Meus amigos não jogadores já começam a me questionar qual é o melhor console da nova geração. Eu começo com a pergunta “por que você quer um console da nova geração?” e a resposta geralmente é relacionada a gráficos. Eu penso que pessoas ficaram mal acostumadas ao longo dos anos.
Na internet, outro questionamento comum esta sendo “quem venceu esse início de geração?”. Bem, se vocês me perguntarem, foi o Wii U, sim, você leu certo. Eu quero que você pare pra pensar um pouco: o que o PS4 e o Xbox One trouxeram de inovação para a indústria? Até o momento, eles não tiveram oportunidade de mostrar tudo e, julgando apenas pelo que suas empresas dizem, eles não vão inovar praticamente nada, apenas melhorar o que já é existente. O novo console da Nintendo não anda bem das pernas, isso é um fato, mas você gostando de admitir ou não, a Nintendo deu a cara à tapa (de novo) e trouxe algo que ninguém esperava e que tem MUITO potencial, uma pena que a Big N não esta motivando apoio de outros desenvolvedores.
O Xone traz a brilhante ideia de um periférico ver tudo o que você esta fazendo, sempre ligado e preparado para obervar tudo o que você gosta, ama, sonha… (vou deixar o resto com vossa imaginação). O PS4 apenas valorizou o que já existia (não faz mais que a obrigação) e sua principal atração é o potencial do novo controle, porém, entre uma telinha que mal sobra espaço se eu colocar meus dois polegares e um tablet-controle, acredito que o Wii U possa ter uma leve vantagem.
A Microsoft está sendo tão arrogante com o Xone quanto a Sony foi ao lançamento do PS3, pensando que seus consumidores são ovelhas que vão engolir tudo que eles fizerem apenas pelo fato de seu último console ter sido um sucesso. A Sony, pro outro lado, aprendeu com essa arrogância passada e resolveu ser mais amistosa e humilde com o PS4 (não estou em méritos de custos brasileiros). Mas o que me chateia é que os videogames estão deixando de ser uma diversão para simplesmente ser um mercado e o pior de tudo é que os seus consumidores estão aceitando isso.
Eu amo videogames, mas odeio seu modo de negócios. As grandes empresas não estão mais competindo, elas estão de fato em uma guerra e alienando seus consumidores a seguirem os mesmos passos. Ninguém mais liga se existe diversão, pessoas querem apenas ver como Killzone: Shadow Fall está lindo e mostrando cada partícula microscópica de poeira na tela, desdenhando jogos como Journey ou The Walking Dead porque “ah, olha pra esses gráficos”, “mano, onde eu pego as armas pra matar os zumbis?”.
Jogar Zelda A Link Between Worlds no 3DS pode ser tão mais divertido do que jogar Ryse Son of Rome no Xone. Se você tem menos de 18 anos, eu até posso relevar, pois sua geração não viveu muito a época de imaginar 10 pixels sendo um tanque de guerra na tela, mas caso você for mais velho, é imperdoável como apenas gráficos importam, é imperdoável como os próprios jogadores estão diminuindo a qualidade dos jogos com seu feedback.
Para responder a pergunta dos meus amigos no começo deste texto, eu digo: se você quer gráficos, pegue os quatro mil do PS4 e compre um PC. Se você quer variedade de jogos e preços, compre um PC. Se você quer uma biblioteca vasta de jogos, consiga um PS2. Se você realmente quer um console, consiga um Wii U ou pelo menos espere uns dois anos até que ou Sony ou Microsoft lancem algo que realmente valha a pena. Com certeza, as três empresas ganharam – muito dinheiro – e nós somos os perdedores nessa bagunça toda.
Muito bom o texto. Eu não sou gamer, e de certa forma eu também meio que encaro o mercado dos jogos como uma corrida alienada pela supremacia, parece nível de fabricantes de carros, ou então de refrigerantes.
Acho que isso foi um dos fatores que me fez não ter a oportunidade de gostar um pouco mais de video games, sempre que tinha a oportunidade de comprar um, lançava um console novo. Os jogos que eu crio muita curiosidade dou um jeito de experimentar no PC.
Mas acho que esse acaba sendo o problema da maioria das grandes mídias de massa. Elas visam demais no lucro, gastam horrores pensando no retorno. Ai as coisas não saem como elas visualizaram, e se torna um desespero para o próprio mercado não implodir. Já é assim na música, no cinema, e pelo jeito logo nos games…