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[Séries] Temporada de Abandonos

Há muito tempo eu não abandonava uma série. Em geral meu abandono vem de maneira prolongada, diluída – eu atraso alguns episódios, de repente atraso umas temporadas, e aí, quando dou por mim, eu não vi, nem quero ver e simplesmente não me importa mais. Eu não queria admitir, mas estava abandonando, e minha vida estava melhor assim.

Esse ano, foi diferente. Oficialmente desde o início da fall season (ou seja, a época em que todas as principais séries começam) fui percebendo que certos apegos não poderiam durar. Começou com Glee. A decisão já estava tomada há muito tempo, desde quando, na temporada anterior, eu havia juntado o impressionante número de dezoito episódios atrasados pra assistir. E quando assistia, deixava o episódio rolando sem olhar pra tela nem prestar atenção a nada. E eu não gosto nada disso. É desrespeitoso – comigo e com a série – fazer tão pouco caso. Achei melhor parar.

Depois do hiatus da mid season, veio meu momento de ressaca. Eu falei dele aqui no Pausa, uma época em que eu não estava afim de assistir nada. Achei que fosse comigo, mas depois, quando comecei lentamente a retomar as minhas séries, percebi que o problema estava no que eu estava acompanhando. Eu estava insistindo em coisas que não me animavam, em personagens que não me cativavam, em histórias em que eu só botava defeito. Sempre fui contra esse tipo de atitude – assistir só pra reclamar, sabe? Não quero ser esse tipo de espectador babaca que vê sem estar afim e depois fica reclamando. Eu precisava desapegar.

Comecei por The Vampire Diaries. A série já vinha sendo um enigma problemático pra mim desde a quarta temporada. Depois de três anos maravilhosos, me parecia que vinha perdendo o foco; e com isso, eu me perdia. Percebi que, depois de ficar 10 episódios atrasada, eu não fazia mais questão de assistir. Estava baixando por baixar, dando play por falta de opção. Não quero isso. Não preciso disso. Quando me dei conta, parei o episódio na metade e excluí os arquivos que ainda faltavam ver. Eu não me importo com o que acontece daqui pra frente. Pra mim, acabou há muito tempo atrás.

E então, hoje, veio o dia derradeiro: decidi abandonar Supernatural, a minha série preferida. Eu sentia que ele estava chegando, mas ainda tinha a expectativa de que a série fosse declarar um final próximo antes que eu pudesse me convencer a fazer o que sabia que teria que fazer. Percebi que não tinha mais jeito quando, ao abrir o arquivo da season finale, meu pensamento não foi o “finalmente”, mas sim “vamos acabar logo com isso”. Eu não estava ansiosa, eu estava entediada. Não estava interessada nem animada, só queria que acabasse logo pra eu poder seguir com a minha vida.

Supernatural sempre será a melhor série pra mim. Manterei meu amor por ela intacto, assim como por TVD e por Glee, e por todas as que abandonei. Abandonar não significa que você não gosta mais – significa que você gosta tanto que precisa conservar essa paixão antes que ela seja substituída por um tipo de desprezo. É um mal necessário. Você segue guardando na memória os bons tempos, e a série segue com um fã chato a menos pra reclamar. Todo mundo sai ganhando. Ou pelo menos é assim que eu gosto de pensar.

Quem sabe, lá pra frente, quando as séries acabarem, eu resolva assistir o que faltou, só pelos velhos tempos? Ou quem sabe não. Tivemos bons anos, bons episódios, bons momentos. Abandonei da timeline, mas não da vida. E que venha mais uma temporada de novas estreias, novas paixões, quem sabe novos abandonos. Faz parte.

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