Nestes últimos anos podemos observar um crescente aumento no número de títulos de graphic novels sendo lançadas aqui no Brasil. E nessa onda de comics voltada mais para o público mais maduro, destaca-se, entre tantos outros excelentes autores, Craig Thompson, escritor norte-americano que tem como seu ultimo lançamento a graphic novel “Habibi”.
Neste post falarei sobre sua autobiografia ilustrada “Retalhos” (“Blankets” no original americano). Confesso que, antes de ler esta graphic novel eu nunca tinha ouvido falar desse autor, a comprei por impulso consumista mesmo (e pela extrema vontade de fazer um post sobre graphic novels aqui para o Pausa). E olha, bendito seja o momento em que tive esse impulso, pois esta é uma das melhores graphic novels que já li.
Como dito anteriormente, Retalhos é uma graphic novel autobiográfica escrita por Craig Thompson. Ele conta de maneira dinâmica sua infância e juventude, vividas parte em Wisconsin e parte em Michigan (Estados vizinhos o norte dos EUA) tendo como fundo um cenário que parece sempre estar cobertos de neve. Estas duas fases da vida são narradas, misturando realidade e fantasia, em forma de flashes, retalhos que aos serem costurados formam uma colcha. A parte da infância é focada em vários pontos, tais como o forte
relacionamento de Craig com seu irmão mais novo (se você tiver um é bem possível você se identificar nestas cenas), a dificuldade de se relacionar com os colegas na escola, as imposições extremistas por parte dos professores e a rigorosa e conservadora educação cristã. Todos esses pontos se refletem então na juventude, principalmente o ponto referente a educação cristã. Já a sua juventude tem como foco principal o relacionamento entre Craig e Raina, garota de alma poética e vivaz que Craig conhece em um acampamento bíblico e que faz ele ter uma nova visão sobre os dogmas religiosos que tomavam conta de sua vida.
Sim, essa graphic novel é basicamente um romance, com suas partes bonitinhas e “gays” e tudo mais, porém é bem diferente de alguns romances excessivamente melosos que vemos por ai, pois, mesmo tendo como principal núcleo o relacionamento entre Craig e Raina, temos também os focos “periféricos” como o abuso sexual, a mortificação dos sentimentos e desejos reprimidos pela religião e outros que já foram citados. E tudo isso é mostrado de maneira sublime e ambígua, você tem que prestar a atenção nos detalhes e viajar junto com o personagem para pegar a essência de cada fato. Há páginas inteiras em que não há texto algum, mas o significado delas é tão “pesado” quanto daquelas que o deixam de certa maneira explícitos.
Além de todo esse enredo, temos também uma arte gráfica genial que faz você viajar dentro dela, chegando a dar arrepios e fazendo você admirar a arte por alguns minutos antes de virar a página. O trabalho de diagramação é um excelente trabalho também, fazendo a interação entre os personagens seja muito legal, utilizando os elementos visuais de maneira extraordinária. Não é a toa que Retalhos rendeu à Craig Thompson dois prêmios Eisner (melhor graphic novel e melhor escritor/artista), três prêmios Harvey (melhor artista, melhor cartunista e melhor graphic novel de trabalho original) e também um prêmio da crítica da Associação Francesa de Críticos e Jornalista de Quadrinhos.
A edição brasileira de Retalhos contém 592 páginas, porém sua leitura é consideravelmente rápida, com acabamento em brochura e pesa 1Kg (é quase um tijolo por assim dizer), foi lançado pela Quadrinhos na Cia (Cia das Letras) e custa entre R$ 40,85 e R$ 54,00.
Retalhos de Craig Thompson
Uma das graphic novels mais premiadas dos últimos tempos, Retalhos é um relato autobiográfico da vida no Meio Oeste americano. Thompson retrata sua própria história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha de Wisconsin, no centro dos Estados Unidos, que parece estar sempre coberta pela neve. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus — transmitido por sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê —, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho.
Ao mesmo tempo Thompson descreve a relação com o irmão mais novo, com quem ele dividiu a cama durante toda a infância. Conforme amadurecem, os irmãos se distanciam, episódio narrado com rara sensibilidade pelo autor.
Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina — uma garota vivaz, de alma poética e impulsiva, quase o oposto total de Thompson — com quem começa a relação que mudará a visão que ele tem da família, de Deus, do futuro e, enfim, do próprio amor. Retalhos traz as dores e as paixões dos melhores romances de formação — mas dentro de uma linguagem gráfica própria e extremamente original.
Own que fofo sempre tem que ter a garota “maluca” que faz tudo que o outro não faz…não sou muito de ler quadrinhos mais esse parece ser bem legal…
xoxo
Eu nunca li nenhum HQ, não gosto muito de desenhos, mas parece ser bem interessante 😀
Adorei as novidades.
Adoro! Também não conhecia o autor. Gostei muito da resenha e do post.
Não tenho costume de ler HQ, na verdade nem sinto vontade…
Esse até que é legalzinho.
ahahahahaah, pois é, comigo foi meio diferente, eu ão sou muito fã de romances e nem sinto muita vontade de ler um… Mas esse ai me seixou impressionado. No começo da leitura eu tava até um pouco com medo de me decpcionar, mas o final foi genial
Ahhh esse livro é encantador! Também li e achei genial. As ilustrações são lindas e a história tb…. Um livro único, com certeza.
abraços,
Luciana
http://folhasdesonhos.blogspot.com
Não sou muito fã de HQ (as únicas que eu li foram a turma da mônica e Scott Pilgrim), mas um dia tenho vontade de começar a ler…
Achei muito interessante essa história, assim como as ilustrações
Puxa, parece muito legal!!!! Que graphic novel imensa!!!! Acho que nunca vi nenhuma outra que se comparasse no tamanho (mas não sou nem um pouco especialista no gênero, então me perdoe se eu estiver falando besteira… rs…).
Amei o pouco que pude ver das ilustrações, e me parece que é uma autobiografia que se aproveita de episódios da vida para mostrar algo maior; super legal isso do autor não contar sua história simplesmente, mas realmente dividir conosco o que viveu, o que sentiu e o que aprendeu.