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Caçadores de Troféus – Parte II

Conforme falei no post anterior (você pode conferir aqui), vamos explorar um pouco mais a busca por troféus. Falei em outro post (veja aqui) sobre a arte chata de colecionar itens para ganhar um troféu e como isso muda a jogatina. Troféus chatos ou extremamente difíceis acabam anulando a diversão.

Hoje os troféus exigem dos produtores e criadores dos jogos maior criatividade. Quando um time não consegue criar boas conquistas, acaba apelando paras coisas que dividem o senso comum entre ter ou não ter. Algumas delas são tão escabrosas e sem sentido que acabam com qualquer diversão. Pensa comigo, você se rala todo para fechar um jogo na dificuldade mais absurda possível, enfrentando os inimigos com garra e determinação para chegar ao final e descobrir que todo o seu suor foi equivalente a um Bronze?  Outro absurdo é encontrado em F.E.A.R, onde você ganha(?) o troféu NOOB se tiver score negativo em uma partida on-line. Pior que essa, só WWE Smackdown vs RAW 2008 te dando troféu por você perder 5 lutas consecutivas.

Outra forma de conquista que está a todo vapor é a famosa “colecionar itens” (aquele post que falei acima). Esse tem de baciada. Caso você não tenha uma boa ideia  basta fazer como em GTA IV e encher a cidade de pombos e dizer para o jogador matá-los. Simples, mas para dificultar você coloca 200 (duzentos !?) pombos em vários lugares, até mesmo debaixo de um píer, local que o jogador JAMAIS vai passar perto, a menos que esteja caçando pombos. Outro exemplo claro disso está em InFamous 1 e 2 – mais de 300 (sim, trezentos :0 –  Santa Mãe de Deus!) pedaços de rochas para colecionar.

Além disso, temos o outro lado da moeda, com troféus que beiram a insanidade, como se conectar a 1.000 pessoas (sim, MIL pessoas – se eu pudesse, eu matava MIL) no NBA Live 07.

Além de (falta de) bom senso dos produtores, o jogador sofre com troféus co-op e multiplayer. Elas são para jogos que estão na crista da onda e possuem, de fato, um público fiel e constante. Para ilustrar, deixe-me contar um caso que aconteceu comigo: Comprei Need for Speed: Undercover no final do ano apssado (2012).  O jogo é de 2008. Tem um troféu que é correr 119 vezes no modo online. Tentei conectar e nada. Tentei de novo e nada. No final, depois de 14 tentativas e quase meia hora de espera, encontrei uma sala com UM jogador. Jamais consegui esse troféu. Ora, se o jogo for mais antigo, o multiplayer acaba e o troféu fica impossível de se conseguir. Não consegui participar de nenhuma corrida online simplesmente porque não havia ninguém lá para correr comigo.

Também existe o problema de condições antagônicas, aquelas que para darem o troféu, exigem uma ação contrária a normal. O jogador deve fazer algo estranho e contraditório, como perder as 5 lutas no WWE 2008 ou morrer 5 vezes em FEAR. Ninguém quer morrer, ainda mais, 5 vezes só para ter um troféu.

Então, é necessário inventar, criar novas formas de troféus, o que nos leva a pergunta: O que um troféu deve ter? Ou melhor: Como devem ser os troféus de um jogo?

Na minha opinião, os principais fatores que devem ser levados em conta são:

 

 

 

 

Desbloqueio Gradativo – Não adianta desbloquear tudo no começo ou no final do jogo. Dar uma platina de bandeja não resolve – como Terminator Salvation fez. Os troféus devem pipocar na sua tela no ritmo da historia apresentada e levar em consideração as premissas do game. Se o jogo possui 10 fases, melhor começar dando 1 Bronze nas 2 primeiras, outro para as duas próximas, assim sucessivamente. Terminado o jogo, podemos até pensar em um Prata ou Ouro (na dificuldade HARD).

 

 

 

 

Grau de Recompensa – Quanto mais difícil é fazer o que esta sendo requisitado, maior deve ser a quantidade de pontos recebidos pela tarefa. Matar 5 inimigos sem morrer é muito diferente de matar 10. É preciso equilibrar isso de maneira a recompensar efetivamente o jogador mais habilidoso.

 

 

 

 

Grau de Exploração/Conhecimento – Fazer o jogador “descobrir” o jogo cada vez mais sem, necessariamente, prendê-lo a historia principal. Side-quests e expansões são ótimas formas de aumentar o universo do jogo, porque não recompensar aquele explorador mais dedicado? Ou estimular aquele que ainda não conhece tudo?

 

 

 

Bonus – Já pensou como seria legal se, ao destravar um troféu, você ganhasse um uniforme alternativo para seu personagem? Pois é, esse tipo de bônus ainda não apareceu (hoje acontece o inverso, você desbloqueia o carro e ganha por isso). Novos cenários, roupas, carros, etc. poderiam ser liberados por conquistas, incluindo aquela espada mata-tudo que normalmente você só receberia ao final do jogo.

Grau de Diversão – As conquistas devem ter esse foco, divertir quem joga, não tornar o processo uma obrigação ou maçante. Em GTA 4, há dois troféus que exemplificam o certo e o errado em termos de diversão. O primeiro é a dos pombos. Repetitivo a exaustão, faz o jogador se cansar de tanto procurar os bichos pela cidade.Haja paciência, consulta em mapas na internet e verificadas em videos no Youtube para descobrir quais faltam. Mesma coisa das shard blasts de InFamous. O segundo são os stunt jumps. Esse é legal porque você pode fazer os saltos mesmo numa perseguição (podem até ajudar a escapar), além de ser divertido cruzar de uma margem a outra de um rio em uma moto em alta velocidade. Essa tênue linha é o fator mais importante para o sucesso dos troféus do jogo.

Os troféus fazem parte da jogatina agora e há muitos jogadores dedicados a desbloqueá-los. Só para terem uma ideia  ao site Mypst (www.mypst.com.br) possui mais de 43 mil usuários registrados, com mais de 28 milhões de troféus desbloqueados. É troféu que não acaba mais :). O site divulga o ranking semanal e mensal dos caça-troféus, além de ter uma estrutura bem legal para que você possa postar dicas nos troféus que já desbloqueou e ajudar aqueles que ainda estão à caça. Um tapa na cara de quem acha que videogame não socializa 😉 .

 

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