Milton, Flórida. 20 de abril de 2012. Uma data fatídica na vida de muitas pessoas. Dentre elas estão os membros da família Kirk, que subitamente sofrem ataques de pessoas que, infectadas por um misterioso vírus, se tornaram criaturas agressivas. Sedentos por sangue, os infectados invadem casas, destroem lojas e causam o caos na cidade. Jesse é um dos sobreviventes deste aterrador acontecimento e consegue fugir dessas criaturas. No caminho, encontra Kevin e Brian, também determinados a sobreviver, e juntos, munidos de armas e uma Ferrari, os sobreviventes partem em busca de respostas e de uma possível cura. Porém, estes acontecimentos podem ser o estopim de algo muito maior que estava para vir. E o misterioso planeta T12 pode ser a grande chave para desvendar este terrível vírus.
Eu estava empolgada para ler o livro, até os primeiros capítulos eu imaginava que realmente a história poderia tomar um rumo que eu poderia gostar muito, mas infelizmente não foi por ai. Jesse Chesnutt foi minha decepção literária do ano. Eu imaginava algo que podia ter sido melhor construído e desenvolvido, mas vamos falar sobre isso ao longo da resenha de Jesse Chesnutt de Leonardo Faig.
Eu me sinto mal quando não gosto de um livro. Eu tenho o dever de falar a verdade para vocês sobre o que achei dele, e quando eu não gosto, falar que um livro foi ruim para mim, é um peso de responsabilidade muito grande. Mas eu realmente não posso mentir, preciso usar as palavras certas e espero que o Leonardo use tudo que eu falei por aqui para melhorar nos próximos volumes.
O livro tem uma dinâmica de escrita muito bacana, criando tensão e não contando toda a história de uma vez só. Nisso o autor soube trabalhar muito bem, a história é intercalada por personagens e dias, voltando no passado próximo na ‘hora’ principal da invasão para explicar alguns aspectos e situar o leitor.
E nós íamos muito bem, tinha até um personagem psicopata que estava preso que me fez imaginar um outro ruma para a história se fosse focada nele, iria ser realmente incrível ver um psicopata que fugiu da prisão liderar aquele grupo no vulgo “apocalipse zumbie”, mas não foi bem isso que aconteceu. Apesar de ter muito sobre esse personagem nosso protagonista é Jesse, e aí as coisas começam a ficar ruim.
O personagem principal Jesse é filho do Sr. Kirk. Isso mesmo meus amigos, Kirk e isso me incomodou o livro inteirinho, eu não conseguia imaginar o personagem sem pensar no nosso característico e conhecido capitão Kirk de Star Trek! Era muito, mas muito estranho isso para mim.
Após fazer uma pequena careta, mas continuar a leitura vários fatos foram começando a me incomodar na leitura. E eu comecei a não saber como lidar com eles, sem que eles me incomodassem, da forma com que me incomodaram. Eu conseguia entender o lado alienígena na história. Eu já esperava isso com o título, eu já esperava uma resposta assim para a invasão zumbie… mas tudo começou a ficar muito, muito absurda e eu não consegui entender onde tudo aquilo queria chegar.
Apesar de preferir, eu não ligo da história de um livro brasileiro não se passar no Brasil, conhecemos tantas histórias de zumbis fora do Brasil que elas são bem melhores ambientalizadas fora da nossa terrinha tupiniquim. Os nomes dos personagens combinaram com a escolha da história se passar na Flórida e também senti que o autor conseguiu fugir da personalidade abrasileirada nos persnagens e conseguiu um sucesso legal com isso. Mas ainda assim as falhas apareceram.
Os personagens começam a mudar e a história que parecia ter um estilo bem mais maduro começa a ter um lado adolescente bem estranho para as situações que você imaginou, com personagens revelando coisas sobre outros personagens que os fazem mudar de personalidade, eu me peguei soltando um “WTF” dentro do ônibus quando li uma cena digna do Joffrey de Game of Thrones no livro.
Mas até ai okay, poderia tentar aceitar, se algo não deixasse a história viajar de uma maneira muito estranha, como alienigenas quase soltando magias. Eu espero sinceramente do fundo do meu coração que eu tenha entendido errado, mas quando li isso no livro eu tive que parar de ler para tentar entender o que eu tinha acabado de ler.
Isso ficou meio “harrypotterisado” de uma forma estranha no contexto e eu como fã de Ficção Científica e Fantasia me incomodei com isso, fiquei tentando analisar a história de um ponto que eu não achasse que devesse dar uma nota tão baixa pela minha decepção durante a leitura.
Eu sei que o Leonardo tentou fazer algo bom, eu sei que o livro pode ser algo muito bom para alguns leitores, mas muitos leitores acostumados com histórias desse jeito não vão aceitar o que ele tentou fazer. Ele foi “ousado” mas não conseguiu equilibrar os pontos durante a leitura.
Eu conseguiria aceitar muitas dessas coisas que acontecem na história se o personagem principal (Jesse) fosse mais novo, eu entenderia completamente, conseguiria aceitar e curtir. Mas com o que enfrentamos, a história parece que muda de foco e o público.
Você espera uma coisa com o início da história que tem, mas acaba sendo entregado algo em sua mão outra completamente diferente. Minha nota acabaria sendo uma xícara de café, mas nosso novo sistema de notas acaba deixando ela mais justa, confiem nele 🙂
Anna! É uma missão difícil fazer uma resenha crítica que tenha fundamento, mas você conseguiu.
Acho que apenas dizer que o livro é ruim e não agradou é uma coisa. Mas fazer críticas construtivas é outra bem diferente, que acredito ser o caso da tua resenha.
Eu não sei se gostaria do livro pelo enredo “salada mista” que notei através do teu relato, até por que não sou fã de temáticas pós-apocalípticos, e ficção científica no geral. Mas me peguei pensando em aliens versão harry potter… Não sei mas minha criatividade acha que isso é tipo misturar feijão com maionese, parece estranho. ~risos
No geral acho que tu foi correta e educada na tua resenha, deixando claro onde acha que o autor se perdeu, e como ele poderia melhorar.
Tava morrrrreendo de saudades daqui do Pausa, tá tão bom de navegar por aqui s2
Beijocas ;*
@pirulitolimao
Flor ruiva do meu jardim!
Que saudades de você por aqui!
Poxa, fico muito feliz que minha resenha tenha conseguido passar o que realmente achei sem ficar ofensiva, sempre me da uma dor no coração muito ruim de achar um livro ruim e ter que falar sobre ele.
Beijinhos flor!
Gostei da sinceridade da resenha, objetiva e super clara.
Mas vou te confessar uma coisa, pode ser que eu mude de ideia depois de ler este livro, rs, mas vamos lá:
A vida é tão cheia de problemas, a minha vida pelo menos e ultimamente tem sido uma loucura de problemas, a única droga que consegue me fazer esquecer todos eles, são os livros. É um vício caro, mas é bom.
Entendi muito bem que essa ‘ousadia’ do autor não foi muito boa, porém eu tenho a mania de entrar na história. por exemplo: eu agora estou lendo um livro de uma garota internada num hospício, estou me sentindo dentro dele agora, hehehe. Então pode até ser que eu goste, tenho certeza que meu noivo vai gostar, ele tem a incrível capacidade de esquecer tudo que leu no livro anterior, portanto acho que ele nem vai lembrar do Dr. Kirk, kkkkkk ai, ele vai me bater se ler isso.
É complicado expressar para os leitores do blog que você não curtiu sem parecer ofensivo, e você fez isso perfeitamente, eu não conseguiria ser tão perfeita.
Você não curtiu, mas não tirou o direito dos leitores lerem e tirarem suas conclusões. Adorei isso!!
Eu vou ler, e volto aqui pra te falar. Já favoritei a página pra não esquecer!!
Bjkasssssssss
Lele!
Que ótimo, fiquei muito feliz com seu comentário, foi muito difícil fazer essa resenha pq eu sabia que muita gente poderia gostar, mesmo.
Mas eu tenho o dever de ser sincera. Fico feliz em ter conseguido cumprir minha missão. Espero a sua volta aqui.
Beijinhos!