Livros
Por Anna Schermak
O período de vestibulares está chegando e os participantes já estão buscando aprimorar os seus estudos. Este ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontecerá entre os dias 5 e 12 de novembro de 2023. Diante disso, um dos conhecimentos mais cobrados pelo Enem é o de literatura nacional.
As provas de vestibulares normalmente abordam cada um dos movimentos literários do Brasil e do mundo. Entre 2018 e 2022, Machado de Assis foi o autor mais mencionado pelo Enem, com, pelo menos, cinco perguntas sobre suas obras. Para compor a lista de obras da literatura brasileira, conheça dez livros que costumam cair nas provas de vestibulares.
Parte do movimento literário intitulado realismo – que se propõe a analisar as relações humanas de forma mais real –, o livro conta a história de Rubião, um professor de matemática que herda toda a fortuna de seu amigo, o excêntrico filósofo Quincas Borba.
Quincas Borba, de Machado de Assis (1891)
Por meio da trajetória de Policarpo Quaresma, Lima Barreto faz uma crítica contundente à alienação, à falta de senso crítico e à dificuldade de adaptação de um indivíduo em um contexto social. O livro é um dos ícones do movimento pré-modernista, transição de escolas como realismo e naturalismo para o modernismo.
Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1915)
Esse livro é um romance naturalista que conta a história de pessoas que vivem em uma espécie de habitação coletiva precária e superlotada, localizada no Rio de Janeiro durante o século XIX. A história se desenrola em torno de João Romão, um ambicioso comerciante português que, a partir da exploração dos moradores do cortiço, consegue acumular riqueza.
O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1890)
Parte do movimento realista, o livro acompanha a história de Sérgio, um jovem estudante que é enviado por seus pais para estudar em um prestigioso colégio interno chamado Ateneu. Por meio de simbolismos, o texto retrata as tensões e os conflitos existentes na sociedade brasileira do final do século XIX e apresenta uma análise da alma humana e das relações de poder que marcam o ambiente escolar.
O Ateneu, de Raul Pompéia (1888)
Sendo uma das obras iniciais do realismo brasileiro, o livro confirma o olhar certeiro e crítico que o autor estendia sobre toda a sociedade brasileira. Trazendo a temática do ciúme, o livro provoca polêmica em torno do caráter de uma das principais personagens femininas da literatura brasileira. Famoso por sua narrativa ambígua, a obra deixa em aberto a questão da infidelidade de Capitu e a paternidade de Ezequiel.
Dom Casmurro, de Machado de Assis (1899)
De autoria do poeta português Fernando Pessoa, o livro é uma compilação de poemas que apresentam uma visão épica da história de Portugal, explorando temas como a identidade nacional, o destino coletivo e o mito do herói. Por meio da poesia, o livro retrata a trajetória de Portugal desde os tempos antigos até o presente.
Mensagem, de Fernando Pessoa (1934)
Outro poeta da lista é o baiano Castro Alves com as obras Espumas Flutuantes e Os Escravos, finalmente reunidas em uma nova edição há tempos desaparecida no mercado editorial brasileiro. Abertamente abolicionista, o autor versa poemas sobre a escravidão, denunciando os horrores e injustiças de um período marcante da história do país. um dos mais importantes poetas do romantismo brasileiro.
Espumas Flutuantes (1870) e Os Escravos, de Castro Alves (1884)
A trama se passa durante a colonização do Brasil e retrata os conflitos entre os colonizadores europeus e as tribos indígenas. Iracema, filha do pajé da tribo dos tabajaras, é destinada a guardar um segredo, mas seu destino se cruza com o de Martim, um português, que se perde nas matas e é acolhido pela jovem
Iracema, de José de Alencar (1865)
As obras publicadas na primeira fase do modernismo são uma coletânea de contos que retrata a vida cotidiana dos imigrantes italianos em São Paulo. Trazendo o realismo e a crítica da realidade urbana, os contos exploram os desafios e as adversidades enfrentadas pelos imigrantes em busca de melhores condições de vida.
Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) e Laranja da China (1928), de António de Alcântara Machado
Por meio da história de Gonçalo Mendes Ramires, um fidalgo provinciano que vive numa casa ancestral na região de Trás-os-Montes, em Portugal, a obra apresenta a complexidade da sociedade portuguesa do final do século XIX, revelando as fissuras e os desafios enfrentados por uma classe social em declínio.
A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós (1900)