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5 obras clássicas para ler nas férias

Você aí, que prometeu perder o medo das obras clássicas em 2018, ou que só quer ler um livrinho legal enquanto pode se dar ao luxo de fazer nada durante o dia. Prepare-se para a seleção dos cinco livros clássicos mais tranquilos, de boa, leves e suaves que você respeita.

Só de ouvir a palavra “clássico”, já pensamos em algo difícil, inatingível, erudito demais. Mas se a gente se jogar nas obras sem nem prestar atenção nisso, a leitura fica muito mais agradável e descomplicada. Então pegue o seu copo de suco, o leque e o par de chinelos; traz a cadeira de praia e vem comigo nessas indicações, amore.

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O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger

Muita gente tem essa obra como um divisor de águas em suas vidas, uma leitura que modificou todo o seu ser. Ouvindo isso, você pode ter até medo de ler algo tão monumental e não entender nada, não é mesmo?

A boa notícia é que a história, no geral, é bem simples. Holden Caulfield é um jovem rebelde que é expulso do internato onde estuda, além de colecionar notas vermelhas no boletim. Ele decide ir sozinho para casa, mas antes vai visitar alguns (poucos) amigos que tem. Nesse trajeto, ele nos conta um pouco sobre sua história, o que o levou a ser expulso da escola, os colegas de turma e sua família, assim como o que pensa de tudo isso.

O livro foi publicado na década de 50, e foi o primeiro a dar voz a um personagem adolescente, permitindo até o uso das gírias – da época – em meio ao texto, mesmo sendo direcionado ao público adulto. Para muitos, é o livro que inspira suas vidas. Mas falando praticamente, a linguagem desse clássico é muito tranquila de ler, e sentimos como se Holden estivesse conversando diretamente conosco, tal como o personagem Ferris (de Curtindo a Vida Adoidado) faz durante o filme, sabem? O maior problema que pode ser visto no livro é, justamente, as gírias antigas que podemos não entender em pleno 2018.

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O Alienista, de Machado de Assis

Existe uma dúvida eterna, entre os estudiosos de literatura, sobre o estilo dessa obra machadiana: não é possível definir se é um conto ou uma novela. Independente dessa indecisão acadêmica, uma coisa é certa. Esse humorzinho irônico em meio à crítica social faz de “O Alienista” uma leitura imperdível.

O doutor Simão Bacamarte é um renomado médico tanto no Brasil quanto no exterior. Após fazer sua carreira fora do país, ele volta para sua terra natal, Itaguaí, se casa e planeja ter filhos para deixar seu legado. Após saber que dona Evarista, sua esposa, não seria capaz de lhe dar a desejada prole, Bacamarte coloca todo seu empenho em estudar psiquiatria, uma área da medicina que, na época, era ainda pouco explorada. Ele cria o primeiro manicômio da cidade, chamado Casa Verde, e passa a tratar de todos os pacientes considerados “loucos”. O problema é: qual será o conceito que o doutor tem de alguém que é louco? O que é, afinal de contas, a loucura?

Esse livro é bem curtinho e, nos mostrando algumas cenas bizarras, explora justamente essa linha que separa a loucura da sanidade. Em poucas páginas, e com a maestria de sempre, Machado de Assis nos faz pensar sobre qual é o ponto em que uma pessoa – cuja mente é saudável – se torna alguém louco e perigoso para a sociedade.

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Adaptação em graphic novel de Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Vidas Secas é um clássico definitivo da literatura brasileira. Mas justamente por sabermos o quanto esse livro é importante dentre as obras nacionais, fica aquele medinho de ler tudo e absorver 10% (ou menos) do conteúdo. Para evitar que nem nos prestemos a conhecer essa história, fica a minha indicação da linda adaptação em quadrinhos lançada pela editora Galera Record em 2015, ilustrada por Eloar Guazzelli e roteirizada por Arnaldo Branco.

A história de Vidas Secas se passa no sertão nordestino, e mostra a peregrinação de uma família de retirantes que fogem da seca e da miséria buscando uma área em melhor estado para viver. A famosa personagem da literatura brasileira, a cadelinha Baleia, vem desta obra de Graciliano Ramos.

Esse é o tipo de obra necessária para que tenhamos um pouquinho de empatia, no meu ponto de vista. É interessante nos colocarmos na pele de pessoas (que, mesmo sendo fictícias, representam muitas vidas reais) que experienciaram dificuldades, as quais nós talvez nunca venhamos a presenciar. Aliás, a versão em quadrinhos deixa a história bem mais tranquila de ler, principalmente para os leitores não muito acostumados às obras clássicas. Fica a dica, mores.

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O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna

Estudos comprovam que, ao ler as palavras “o auto da compadecida” em qualquer contexto, 90% dos cidadãos brasileiros cantarolam a música-tema do filme (ou ao menos lembram dela). 85% da mesma parcela da população se arrepia com a atuação da Fernanda Montenegro no longa, dirigido por Guel Arraes.

Parei com a zoeira, mas “O Auto da Compadecida” é uma boa indicação para ler nas férias e, ainda, para se acostumar com livros no formato de peça teatral. Por se tratar de um auto, tem personagens extremamente caricatos e uma forte intenção de moralizar o leitor. É uma obra simples, cujo conteúdo entretém e deixa o coração quentinho, no final das contas.

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Cândido, ou o Otimismo, de Voltaire

“Todos os acontecimentos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis”, é o que acredita o mestre Pangloss, e é a doutrina de vida que ele compartilha com seus seguidores. Amparado nessa crença, o personagem Cândido mantém-se otimista em qualquer situação, mesmo que o mundo caia sobre sua cabeça. Mas, por algum motivo, a vida perfeita e pacata de Cândido sofre um forte abalo e ele acaba expulso do castelo na Westfália onde vive; iniciando por aí uma sequência de acontecimentos que poderão colocar em dúvida a sua fé de que nada de ruim pode acontecer nesse mundão lindo de meu Deus.

Esse é o plot de “Cândido, ou o Otimismo”, conto filosófico (com tamanho de novela) escrito por Voltaire em 1758. Mas fique calmo, amore, porque é sempre bom relembrar: não é porque uma obra foi escrita há séculos atrás, que ela é ininteligível para a nossa geração, hein?! Existem muitas traduções atualizadas e resenhas sobre o livro na internet, e vale a pena dar uma chance para ele.

Na época de lançamento de “Cândido”, Voltaire causou um escândalo na sociedade devido ao conteúdo da obra. Ele conseguiu inserir fortes críticas contra a nobreza, os governos e a igreja, ridicularizando-os em um tom irônico que fica disfarçado na suposta inocência da história.

Ah, e só pra constar: a história de “Cândido” serviu de inspiração para um filme brasileiro estrelado (e dirigido) por Mazzaropi em 1954; já em 2016, inspirou também a criação da novela “Êta Mundo Bom”, da Rede Globo. Em ambas as produções, “Cândido” é transformado em “Candinho”.

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Bônus: Na Praia, de Ian McEwan

Okay, eu simplesmente não consegui não citar essa obra também, sorry. Falando sobre clássicos e leituras rápidas para as férias, lembrei demais dessa leitura que fiz no ano passado.

Ian McEwan já é, praticamente, um autor de clássicos contemporâneos. Pelo menos depois da publicação do incrível “Reparação”, percebo o quanto ele é considerado como tal. Uma obra dele que não vejo ninguém comentando, porém, é “Na Praia”, um conto curtinho (cerca de 108 páginas) publicado originalmente em 2007.

A história se passa no início dos anos 60 e gira em torno de Edward e Florence, ingleses recém-casados que estão indo para sua noite de núpcias. Ambos são muito tímidos com relação aos sentimentos, e principalmente na hora de transformar o amor que sentem em gestos de carinho. Eles são criados em uma sociedade de aparências, onde o sexo antes do casamento é expressamente proibido e as demonstrações de carinho – mesmo entre namorados – são vistas como atos de pura devassidão, rechaçada pelas famílias. A distância física e mental entre o casal, assim como a falta de comunicação entre eles, faz com que uma questão problemática se torne algo ainda mais complexo, maior até do que a capacidade do casal de resolvê-lo.

É impressionante como, em poucas páginas, McEwan consegue trabalhar os perfis dos personagens principais, fazendo com que o leitor se sinta desconfortável e tímido junto com eles. A escrita do autor nos prende ao livro, e a leitura é muito rápida. Mesmo se tratando de um conto, já dá para perceber o porquê do hype em cima de suas outras obras

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