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Dungeons and Dragons mais do que só um jogo de interpretação

Se você acompanha o Pausa Para um Café, já reparou que agora em Janeiro estamos preparando alguns posts com o tema Janeiro Branco.

Janeiro Branco é uma campanha que visa a conscientização sobre saúde mental. O assunto é altamente importante nos dias de hoje e Para saber mais sobre a campanha Janeiro Branco, acesse o link: https://janeirobranco.com.br/

O Jhonatan está fazendo posts incríveis inspirados em jogos, eu não sou muito dos games digitais, mas tem um jogo que eu posso dizer que mudou minha vida e ele se chama Dungeons and Dragons! Então pegue seus dados, sua ficha e vamos conversar.

Eu já expliquei o que é o RPG nesse vídeo aqui em baixo que publiquei no canal do Pausa Para um Café há algum tempo, inclusive temos uma playlist inteira sobre RPG por lá.


Eu resolvi falar sobre RPG e saúde mental, pois para mim que vivi com crises de pânicos e ansiedade boa parte da minha adolescência, tive minhas sessões de Dungeons and Dragons com os amigos como grandes aliados.

É importante falar que eu fazia terapia e procurei um profissional nessa época o que foi fundamental para a minha saúde mental. Mas as horas jogando e narrando aventuras, transformaram a Anna que eu sou. 

Apesar de ser rodeado de preconceitoso RPG é formado por uma comunidade mais do que dedicada, que transformou o jogo criado por Gary Gygax e Dave Arneson em algo muito maior do que eles mesmo esperavam.

Desde a criação de um personagem, você é colocado a frente de muitas situações que te fazem lidar com situações e medos reais. Do luto ás escolhas. O RGP é rodeado de momentos que te fazem aprender a enfrentar estas mesmas situações resolvendo elas em um ambiente menos assustador que a vida real.

Eu que sempre tive sérios problemas em lidar com o luto após a morte de pessoas muito queridas, tive um embate real com meus medos quando uma personagem com que joguei e me apeguei durante dois anos, foi morta por um anjo do apocalipse ao salvar seus amigos. Arda era uma guerreira que defendia as pessoas que amava, a morte dela foi triste para mim, mas de certa forma me ensinou muito, como aceitar e viver após as pessoas partirem.  A morte de um personagem pode não ser fácil, mas ela vai acontecer, vai impactar no jogo e te faz começar de novo e esse é um ponto importante onde eu queria chegar.

Começar de novo e continuar são palavras muito importantes aqui. Seja começando uma nova aventura ou continuar mesmo depois que algo não sair como você planejava. O improviso no RPG é um treinamento pra vida e para as situações que vamos enfrentar. Seja no trabalho, na vida pessoal ou dentro de uma luta com orcs.

O RPG não é só Dungeons and Dragons. Muitos outros sistemas foram criados ao decorrer dos anos, inclusive o Tormenta que é um sistema brasileiro de RPG, ou o Tales From de Loop um sistema sueco onde você joga com crianças desvendando mistérios em uma pequena cidade nos anos 90.

Mas todos esses jogos tem algo em comum além dos dados e mistérios. A comunidade criada em volta dos jogos que está sempre pronta para promover o RPG e mostrar que a união faz a força para construir algo muito importante em volta de um jogo de interpretação e sorte.

Casos como o do ator Joe Manganiello que levou o D&D para crianças em um hospital nos EUA, são muito importantes para demonstrar isso. As partidas de D&D podem permitir que crianças levem seus dias de tratamento de forma mais fácil, divertida e cheia de aventuras com seus personagens.

Christina Jones conta em uma matéria o que Dungeons And Dragons lhe ensinou sobre Ansiedade Social. E suas palavras nos fazem lembrar que quando falamos sobre D&D temos em mente aquela visão clássica do nerd de óculos no porão de casa com seus livros com outros 4 meninos que não conversam com ninguém e assustam seus pais com seus papos estranhos sobre magos, guerreiros e kobolds enquanto comem cheetos e bebem refrigerante. Mas poucas vezes pensamos que quando estamos ali imersos em um jogo que podemos ser quem quisermos como um ladino com um passado obscuro, ou uma elfa princesa que luta ao lado de seu companheiro animal, não estamos presos em nossa ansiedade e sim livres dentro da nossa imaginação.

Em uma matéria muito interessante Chris Berg fala como os jogos de mesa são usados como forma de terapia social. Um projeto desenvolvido em Seatle chamado Oficina Wheelhouse, criado por dois jogadores de RPG que perceberam que os RPGs colaborativos tinham potencial inexplorado para a terapia narrativa é uma dessas formas. A técnica desenvolvida por eles encoraja os pacientes a se separarem de seus problemas, muitas vezes colocando-os em um contexto menos ameaçador.

E esse não é apenas uma ação isolada, Chris ainda conta em sua matéria que você pode conferir clicando AQUI sobre Jack Berkenstock um dos fundadores do Bodhana Group , uma organização sem fins lucrativos que defende o uso dos jogos de RPG de forma terapêutica. Eles são os fundadores da Save Against Fear, uma convenção anual de jogos de mesa na Pensilvânia que se concentra em RPGs como uma força de cura.

E se você quer conhecer um pouco mais sobre isso, recomendo um site que Chris indica em sua matéria, o http://www.rpgresearch.com/ , um site que tem o objetivo de ser um banco de dados sobre os muitos usos de jogos de mesa em serviços terapêuticos e educacionais.

É claro que eu posso ficar minha vida inteira falando sobre isso, mas uma hora esse post precisa chegar ao fim, como uma one shot divertida jogada em um sábado a noite com os amigos onde você consegue derrotar o mago necromante, salvar a pequena vila de pescadores e tudo tem um final feliz com uma boa cerveja de comemoração na taverna local.

Vou aproveitar para deixar alguns posts e matérias sobre o assunto que eu acho que podem ser interessantes para quem quer ler mais sobre o assunto.

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