“Olhando para mim você nunca diria que eu matei três pessoas. Não é justo.”
Vocês me conhecem, não posso ouvir que o livro conta a história de algum psicopata ou tem um “quê” de romance policial que eu já estou correndo para ler. E com Fábrica de Vespas não foi diferente. Infelizmente (para tristeza do meu analytics) eu tenho problemas com hypes, por mais que eu me empolgue, alguma coisa sempre me faz deixar a leitura de lado e voltar depois de algum tempo e novamente, com Fábrica de Vespas não foi diferente.
RESENHA EM VÍDEO:
Fabrica de Vespas foi lançado em Agosto de 2016 pela Darkside Books e muitas pessoas falaram sobre ele, depois que eu voltei da Bienal do Livro fiquei super empolgada para começar a leitura e encontrar ali mais um livro para amar. Eu comecei, mas não foi tão amor assim.
Calma, respira fundo que a gente já chega nesse ponto. Meu problema com a narrativa de Fábrica de Vespas foi que eu estava vivendo em 2016 e a narrativa da história de alguma forma me incomodava, decidi largar a história e voltar depois de algum tempo para conseguir terminar a história de Frank.
O livro lançado em 1984 foi a tentativa de Banks de finalmente lançar algo, depois de vários romances rejeitados. O autor resolver buscar algo que conseguisse abraçar o publico (e quem é que não curte uma história bizarra não é mesmo?). Fábrica de Vespas é uma história fácil de gostar, ela abraça todos os temas clássicos, gera um mistério e te deixa curioso, é mórbido e cruel e tem um final que pode impactar vários leitores. Tudo isso levou a críticas muito positivas quando o livro foi lançado e claro, algumas bem controversas por causa das descrições de violência escritas por Iain Banks.
“Nossas vidas são símbolos. Tudo que fazemos é parte de um padrão que, pelo menos em parte, decidimos. O forte cria o seu próprio padrão e influencia o de outras pessoas, o fraco tem seus caminhos traçados por alguém.”
A história de Fábrica de Vespas gira entorno de Frank, um rapaz estranho que mora em uma ilha e que nos conta logo de cara que matou três pessoas, e que olhando assim pra ele, a gente jamais diria isso. Enquanto ele nos conta um pouco de seus dia, descobrimos que ele tem um irmão que fugiu de um hospital e que está cada vez mais perto. Enquanto nosso protagonista nos conta sobre seus assassinatos, somos abraçados por todos os mistérios de sua família.
PONTOS NEGATIVOS:
Fábrica de Vespas claramente chegou com um propósito em seu lançamento e claramente podemos perceber sua influência sobre alguns escritos do gênero. Porém não vemos algo que nos faça crer que ele seja o melhor livro sobre jovens psicopatas. Eu não criei a mesma paixão por ele que eu tive com Menina Má por exemplo e eu acredito que boa parte disso vem da narrativa do autor, que muitas vezes demora muito para chegar onde precisa chegar.
Por mais que o livro seja curto, a história pode se enrolar por alguns caminhos que não precisava, minha impressão é que em alguns momentos o autor percebia que poderia entregar a história, e por causa disso leva o leitor correndo para outro caminho a fim de não revelar nada até o final.
PONTOS POSITIVOS:
Fábrica de Vespas conversa sobre a maldade humana, sobre como muitas vezes somos animais em uma selva sem lei. Somos produtos de um meio destruído e sujo e nossas crianças e adolescentes bebem dessa água. Iain Banks consegue trabalhar isso de uma forma inteligente e real.
Enquanto lemos as descrições de Frank sobre todas as coisas que ele já fez ou vem fazendo durante sua vida, a culpa pesa no fundo do coração do leitor. Não somos a mãe que o abandonou, não somos o pai que o negligencia. Não somos o irmão que foi embora, mas vivemos ali ao lado de muitas pessoas nessas situações.
Também acho que a discussão de até onde monstro e até que ponto humano, quando é construção e quando nascemos maus é bem feita e essa questão meio aberta, meio ambígua. Como se mesmo depois de todas as respostas ainda ficássemos com uma névoa sobre os olhos é com certeza uma das melhores escolhas do autor.
CONCLUSÕES FINAIS:
Acho que Fábrica de Vespas é uma boa leitura e muitos podem ter uma experiência muito melhor que a minha com a narrativa da história. Se você curte o gênero, gosta de histórias de crianças que nos fazem reavaliar nossas escolhas de sermos pais e cenas fortes, aqui temos um livro para sua wishlist.
Fábrica de Vespas trabalha nossos medos, nossos desejos e principalmente o pior lado de cada um de nós, seja como pai, como filho, irmão, mãe ou leitor. Até que ponto nossa busca inconsciente por controle pode nos levar? Muitas vezes os resultados são perturbadores.
EDIÇÃO E EXTRAS
A Edição de Fabrica de Vespas da Darkside Books conta com capa dura, marcador de fita e uma diagramação impecável. Os detalhes da diagramação completam a experiência de leitura para dar um clima ainda mais sombrio para a obra.
ISBN-13: 9788594540065 | ISBN-10: 859454006X | Ano: 2016 | Páginas: 240 | Editora: DarkSide® Books
Iain Menzies Banks (Dunfermline, Fife, 16 de fevereiro de 1954) foi um escritor britânico. Ele escreveu ficção realista como Iain Banks, e ficção científica como Iain M. Banks. O pai de Banks era um oficial do Estado Maior da Armada Britânica e sua mãe foi, por um tempo, uma patinadora profissional no gelo. Banks estudou Inglês, Filosofia, e Psicologia na Universidade de Stirling. Ele tornou-se conhecido por seus livros de ficção científica da série “A Cultura” (The Culture), sobre uma sociedade utópica futurista, cujo último livro publicado foi o “The Hydrogen Sonata”, de 2012. Seu último livro, publicado postumamente, foi “The Quarry”, sobre uma criança autista e seu pai que está morrendo de câncer.
{ Esse livro foi enviado pela editora DarksideBooks. para resenha no blog. Em compromisso com o leitor, sempre informamos toda forma de publicidade realizada pelo blog }
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