Se eu e você começarmos ler o mesmo livro, não terminaremos lendo o mesmo livro.
Não, não estou falando sobre um ler o livro físico ou o livro digital. Isso também não é uma questão de tradução e original (isso a gente deixa pro próximo café). Eu estou falando mais aqui sobre a nossa vida do que sobre o livro em si.
Eu sou uma pessoa, Anna se você já me conhece ou Anna se fomos íntimos (desculpa é que eu não tenho apelidos). Mas prazer. A Anna é uma mulher de 23 (quase 24) anos que gosta muito de ler, trabalha com internet é formada em marketing e mora com a mãe e o irmão. Você, fulano e ciclano provavelmente são diferentes e mesmo que tenham a mesma idade e a mesma profissão, provavelmente não tem um cachorro ou não perdeu o pai.
Essas diferenças por mais pequenas que sejam, transformam nossa leitura. E eu percebi isso já faz muito tempo, mas toda vez que eu falo que gosto ou não de um livro, a percepção fica maior e toma proporções maiores. De Harry Potter a O Corcunda de Notre Dame, não importa o livro ou o autor, nossas experiências serão completamente diferentes.
Mas você diz: Anna isso é uma questão de gosto. E eu digo: também. Mas não é APENAS isso. A sua experiência de leitura está ligada desde a sua convivência com a sua mãe e família até mesmo se o dia estava chovendo ou fazendo um sol escaldante. Você estava em um dia bom? Brigou com seu chefe? Comprou uma casa nova? A leitura está ligada a sensações. Nada mais justo que nossos sentimentos e nossas lembranças também influenciarem nessa experiência.
fonte das fotos: unsplash.com
Muitas vezes o autor é só ruim mesmo. Mas muitas vezes aquele livro não é pra nós, ou para aquele momento da nossa vida, para aquela estrutura que estamos vivendo naquele momento. A leitura é uma profunda experiência que está ligada a todas as fases e momentos da nossa vida. É um profundo estado de aprendizagem, conhecimento e experimentação.
O livro não é apenas um pedaço de papel com algumas palavras que se a gente tiver muita sorte, o autor foi muito bom na forma com que as escreveu. O livro é uma pequena vida que tomara Deus, viverá para sempre e influenciará também outras pequenas vidas.
Assim como algumas vezes você não gosta de uma pessoa e não sabe explicar, ou as vezes ama muito um amigo mas não concorda com as opiniões dele, nossa experiência com o livro pode ser diversa e complicada de explicar. Muitas vezes eu acabo esbarrando com um livro que eu leio uma ou duas páginas e sinto que não posso ler ele naquele momento, não está na hora ainda. Enquanto meus amigos estão vivendo experiências fantásticas com aquela leitura.
Assim como cada ser humano é diferente em toda a sua complexidade, as leituras (mesmo que dos mesmos livros) serão em toda a sua grandiosidade, diferentes. As vezes complicadas, e se o autor for muito bom (ou não), algumas pessoas até tenham a mesma opinião sobre ele. Mas nunca a mesma experiência. O mesmo frio na barriga, a mesma lágrima ou os mesmos batimentos cardíacos.
E essas, são coisas que só os leitores entendem, coisas que não sabemos explicar, mas que sabemos lá no fundo que é um dos inúmeros motivos pelos quais estamos sempre com um livro ao nosso lado.
São essas experiências que nos transformam e fazem com que eu e você tenhamos os mesmos livros em mão e sentimentos tão diferentes no coração.
fonte das fotos: unsplash.com
Baci ;*
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Como foi bom ler esta publicação! Estava há alguns dias atrás falando sobre isso com o meu namorado, sobre o quanto ele gostou de uma leitura e eu não. Acho que no fim das contas, não existe livro ruim. Só existe o leitor certo para ele rs.
Adorei o texto, muito reflexivo Anna.
Beijos e boas leituras <3
“no fim das contas, não existe livro ruim. Só existe o leitor certo para ele” é isso o que eu sempre falo.
Acho que a gente tem que entender que todo mundo tem o direito de gostar ou não de algo, ai tudo fica certo ;D
provavelmente um dos melhores posts do seu blog <3
Obrigada, Pipoquinha <3
Falou tudo!
As vezes leio um livro e penso como poderia ter gostado mais dele em outros tempos ou como teria mais relevância em outro contexto. Também sei que certos livros só foram especiais pra mim por motivos muito específicos e podem ser odiados por outras pessoas. É muito importante entender isso pra não sair arrumando briga por aí xD
COM TODA A CERTEZA! Muito obrigada pelo seu comentário <3
Muito verdade esse texto, Anna!
Acredito que o gosto seja a soma de todas as coisas que formam as pessoas, como tu explicou no texto. Creio que o gosto seja toda essa complexidade =)
E seria possível substituir “minha leitura” para algo voltado à música, ao cinema, ao teatro… Enfim, a qualquer experiência que nos transporta como os livros fazem. <3
Fico feliz que tenha curtido Juliana <3
Bom ver que vocês também pensam assim ;D
Que coisa linda que é esse post. Ele tava guardadinho no meu feed do Bloglovin’ até hoje, justamente porque eu queria estar com tempo e em paz para lê-lo, porque sabia que viria algo mais ou menos assim. Acertei. E amei. Obrigada por isso. E é desse jeitinho mesmo, a gente precisa sentir o livro, e cada um sente de um jeito diferente, porque tem histórias diferentes e está vivendo momentos diferentes.
Beijo
Muito obrigada por ter voltado pra ler <3
Fico feliz com a resposta de vocês a esses posts!