“O ser humano é podre e egoísta, prefere o problema que já conhece a enfrentar o desconhecido com honra”.
Fazem algumas horas que eu terminei a leitura de “Bom dia, Verônica”, de Andrea Killmore em uma sala de espera de hospital enquanto aguardava a minha mãe terminar um exame. Ao contrário de muitos leitores que leram o livro de uma vez, sem intervalos, a minha leitura foi mais calma e levou bons três dias e ao final desses três dias, olhei para Verônica de um jeito diferente do que imaginava quando comecei a leitura com algumas expectativas, eu confesso.
PRIMEIRO LIVRO
“Mulher é que nem índio, se pinta para a guerra que enfrenta todo dia.”
“Bom dia, Verônica”, é o primeiro livro de Andrea Killmore, que resolveu começar com o pé direito jogando em nossa cara um romance policial cheio de vontade. Não sabemos quem é Andrea Killmore e sinceramente? Não precisamos. Eu sou dessas que ama autores que preferem não ser mais do que sua obra. Eu realmente acho (assim como Chuck) que muitas vezes não precisamos conhecer quem está ali escrevendo aquelas palavras, para não nos decepcionarmos.
Andrea Killmore trouxe para a literatura nacional uma obra policial cheia de suspense e muito ousada, com descrições corajosas e com força sobre uma série de acontecimentos que podem fazer gelar a sua espinha. Com o São Paulo como background para a história. O que eu acho muito importante. Afinal, a gente tem um país tão rico, qual é o motivo para não escrever sobre ele?
A realidade não é te mostrada apenas nua e crua, mas estraçalhada e morta. Com uma realidade doentia dos nossos demônios que podem assumir diferentes formas. Desde a violência até a traição.
VIOLENCIA CONTRA MULHER
Uma das coisas importantes quando falamos de “Bom dia, Verônica” é falar sobre como o livro aborda a violência contra a mulher. É importante a forma com que a autora nos revolta ao nos mostrar o tratamento que muitas mulheres tem ao denunciar uma agressão, um crime. Um tratamento infelizmente comum. Elas são desacreditadas, ignoradas e humilhadas por todos nós. Não apenas por autoridades responsáveis, mas seus próprios amigos e parentes. E essa nossa ignorância por essa situação infelizmente leva essas mulheres a morte.
Abuso, estupro e extorsão também estão entre os temas do livro. Eu disse que “Bom dia, Verônica” nós mostrava algumas visões sombrias e pesadas.
EXISTEM PROBLEMAS?
Talvez você possa me dizer melhor. Eu acredito que os problemas de um livro podem ser muito pessoais, nesse caso eu tive dois problemas em relação a “Bom dia, Verônica”. O primeiro deles é a forma talvez irresponsável que as coisas parecem acontecer no livro. Eu não trabalho em nenhum órgão policial, nem sou policial. Mas as vezes, Andrea Killmore faz parecer que é fácil demais fazer as coisas sem ninguém desconfiar. Isso realmente me incomodou quando Andrea não trabalhava e estava totalmente em prol da sua investigação particular.
Meu segundo ponto foi a motivação do nosso assassino ou talvez a falta dela. Apenas coisas que podem ser facilmente melhoradas em novos livros, com certeza.
CONCLUSÃO
Andrea Killmore fez um bom romance de estréia. Com uma narrativa rápida, instigante e veloz, acreditamos na sua escrita e acreditamos em seu desenvolvimento. Acredito que mesmo com os problemas que eu tive com a obra, relatados já nessa resenha, o livro cumpre o que promete e é muito melhor do que muitos romances policiais de autores que muitas pessoas amam e as vezes subestimam o leitor. Andrea tem futuro e se eu fosse você guardava esse nome pois com certeza ela vai nos surpreender com outras obras.
EDIÇÃO E EXTRAS
A Edição de Bom Dia, Verônica da Darkside Books conta com capa dura, marcador de fita e uma diagramação impecável. Os detalhes da diagramação completam a experiência de leitura para dar um clima ainda mais sombrio para a obra.
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ISBN-13: 9788594540171 | ISBN-10: 8594540175 | Ano: 2016 | Páginas: 256 | Editora: DarkSide Books
Andrea Killmore faz sua estreia com um livro que está destinado a se tornar uma referência na literatura policial brasileira. Amiga íntima do perigo, ela é uma revelação que não pode ser revelada, e seu verdadeiro nome continua um mistério. Em outra vida, ela foi alguém importante dentro da polícia. Após trabalhar infiltrada em um caso e sofrer uma grande perda pessoal, viu-se obrigada a assumir uma nova identidade. E com ela, uma nova vocação…
{ Esse livro foi enviado pela editora DarksideBooks. para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog }
Baci ;*
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Não sou muito fã de livros policiais (mas adoro seriados assim, vai entender oO) mas esse eu fiquei com vontade de ler quando anunciaram.
Eu amo os dois <3
Eu amo livros policiais e de thriller e Bom dia, Verônica está sendo muito bem indicado e comentado. Quero muito ler ainda esse ano e poder ter certeza que é bom mesmo! Parabéns pela resenha, adoro a forma como você faz reflexões das leituras e aponta o que ninguém diz.
Beijoos!