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[Cinema] O que achamos de: 360

O novo filme de Fernando Meirelles faz doer quem não devia.

Titulo Original: 360
Diretor: Fernando Meirelles
Origem: Austria / Brasil / França
Duração: 110min
Ano: 2011

Sinopse:Um olhar sobre o que acontece quando parceiros de diferentes classes sociais se envolvem em relacionamentos físicos. 360 junta uma moderna e dinâmica ciranda de histórias em uma só, ligando personagens de diferentes cidades e países em um conto vívido, cheio de suspense e profundamente comovente.

Vou confessar. Ultimamente eu penso umas cinco vezes antes de assistir algum filme do Fernando Meirelles. Sério. O pior, é que eu acabo sempre com a mesma sensação no final. Funciona assim: “Poxa! Filme do Meirelles, cara renomado, brasileiro e tals. Deve ser bom.” – Começa assistir o filme – “Pô. que filme chato!” – chega no meio do filme – “Caraca, que será que vai rolar agora. Preciso continuar, o filme é bom!” – Fim do filme – “É isso, então? Hum, legal.” E com 360 não foi diferente.

Em suma. O filme conta a história de pessoas que traem, se sentem mal por isso e como as suas escolhas afetam a vida de outras pessoas que nem sonhamos serem afetadas, e como as escolhas das pessoas afetadas nos afetam de volta. Daí o título: 360.

Vi muita gente por aí massacrando o filme, falando que é ruim, superficial e não trata os personagens como a trama sugere (a questão de tudo voltar ao início). Tudo bem. Até dá pra pensar deste modo no começo do filme. Mas chega uma hora, que você percebe o quão as coisas funcionaram. Depois que você assiste e pensa sobre o filme (coisa que todo mundo deveria fazer), é que você começa a entender e perceber a intenção da obra. É aí que você vê que não foi superficial. Cada personagem teve seu momento, teve sua história desdobrada, cada um em seu nível. Claro que nem tudo volta ao ponto inicial. Até porque não é assim. Nem tudo volta ao começo na vida real, e os filmes do Meirelles tem essa tentativa de fazer um retrato da realidade. Ele deixa o lado do “sonho” um pouco de lado, e parte da premissa de que o foco está no olhar sobre a realidade.

Ponto bacana do filme. Escolheram um elenco de peso pra estrelar. E diga-se de passagem, estrelar muito bem. Anthony Hopkins faz o seu papel com a maestria já conhecida. Ben Foster surpreende fortemente no papel de Tyler o maníaco sexual em recuperação; E Vladimir Vdovichenkov, que também faz muito bem a sua parte no papel de Sergei. Outra coisa legal, é a trilha sonora que envolve e ajuda a ambientar o filme, que conta desde o clássico francês a nuances de MPB.  E uma última coisa. Os enquadramentos e os ângulos deste filme me lembram muito Requiem for a Dream. Aquela coisa da sobreposição de planos e takes. Referência clara, que funcionou muito bem pra Requiem, mas talvez nem tanto para 360.

Pois bem, é isso. Deixo aqui minha visão de 360, na esperança que Meirelles se liberte da prisão dos roteiros internacionais e volte a criar masterpieces como Cidade de Deus.

Nota: 6/10

Mais em:http://www.360ofilme.com.br/

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