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respirar

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Já faz algum tempo que eu preciso me lembrar de respirar.
Quando o relógio bateu 00:01 do primeiro dia de 2019 eu pensei que esse ano seria calmo, mas é difícil sentir o temporal chegando, principalmente quando ele tem ares de Curitiba e chega assim sem avisar, levando o sol embora e molhando tudo ao seu redor. Eu já devia estar acostumada, com meus 26 anos dessa montanha russa que chamamos de vida, eu devia prever que durante este ano eu ia precisar aprender a respirar novamente.
Eu estava terminando de ler um livro e a crise de pânico deu as caras, era quase duas horas da manhã e um cara falando alto na rua me assustou, imaginei dali em diante todos os cenários possíveis, pensei na morte, no que existe além dela e na total desesperança que se segue os momentos que podem ser segundos, ou horas de uma crise.
Lembrei das palavras da minha antiga psicologa, aquela que eu abandonei achando que já sabia cuidar de mim sozinha, com aquele “ah eu estou sem tempo agora, sabe como é, muito trabalho, estou em um momento de focar em outras coisas”.
Essas outras coisas nunca são tão imperdíveis assim. Mas a desculpa é boa, e aos poucos acabamos virando especialistas e refens dessas amargas desculpas.
Lembrei das palavras dela, quando você tem medo, seu sangue vai para as pernas para você correr. Quando você tem raiva o sangue vai para os braços para você se defender, durante as crises de pânico, isso se torna confuso e você não vai e não fica.
“eu não vou e não fico”, consigo ver essas palavras escritas na lápide como um aviso de todas as coisas que as desculpas me impediram de realizar.
Naquele momento me lembrei de respirar, tentei tirar da mente o valor que eu preciso guardar para dar aquela entrada no apartamento, acho que a crise seria ainda pior quando os números começassem a passear pela minha mente. Então me concentrei em respirar e lembrar que eu preciso ir.

Photo by JESHOOTS.com from Pexels

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