Estava viajando e não tive exatamente condições de fazer essa review na data certa. Então pensei: por que não juntar dois episódios numa única review gigantesca que boa parte de vocês vai desistir de ler na metade do caminho? (afinal, sou especialista nisso).
Ano novo, vida nova e SHERLOCK NOVO. Sei que todo mundo estava esperando por esse momento. Então, agora que nos encaminhamos, cedo demais, pra season finale da terceira temporada, bora relembrar os acontecimentos de Sherlock até aqui!
Na temporada anterior: o plot de Jim Moriarty inchou até explodir bem no meio da nossa cara. E na de Sherlock.
No último episódio: Sherlock foi incriminado e acusado de charlatanismo. Teve seu nome manchado enquanto Moriarty pregava peças e afirmava ser apenas um ator contratado pelo próprio Sherlock pra posar de vilão. Na season finale passada, Moriarty prepara seu gran finale no topo de um prédio e avisa Sherlock que ou ele completa a história, ou todos os seus amigos morrerão. Sherlock se joga do prédio, morre e nós todos ficamos encolhidos num cantinho, chorando até morrermos secos.
No Natal, a BBC nos presenteou com o Especial de Doctor Who (review aqui) e também com um mini-prequel de Sherlock chamado Many Happy Returns (que você pode conferir clicando aqui). No prequel, vimos que enquanto uns estão se habituando com a ausência de Sherlock e tentando seguir em frente, outros conspiram que ele não esteja morto – é assim que nasce o pequeno clube secreto chamado The Empty Hearse (em português, “O Caixão Vazio” ou algo do tipo) em que vários admiradores do detetive conspiram sobre as várias formas em que ele possa ter forjado sua morte e procuram por pistas de seu real paradeiro.
É nesse pique que começa o primeiro episódio da terceira temporada, não coincidentemente intitulado “The Empty Hearse”. O episódio começa já com uma das teorias de não-morte de Sherlock – que inclui um corpo, uma máscara facial muito bem feita e um baita beijo na Molly – e a notícia de que John Watson está se preparando para pedir uma Mary que nós ainda não conhecemos em casamento.
Logo em seguida, vislumbramos um homem apanhando em algum lugar no leste europeu. Mas algo muda, e ele começa a dizer coisas para seu carrasco- coisas que ninguém poderia saber. Ninguém exceto uma pessoa.
É assim que temos a prova de que Sherlock está vivo: vendo-o apanhar e sendo resgatado por Mycroft, devidamente disfarçado, claramente o único que sabia onde encontrá-lo. Ele anuncia que é hora de Sherlock se despedir de sua farsa – há uma ameaça terrorista nunca antes vista pairando sobre a Inglaterra, e ele precisa voltar. Assim, Sherlock volta ao seu bom e velho sobretudo e ao seu inseparável cachecol, retorna para Londres e se encaminha para o mais difícil de todos os seus casos: reencontrar John Watson. Exatamente no dia em que o mesmo pretende pedir Mary em casamento.
Deu pra imaginar qual vai ser a reação, né? Já assisti esse trecho umas cinco vezes e não me canso, porque foi genial.
The Empty Hearse foi um retorno ao mesmo tempo à altura e mais fraco do que o esperado. Mais fraco porque, se colocarmos sob uma análise de “aventuras de Sherlock Holmes”, o caso apresentado passará praticamente despercebido (eu, honestamente, nem lembro qual foi, ou se teve algum!); mas à altura porque o importante nesse episódio não foi, em momento nenhum, o caso a ser resolvido, mas as pontas abertas que precisavam ser fechadas e os reencontros conforme eles se deram. Foi muito mais um episódio de feels JohnLock do que qualquer outra coisa.
O mesmo vale para The Sign of Three, segundo episódio (e penúltimo, que tristeza!) da temporada. Embora neste houvesse de fato um caso a ser resolvido (e um bastante legal, aliás), o episódio, que foi praticamente inteiro centrado no casamento de Mary e John, teve um peso muito mais fraternal do que de suspense. Como não se emocionar com a pausa ridícula de Sherlock ao ser convidado pra ser padrinho do casamento? Como não rir com a despedida de solteiro que termina com os dois bêbados na cadeia, ou com a falta de tato de Sherlock com as palavras, e ao mesmo tempo chorar quando ele transforma um discurso perfeitamente disfuncional em algo absolutamente maravilhoso de ser ouvido? Oh, Sherly. Você nunca cansa de me surpreender!
É importante citar aqui também o envolvimento de Mary em ambos os episódios! Amei não apenas a escolha da atriz, mas a maneira como Mary foi apresentada e como ela interage em todos os momentos tanto com John como com Sherlock. Sempre enxerguei a personagem não apenas como a parceira romântica de Watson, mas como uma espécie de mediadora de conflitos entre os dois amigos, que se amam e se engalfinham na mesma medida. John é o contrapeso de Sherlock, e Mary é aquela capaz de manter a balança equilibrada. Isso ficou muito claro especialmente em The Sign of Three, onde ela age de forma quase maternal para com Sherlock, mas sempre de maneira sutil, empurrando tanto ele quanto John na direção certa para que a relação dos três continue funcionando. E como funciona! Estou apaixonada por ela, e pela dinâmica entre ela e os dois, e estou ridiculamente frustrada por só me restar mais um episódio pra admirar essa belezura de relacionamento antes de mais um hiatus gigantesco até a 4ª temporada.
Domingo rola a season finale, para a tristeza geral de todos os povos, e parece que finalmente seremos apresentados ao nosso novo vilão, agora que o slightly-gay-but-really-mean-and-devious e saudoso Jim Moriarty se foi. Palpites sobre esse novo arquiinimigo de Sherlock? Comente aí!
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