Por Danielle Voltolini
Nem sempre os acontecimentos extraordinários se manifestarão para pessoas especiais. Por vezes, o que alguns chamam de Destino nada mais é do que uma coleção de acasos, selecionados pela sorte. Ou, pela falta dela.
A vida dos gêmeos Ariadne e Hector nada tinha de excepcional. A não ser, talvez, pelo desaparecimento da mãe, a historiadora Marina, há quatro anos. Porém, para quem vive nas grandes cidades (por vezes, até mesmo nas pequenas), este é um pesadelo que se pode encontrar em qualquer jornal. Assim, às vésperas de completarem 13 anos, os dois irmãos dividem seu tempo entre fugir da dor da perda, implicar um com o outro, atormentar o pai e conviver com os três melhores amigos: Neco, Leo e Camila.
Acontecimentos incomuns os rondam, se fazem próximos, embora ainda não perceptíveis. Então, quando o irmão mais novo de Leo é raptado, o extraordinário os arrebata. Os sequestradores do pequeno Mateus exigem a entrega de uma misteriosa caixa de segredos, não maior do que um tijolo, entalhada com um sol com raios que vertem lágrimas – um sol que chora. A caixa foi construída de maneira a permanecer inacessível até que as peças que a formam, organizadas em quebra-cabeças, tenham seus segredos desvendados.
Aventure-se com esses amigos por um navio pirata, terras misteriosas, seres extraordinários, cavernas de tesouros e muito mais!
Fazia tempo que eu não lia um livro juvenil tão completo, rico e empolgante como Territórios Invisíveis, escrito pela brilhante Nikelen Witter e lindamente editado pela Fantas s2.
Pois bem, o livro trata da história de cinco amigos adolescentes que acabam entrando numa enrascada muito maior do que qualquer um deles poderia sonhar, incluindo aqui uma Sociedade Secreta. Não sei vocês, mas eu sempre acho que apostar em uma sociedade secreta é sempre uma decisão acertada.
Os cinco jovens são tão reais, humanos, cada um com uma personalidade única e realmente constituem uma unidade, fortalecida pelos laços de amizade e companheirismo, mas sem aquele clichê bobo, sabem? Cada um tem a sua motivação individual para embarcar naquela aventura inesperada, mas ao mesmo tempo, as decisões são sempre tomadas pensando no grupo.
Comecei a ler despretensiosamente, até me pegar implorando pelas mesmas respostas ansiadas pelos personagens. Essa impaciência foi agravada pelo ritmo que Nikelen impôs ao livro. Eu senti que a história demora bastante para engrenar, aproximadamente 1/3 do livro é só apresentação e tudo está muito nublado ainda.
A história efetivamente começa a desenrolar quando eles sobem a bordo da galera Pentesileia, rumo a Yvymarã. Nessa parte você já está completamente encantando como o mundo fantástico construído pela autora. Você quer a todo custo conhecer os Lagoões e provar dos frutos que acalmam e afugentam os medos (maravilhoso, né?).
Mas é lá pela página 200 que ela me pegou de verdade. As explicações que eu tanto ansiava são dadas e são tão, mas tão boas que me convencem que os Territórios Invisíveis existem de verdade! Sério, a imersão pra mim passou de parcial a total e eu me peguei ansiosa pelo fim do livro.
Aqui vai uma crítica negativa: o fim do livro é atropelado. Ela desenvolve tão bem a narrativa para se apressar no fim. Não que pontas fiquem soltas, mas sabe quando você sente que o ritmo da narrativa mudou e as últimas explicações são dadas de maneira muito rápida e sem tanto sentido? É isso que eu senti, e isso quebrou um pouquinho a mágica pra mim, além de que o fim não foi exatamente como eu previa…
Quanto à edição, o livro é simplesmente LINDO! Eu adorei a capa misteriosa que entrega quase nada da história, as ilustrações são fofíssimaaaaaas e são um ótimo complemento a narrativa. As páginas são amarelinhas e a capa tem orelhas. Parabéns à Fantas!
Por conta disso, a minha nota para o surpreendente Territórios Invisíveis de Nikelen Witter são 4,3 xícaras de café quentinho nesse friozinho outonal…
Book Trailer pra você!
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Oi Dani e equipe do Pausa para o Café. Muitíssimo obrigada pela leitura atenta e a resenha. Abraço!
Obrigada você por ter escrito um livro tão maravilhoso!
=)
Adorei o livro e o design dele.
Também acho que apostar em uma sociedade secreta é sempre uma decisão acertada. É uma pena a autora ter atropelado no final, mas eu sou doida para conhecer o livro. Não tenho certeza, mas a sua resenha é a primeira que leio, mas eu sempre vejo a capa do livro por ai e ela é linda, e eu sou apaixonada por capas lindas.