Provavelmente temos alguns estudos que comprovam o título desse texto, e a sua avó ou o seu avô também já deve ter soltado alguma frase assim algum dia. Só que hoje nós não vamos falar sobre essas duas situações. Hoje… Eu quero falar com vocês sobre algo que faz muito mal, e infelizmente está se tornando cada dia pior na internet.
Você com certeza já deve ter acessado algum blog, site, canal no youtube, conta no instagram e visto algum comentário de ódio, certo? Nem sempre os comentários passam por aprovação e nem sempre eles são apagados. Já notaram como eles brotam do nada e sempre por algum motivo que não conseguimos compreender e o pior em algumas vezes nem sequer existe um motivo pelo comentário. E eu não estou falando de uma crítica. Críticas são construtivas, podem ajudar a melhorar, nos levam a observar nossa atitude e melhorar o nosso trabalho.
Mas não estamos falando sobre críticas.
Estamos falando de ódio.
Uma palavra forte e que toma proporções gigantescas na internet. Um lugar onde querendo ou não, acabamos expondo nossa vida até mais do que o saudável e isso acaba gerando um sentimento incomum – e que não deveria ser estimulado – de que qualquer um pode falar o que quiser sem pensar duas vezes. Tudo é permitido, basta um clique.
Dizer que fulano é feio, idiota e bobo virou normal. Mas quem nunca brigou com um coleguinha e acabou soltando essas palavras quando estudava na escolinha, não é mesmo? Pois é… Mas nós crescemos, evoluímos e amadurecemos, certo? Errado! A gente continua muito parecido com o que éramos pelo simples fato de que é muito fácil ser um anônimo na internet.
Não gostar do trabalho de alguém virou motivo para seguir, perturbar e acabar com o sono da pessoa em todas as redes sociais, comentários em blog e até mesmo a criação de algum blog/site/tumblr para falar mal, criticar e até sujar a imagem alheia. Já parou para pensar o quanto isso é triste e destrutivo?
Eu não apareci em nada disso. Não, não tem ninguém me enchendo de comentários. Não… eu não estou sofrendo com isso.
Não estou sofrendo com isso diretamente, mas vejo isso em qualquer lugar que ando. E isso incomoda.
Eu venho falando para amigos próximos que não nasci pra internet, e a cada diz eu sinto que isso é mais verdade. Mas eu trabalho com internet (não só com o Pausa, mas sou Social Media), passo muito tempo online e lidar com isso faz mal. E você pode dizer: “Me desculpe Anna, mas é assim. Saia da internet então se não quer ver isso“. E É AÍ QUE EU QUERO CHEGAR!
Já notou como isso se tornou comum e normal? Até mesmo banal?
Usar o anonimado para poder “soltar a sua raiva” virou algo muito comum. Criar fakes para trabalhar para destruir uma imagem ou atacar alguém diretamente virou hobbie e a gente se acostumou. Chato né?
Eu posso não chegar a lugar nenhum com esse texto, mas queria compartilhar esse pensamento com vocês. Eu não sou a pessoa mais certa, feliz e boa moça do mundo. Mas eu sinto por cada pessoa que ouve ou precisa ler esses comentários por aí. E as vezes… ver sua foto, post, conteúdo sendo usado de chacota por algum site que ganha com cada clique seu em anúncios, já que você aproveitou para rir um pouquinho quando o acessou.
Eu não vou salvar o mundo ou mudar a internet. Eu sou só a Anna.
Mas eu posso tentar falar com vocês, com quem eu compartilho um pedacinho do meu mundo.
Se é tão fácil odiar alguém pelo que ela é na “rede mundial de computadores”, será que não poderíamos também tentar entender que do outro lado da “tela” tem uma pessoa como nós? Um ser humano que muitas vezes usa o seu blog, rede social, site ou canal no youtube para ser alguém melhor… sair de uma situação onde ninguém a compreende e até sair de uma situação financeira ruim? Arrumar um trabalho, encontrar o seu caminho… Ser alguém melhor?
Assim como o mundo, a internet precisa de um pouco mais de amor. Não somos zumbis para ignorar qualquer coisa e nem somos obrigados a gostar de todo mundo. Mas será que ter a consciência de que algumas coisas não deveriam ser faladas ou feitas é muito difícil? Pensar no “será que eu falaria isso se não estivesse anônimo” não poderia ajudar o nosso convívio online?
Eu não sei se você vai ler até aqui esse post. E provavelmente você que chegou até aqui, não é alguém que precisa ler esse post. Mas pode ser alguém como eu, que se sente incomodado com essa atitude e até já viu pessoas próximas e amigos desistirem de trabalhos fantásticos e bons que poderiam construir na internet por “ódio” alheio. Por não aguentar ou ter medo de que as ameaças online possam partir para o mundo offline.
Você já teve alguma experiência assim? Como lidou com isso?
Algumas vezes eu recebi comentários maldosos no Pausa. Mas eu sempre exclui e tentei não ligar para o que estava escrito, eu sei que não sou aquilo.
Mas e as pessoas que não conseguem lidar com esse tipo de situação?
Será mesmo que elas deveriam se privar da internet simplesmente por ter gente “usando isso aqui” que não consegue usar sem guardar o seu ódio e revolta para si? (oi, psicólogos existem, sabe?)
Acho que já me estendi demais.
Esse assunto é polêmico e sempre vai ser.
Mas hoje eu só queria que repetíssemos como um mantra:
Eu não sou melhor do que ninguém.
Eu não posso mandar em alguém só por acessar e acompanhar seu trabalho na internet.
Eu não tenho o direito de querer mudar a vida das pessoas.
Eu não preciso ser anônimo.
Eu posso aprender a respeitar o espaço e o direito alheio.
Eu posso ser feliz sem fazer alguém se sentir pior.
E talvez… isso não valha só para o bom convívio na internet.
Talvez… isso valha para a vida toda. 😉
Pois é, Anna, pessoas assim me entristecem. Se você não se identifica com alguma coisa não é muito mais fácil deixar pra lá? Pra que ficar indo atrás tentando diminuir o trabalho de outra pessoa? Eu imagino que essas pessoas que vivem de ódio devem ser muito tristes e sem amor. Espero que um dia elas se libertem disso! ?
A gente precisa de mais amor, Amandinha ?
Pra mim, a melhor forma de expressar a minha opinião sobre isso é com duas das minhas várias preferidas webcomics.
Primeiro uma do Gavin Aung, do Zen Pencils (achei traduzida e completa pelo Complexo Geek): http://complexogeek.com/2014/03/22/o-monstro-do-odio-gratuito/
E depois, essa tirinha ótima da Kate Leth: http://kateordiecomics.com/archive/dont-be-a-dick/
Eu gosto sempre de pensar que posso ser melhor, sempre. Já fui bastante reclamão a pouco tempo atrás, em diversos pontos. Mas percebi que o mundo realmente não pensa igual a mim, e deixar tanta energia negativa como meu próprio legado, minha marca, não é algo que desejo. Além de fazer mal aos outros, de certa forma também faz a si próprio…
To amando essas tirinhas! Obrigada pela dica Nicolas!
Super concordo com tudo que você escreveu.
Estamos todos aberto a críticas construtivas, mas as pessoas não sabem diferenciar uma critica de uma ofensa.
E hoje é tudo muito fácil sair distribuindo “opinião” por de trás do anonimato. Lamentável que o mundo da internet esteja indo para isso caminho. :/
O mundo não tá preparado pra internet, sabe. As pessoas se acostumaram com essa ideia de falar o que quer porque tem direito a isso. Meu namorado trabalha com redes sociais também e administra a fanpage de uma prefeitura. Você não tem ideia (talvez tenha) da quantidade de absurdos que surgem lá. Sempre lembro daquele episódio do Mr. Walker (do Pateta eu acho), onde ele é um cidadão de bem, mas quando entra no carro vira um grosso, estúpido e apressadinho. É tipo isso.
Particularmente, gostaria de poder me afastar o máximo possível disso, mas optei por trabalhar com internet e, mais do que isso, criar meu hobby ali. Tem dias que vc tem vontade de largar tudo :/
Ótimo texto, mocinha. :**
Sabias palavras cara amiga Anna! o mundo estar cheio de rancor, ódio e malícia! precisa mais de amor, bom senso e respeito mútuo! se não gostas, ignora, não liga!Afinal, o mundo não gira em torno de si, e a sua opinião, não é assim tão importante a ponto de mudar o rumo de outras vidas! Pensa que, se você não gosta, em algum lugar certamente haverá quem aprecia!Você não é obrigado a gostar de quem quer que seja, mas com certeza deve respeitar as mesmas! Internet é local público, não o seu quintal ou sala de visita!Mas uma vez, parabéns pelo belíssimo texto e, bom dia!
Anna, seu texto é MUITO verdade, infelizmente =/
Também escrevi um desabafo similar no blog dia desses.
É triste demais saber que as pessoas sentem prazer em denegrir a imagem de quem nem conhecem. Como se isso as fizesse se sentir melhor ou algo assim. É como você disse, ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas há de se praticar o respeito em tudo em nossas vidas.
A internet permite muito desaforo e ódio gratuito, protegidos pelo anonimato muita gente parece que deixa aflorar seu pior lado.
Mas, enfim, não devemos desistir. Também tem MUITA coisa boa e gente bacana que a internet nos traz e nos permite conhecer. O negócio é focar no lado bom e tentar, o máximo possível, ignorar o que não faz bem.
Beijão, lindona!
É bom saber que não estou sozinha nessas horas e tem gente que pensa como eu.
Duda Linda <3
Eu concordo totalmente com a sua opinião. Vejo muitas pessoas na internet brigando por causa de fanbases de jogos, dizendo q as fanbases são “câncer”. Vejo pessoas brigando por causa de shipps, por motivos aparentemente inúteis. Muitas pessoas já julgaram algumas coisas minhas, como, meus shipps, fanbases dos meus jogos favoritos…e eu me senti mal. Eu estou me sentindo muito mal, mas agora que li esse artigo, me senti melhor em relação a isso. Obrigada.