Por Danielle Voltolini
O caos reina no mundo. A civilização entrou em colapso. As comunicações, a energia elétrica e a vida em sociedade, como conhecemos, praticamente se extinguiram. Nem toda nossa tecnologia foi capaz de nos proteger e evitar que dois terços da humanidade morressem. Os poucos que sobreviveram estão exaustos e tentam reunir o que ainda resta das suas forças e recursos para se manterem vivos. E, para piorar, eles não estão a sós. Dia e noite, são perseguidos pelos contaminados – sempre à espreita com seus olhos vermelhos, pele pálida, dentes podres e uma terrível sede de sangue e de carne humana. Nesse cenário de terror e desesperança, Manes luta desesperadamente para manter sua comunidade unida. Ela subsiste em uma construção cercada por paredes de concreto chamada Quartel. Porém, quando alguns de seus membros estão em apuros do lado de fora, sendo cruelmente caçados pelos contaminados, Manes parte para resgatá-los. A sua ausência e a chegada do enigmático Dujas abalam severamente o tênue equilíbrio interno do Quartel, colocando em risco a vida de todos. O perigo e o medo tomarão conta deste, que é um dos poucos redutos em que homens e mulheres vivem em “segurança”. Cheio de intrigas, mistério e horror, Apocalipse Zumbi é uma aventura de ficção eletrizante, com muitos elementos de realidade que mexerão com a mente e o coração dos leitores. Alexandre Callari oferece nesta obra o melhor do gênero zumbis e, ao mesmo tempo, cria um mundo à parte, que conta com suas próprias regras e lógica. Bem-vindo ao universo de Apocalipse Zumbi!
Apocalipse Zumbi – Os primeiros anos, escrito por Alexandre Callari e editado pela Editora Generale, mostrou-se um livro muito decepcionante para mim.
Vamos começar do começo. Alexandre Callari inova ao se propor a escrever sobre o apocalipse zumbi no Brasil, mais especificamente na cidade de São Paulo. Uma coisa que nunca saiu da minha cabeça foi que sobreviver no Brasil não será nem um pouco fácil. Isso devido à dificuldade que os civis tem de encontrar armamentos e munição, bem como comidas
enlatadas e como os serviços de água, luz e internet cairão mais rapidamente do que tudo.
É. Esse é o primeiro ponto que me incomodou muito na narrativa do Callari: após 4 anos de apocalipse, ruas tomadas por seres nefastos, os serviços de água, luz e internet AINDA ESTÃO FUNCIONANDO. Faz algum sentido pra você? Pois pra mim não faz sentido algum, pois basta pensar que pensou em chover, a internet já caiu.
Okay, Dani… suspensão da realidade, vamos lá. Mas não rolou, eles conseguiram armamentos pesados, e a explicação não me convence.
Outro ponto que foi decisivo pra mim é a forma de contaminação. O autor não consegue me convencer a respeito dos seus zumbis, que são chamados apenas de infectados. Durante o Dia Z, de uma hora pra outra, milhares de pessoas simplesmente morreram e outras milhares simplesmente de transformaram em zumbis sem nenhum contato, enquanto outras continuaram “intocadas”. Isso no mundo inteiro, praticamente na mesma hora. Estranho…
Os infectados aqui são muito mais parecidos com os seres de “Eu sou a Lenda”, do que os zumbis que estamos acostumados. Eles são rápidos, MUITO rápidos, devoram homens e corpos de outros infectados. Além disso, existem as pessoas que foram infectadas, mas não se transformaram, porém regrediram a estágios mais primitivos. Como eu já disse, a história se passa no Brasil, mas os nomes alguns não são nem um poucos brasileiros: Manes (o personagem principal) e Dujas. Que nomes são esses? Não sei, eu realmente não me sinto no Brasil lendo essa história, não sei realmente se o problema é na ambientação ou nas características dos personagens. Simplesmente não me parece São Paulo. Maaas, nem tudo é ruim nesse livro. Callari além de narrar todos os dramas inerentes à sobrevivência humana explora, e muito, o fator relacionamento humano entre pessoas que estão a 4 anos confinadas, tendo que sobreviver debaixo de um mesmo teto, recebendo ordens de uma pessoa que não colocaram no poder.
É uma história focada na pressão que as pessoas sofrem, na falta de intimidade que esse tipo de situação pode gerar, e como qualquer coisinha pode acabar gerando um confronto, e esse confronto levar a ruina de toda uma sociedade.
Porém, outra coisa que incomoda é a caracterização dos personagens: todos são MUITO estereotipados. Muitos brucutus, muitos! O japonês do grupo é o samurai, conhecedor de artes marciais e perito em armas brancas. O negro é o brucutu sensível, ligado às raízes espirituais. Os caras que cuidam das comunicações são os típicos nerds, magrelos, deslocados, de óculos que vivem fazendo referência a aspectos da cultura pop da Era A.A. E ainda por cima, temos a esposa do Manes, o líder da sociedade, que possui visões do futuro. Os diálogos acabam sendo arrastados, e os monólogos são incrivelmente compridos.
E ainda tem as ilustrações que recheiam o livro, que fora feitos por Bruner Franklim e Mau Vasconcellos. Eu realmente não gostei da arte do Mau Vasconcellos, não gostei das proporções, e nem do visual como um todo. Já os desenhos do Bruner combinam mais com o livro, mas ele perde o brilho em alguns personagens na falta de detalhes e principalmente na definição dos braços e mãos. Não gostei muito das ilustrações não.
Bom, concluindo eu gostaria de parabenizar a Editora Generale, pois a apresentação do livro é boa. O livro vem com um CD de trilha sonora, muitooo conteúdo exclusivo no site, e tem até Book Trailer com atores. Por conta da apresentação do livro, Apocalipse Zumbi – Os primeiros dias leva 2 xícaras de café frio.
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Site com Conteúdo Exclusivo do livro
Link Submarino
Link Saraiva
Realmente, a arte de Mau Vasconcellos não está muito boas. :s Meu priminho já fez um melhor. rs