra cá, que é cheia de contextos culturais, e ao mesmo tempo bastante densa de interpretação. Deve ser um baita desafio.
PS: As fotos na Praça do Japão ficaram muito massa. Dá vontade de ir ler lá também… :p
Acredita que eu nunca li/assisti As Aventura de Pi? Ta na minha lista faz teeeeeempo, morro de vontade de ler! Quem sabe!
Pois é, e esse é outro ponto ótimo do livro: você descobre pequenos detalhes de outras culturas que são maravilhosas. Ao longo do livro ele revela vários truques de faquir, comidas, hábitos etc. É muito bacana.
De cara a capa já chama atenção, né?
Comecei a ficar curiosa com ela e o título! Ontem mesmo passei uns bons 5min treinando como falar o nome Ajatashatru na livraria. De início o livro parece ter realmente uma pegada humorística (e com certeza tem sua boa dose de humor), mas adorei o fato dele falar de imigração na Europa. Não lembro a última vez que li sobre isso (se é que já li algum livro que fala disso).
Já tá na minha lista de leitura e acho que esse eu vou pular pra frente 🙂
.. até porque também sou babona por autores franceses e tudo que vem da França! hahaha
Beijos, Anna! <3 🙂
O nome do livro é demais! E, segundo o autor, ele já está trabalhando em outros livros com o nome tão grande quanto esse! hahahaha
Leia mesmo, vale a pena! ?