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[Resenha] Filhos do Jacarandá de Sahar Delijani |@GloboLivros

Filhos do Jacarandá de Sahar Delijani
Edição: 1
Editora: Globo Livros
ISBN: 9788525054609
Ano: 2013
Páginas: 232
Tradutor: Celina Portocarrero

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“Em 1983, uma menina chamada Neda nasce dentro de uma prisão em Teerã, capital do Irã. Sua mãe é uma prisioneira política que só consegue cuidar da filha recém-nascida por alguns meses antes que ela seja levada, à força, para longe de seu convívio. Neda é uma personagem fictícia de Filhos do jacarandá, primeiro romance escrito por Sahar Delijani, mas sua história se mescla com a da própria autora, que passou seus primeiros 45 dias de vida na penitenciária de Evin, na capital iraniana.

Filhos do jacarandá não chega a ser uma biografia, mas é inspirado em experiências reais dos pais e familiares de Delijani depois que o país passou de monarquia a república, com a revolução de 1979 – que derrubou o xá Reza Pahlevi e instituiu o comando do aiatolá Khomeini. Seu tio foi executado e seus pais, contrários a ambos os regimes, foram encarcerados. Para a autora, o romance “é uma tentativa de manter viva a memória de meu tio e de todos aqueles que foram mortos naquele verão sangrento, para além de colocar um pouco de luz nesse momento negro da história iraniana. É também uma narrativa de violência, prisão e morte, que permaneceu inédita por muito tempo”.

Publicada em mais de 20 países, a história recebeu elogios de Khaled Hosseini, autor que emocionou o mundo com O caçador de pipas e, mais recentemente, com O silêncio das montanhas: “ambientado no Irã pós-revolução, o emocionante romance de Sahar Delijani é uma poderosa denúncia da tirania, um tributo comovente àqueles que carregam as cicatrizes de tempos sombrios e uma celebração da eterna procura do homem pela liberdade”.

Filhos do jacarandá conta a história de três gerações de homens e mulheres inspirados pelo amor e pelo idealismo, que perseguem sonhos de justiça e liberdade. É um tributo às crianças da revolução, segundo a autora. “Muitas pessoas acabaram sendo aprisionadas pelo novo regime, e os filhos do título são os filhos delas – crianças que nasceram no período pós-revolução e foram educadas por seus avós, tios e tias, já que seus pais estavam na cadeia”. É um livro que trata de repressão política, mas que também revela como fortes laços familiares não são desfeitos nem nas piores circunstâncias.”

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Sahar Delijane nasceu no Teerã, capital do Irã, em 1983, quatro anos após a revolução islâmica no Irã. E este livro é justamente sobre fatos que ocorreram nesta época. Filhos do Jacarandá é dividido em “contos”, cada conto é baseado em fatos vividos por conhecidos e familiares de Sahar Delijane, são coisas que seus pais e amigos contam sobre esta época turbulenta no Irã (que perdura até hoje).

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Então para entender melhor da resenha deste livro, vamos falar um pouco sobre a revolução islâmica no Irã. O Irã (como é conhecido hoje a antiga e famosa Pérsia. Sim, a Pérsia ainda existe, mas é conhecida por outro nome atualmente) até meados de 1979 tinha um governo monárquico governado por um Xá (Rei). O último Príncipe da Pérsia (desculpem, mas tive que usar este trocadilho) Xá foi Mohammad Reza Pahlevi. O governo de Reza ficou conhecido como um governo que começou a ocidentalizar o Irã, mas também ficou conhecido por sua corrupção e má administração do dinheiro público. Chegou uma hora em que o povo iraniano se rebelou contra o governo do Xá. Foi em 1979 em que o povo depôs o Xá, retirando-o do governo e instaurando assim a república islâmica (parte desta revolução pode ser vista no filme “Argo”, que levou os oscars de Melhor Filme, Melhor Adaptação e Melhor Edição em 2013). Ok, o povo conseguiu o que queria, mas o que veio depois não melhorou muito o que estava ocorrendo anteriormente. Quem entrou para o governo foi o Aiatolá Khomeini, que era uma autoridade xiita iraniana. O que aconteceu a partir de então? Instauração das leis islâmicas (uso de véu pelas mulheres, homem podendo usar apenas calças e camisas de manga longa preferencialmente, intolerância religiosa, censura, perseguição à jornalistas e pessoas que aparentemente eram contra o Islam. Ou seja, uma ditadura. A república islâmica do Irã perdura até hoje por lá.

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Voltando à Filhos do Jacarandá, como já citei, ele é dividido em partes. Cada parte do livro conta a história de personagens fictícios (mas com base em histórias reais) que viveram as consequências ruins da revolução islâmica. Alguns capítulos contam histórias de mães que deram à luz na prisão, pais que contavam os segundos para saírem da prisão e voltar ao lar com suas respectivas mulheres e filhos recém nascidos, e alguns capítulos narram a história destes filhos que tiveram seus pais presos e foram criados pela avó ou tia. Só por ai já dá para notar a carga emocional do livro né? Pois é, é um livro que tem um peso emocional considerável, mas é um livro bonito de se ler. As histórias são narradas de maneira quase poética, as cenas são muito bonitas e tocantes. É difícil você imaginar que praticamente tudo aquilo realmente ocorreu e ocorre em muitos lugares. Definitivamente este livro não parece ser o primeiro romance escrito por Sahar Delijani. Claro que não são todos os capítulos que te passam essa emoção toda, apesar que isto pode ser muito relativo da pessoa que está lendo, mas em grande parte são extremamente bem escritos.

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A análise técnica do livro também não sai perdendo, a capa é uma das capas mais bonitas que já vi. O papel é papel amarelo, bom de ler, não me deu sono, como geralmente o papel branco faz. Diagramação boa, talvez poderia ter sido melhor, mas isso é um mero detalhe.

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Enfim, deixo aqui meu forte conselho de ler este livro, e para se situar melhor nas histórias, de uma pesquisadinha no Wikipedia sobre a história do Irã (ou leia Persepolis, que conta essa parte da história de uma maneira um pouco mais divertida). Mas mesmo se você não quiser saber da história do Irã, você vai acabar se emocionando com as histórias contadas em Filhos do Jacarandá.

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