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Análise – Castlevania Lords of Shadow 2

Eu sempre pensava que um jogo de Castlevania começava com alguém escrevendo Drácula num pedaço de papel e trabalhando as ideias dali, só não esperava ele se tornar o protagonista e não o vilão, por si só, essa ideia já vende o jogo. Lords of Shadow 2 é o episódio final na trilogia encabeçada pela Mercury Steam, acompanhado do game original e de Mirror of Fate, jogo de 3DS. É bom lembrar que haverá spoilers que não pertencem a esse mundo e que não são nada mais que uma pilha de segredos.

Vamos começar violentamente, Gabriel Belmont, protagonista do primeiro LoS, se transformou no príncipe das trevas, Dracul! Após muitos anos em um sono profundo, Drácula acorda, sem seus poderes, e se alia à Zobek, a própria Morte, a fim de concretizarem um ideal mútuo: impedir Satã e seus acólitos de destruírem a Terra. Gostaria de mencionar que Zobek é dublado pelo sempre excelente Patrick Stewart, esse cara não cansa de ser foda.

Há chefes bem criativos e divertidos no game

Eu devo dizer que gostei do enredo, foi algo bem construído, com um tom bem pesado e com alívios cômicos na hora certa (que me lembro, só quando se entra em contato com o Chupacabra). Entretanto, tudo aparenta ser exagerado, como se os desenvolvedores tivessem pensado demais e acabaram não fazendo sentido em algumas partes e, fora isso, não acho que história e gameplay casaram e vou explicar a razão.

Primeiro de tudo, você esta no controle do grande Drácula, o mais importante e poderoso vampiro da mitologia e isso é algo totalmente descaracterizado quando se deve transformar em um rato pra escapar de demônios gigantes com canhões. Sim, é explicado o porquê disso, mas não há evolução. Perto do fim do game, você já recuperou todos os seus poderes e, mesmo assim, ainda deve se preocupar com esses momentos de stealth, algo completamente desnecessário e mal utilizado no game. O jogo é um hack and slash que não é ganho no apertar aleatório de botões e que exige habilidade, porém, os combos e poderes são facilmente aprendidos. Isso vai contra o enredo que, como disse antes, é exagerado, visível como os criadores se pensaram fazendo uma obra de arte, mas escorregaram no meio do caminho.

Você não odeia quando é o maior Vampiro de todos os tempos e deve se transformar num rato pra escapar de inimigos que provavelmente seriam menos que os próprios ratos pra você?

Havia grande oportunidade para um game realmente emocionante, desafiador e inovador, mas o resultado foi um game simplesmente bom, divertido, mas que não ficou à altura dos próprios padrões estabelecidos pelos seus dois irmãos. Por mais que tenha me divertido nas minhas horas dentro desse mundo, ficaram vários pequenos detalhes que me incomodaram, tais como o jogo se passar na modernidade. Uma cidade é construída aos arredores de Castlevania – eu não acho realmente que tenha sido uma ideia sábia – e é ai que se passa grande parte do game, é um pouco estranho ver Drácula quebrando lixeiras e hidrantes atrás de pontos de experiência.

E, por último, como spoiler definitivo, a luta final é broxante. Satã possui Alucard e você deve enfrenta-lo em um pedaço de carcaça de um monstro gigante que, aparentemente, esta caindo como uma folha em direção a Terra, porque a batalha deve ter durado uns 30 minutos e esta maldita carcaça nunca parecia sair do lugar e, quando a cutscene estabelecia, ela chegou à Terra em menos de 30 segundos. Aliás, esperava mais de Satã, teve inimigos no jogo que me deram mais trabalho que ele.

Bons visuais e uma imcomparável direção de arte são pontos positivos do título

Apesar de tudo isso, não se desanime. Lords of Shadow 2 continua sendo um bom jogo, com poderes realmente úteis, um senso gratificante de progresso e é bem divertido voltar e explorar todo o game novamente quando se adquire todas as habilidades especiais. Há homenagens aos games antigos e temos uma presença maior do clã Belmont no game, não se limitando apenas a Gabriel. A trilha sonora e a direção artística de Lords of Shadow 2 são outros pontos fortíssimos do game. O talentoso Oscar Araújo consegue criar temas simplesmente maravilhosos e o de Drácula consegue dizer muito do personagem sem precisar de palavras. Os desenhos e artes presentes no game me deixam com séria inveja e determinação, quero aprender a desenhar tão fodidamente como esse time.

Definitivamente há muito que se fazer e muita diversão nesta aventura de Drácula, só fica a sensação de que poderia ter sido MUITO melhor. Merece quatro xícaras de café.

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