Vídeos Segunda, Quarta e Sexta.   SE INSCREVA

Search

[Resenha] Dead Space 3

Primeiramente eu deveria dizer que:

1 – Sou fã incondicional dessa franquia.

2 – Essa resenha contém spoilers dos games anteriores.

Por causa da minha ansiedade, desde quando terminei o segundo game da franquia Dead Space, eu comprei o jogo no lançamento. Faz pouco mais de 10 dias que fiz meu pedido e há 4 dias comecei a jogar.  Sabe como é… carnaval, feriado, trabalho. Demorou a chegar e demorei a começar.  Talvez eu puxe um pouco de sardinha para o meu lado, é claro, afinal esse jogo derrotou outros como Resident Evil e Silent Hill na minha cabeça. Hoje em dia se eu for pensar em um excelente game de survival horror, não posso dizer outro senão Dead Space. O maior vilão da trilogia, colaborando para que as pessoas já não se identifiquem tanto como aos demais citados, até pq alien perde fácil para demônios e zumbis, é ser construído dentro da ficção científica – mesmo eu sendo fissurado no gênero. Mas se nos focarmos apenas na prorrogativa de que é um jogo de horror e cumpre muito bem o seu papel no cenário atual, não tem como voltar atrás.

Isaac Clarke

Dead Space, desde o seu começo, apresentou uma história linear. O bom sentido disso é que ela é amarrada – as vezes até demais – e consegue nos pegar. A trama nos consome! E é aí que um jogo, seja ele qual for, consegue a imersão necessária. O protagonista da história chama-se Isaac Clarke, uma pequena homenagem a dois grandes escritores do gênero; Isaac Asimov e Arthur C. Clarke. Ele é um engenheiro espacial, especialista em sistemas de espaçonaves, e começa essa loucura toda a borda a USG Ishimura que é uma nave mineradora. Não quero me aprofundar em detalhes, mas Issac está indo para a Ishimura para resolver os problemas que possam estar havendo e também para resgatar sua noiva. Ou seja, temos uma mistura de dever (trabalho) e amor. Porém as coisas começam a ficar feias quando toda equipe Isaac percebe que alguma coisa muito errada está acontecendo.

The Marker

A nave está vazia e alguns indícios levam a crer que ocorreu uma espécie de ataque ou epidemia qualquer. Mais tarde descobre-se todo um núcleo alienígena que ainda não está 100% explicado. Esse organismo alienígena possui forma biológica, demonstrando ser uma espécie de vírus espacial ou algum outro microrganismo. Esse microrganismo se desenvolve após inocular um humano e então sofre mutações. Então, basicamente, os inimigos de Dead Space são monstros, em sua maioria humanoides, que sofreram mutações bizarras, chamados Necromorphs. As vezes nos deparamos com bichos gigantes, mas isso nunca foi bem explorado. Seriam os seres originais? Seria uma nova espécie gerada pela mutação? Enfim, não faço a menor ideia. Mas por trás disso tudo ainda existe um ponto psicológico, que foi introduzido em Dead Space 2, que liga uma religião à um elemento sobrenatural ou absurdamente tecnológico. Um equipamento é responsável por tudo isso: o Marker. Ele é um tipo de artefato muito grande que corrompe as pessoas. Não ficou claro se dentro dele existe uma tecnologia capaz de fazer modificações genéticas ou se o próprio vírus está nele, mas esse é um dos melhores pontos da história.

Fica visível que o game nos confunde um pouco, ou não deixa muita coisa explicada. Isso pode ser apenas comigo, porque joguei o antecessor de Dead Space 3 há mais de um ano. O primeiro então… bem antes. Outro detalhe que ajuda nessa confusão é não ser fluente em inglês. Dá para o gasto, mas quando queremos vasculhar o cenário ou simplesmente observá-lo, acabamos perdendo a legenda, e a história, naquela parte, vai completamente pro saco. Além disso, existem audio logs, vídeo logs e text logs que aprofundam ainda mais o roteiro. Através deles descobrimos casos de pessoas que estavam no local antes do ataque alienígena. Eu disse, é bem imersivo!

Infelizmente existem problemas para quem não saca nada de inglês. Nenhum dos games apresenta legendas em português. Áudio nem se fala. O mais engraçado é que muitas vezes as desenvolvedoras, as produtoras ou até mesmo as distribuidoras lançam o jogo oficialmente no Brasil, com suporte e tudo mais, mas esquecem que não falamos sua língua.

Mas esse post diz respeito ao terceiro game da franquia. Senhoras e senhores, eu lhes apresento DEAD SPACE 3. Uau… o que dizer primeiro? Acho que antes de qualquer coisa todos os que não acreditaram no título deveriam ficar reclusos por alguns dias. Dead Space 3 não é recheado de novidade, devo confessar, mas continua fiel à sua proposta. Desde o começo a aposta era a de meter medo. O forte da franquia nunca foi assustar, mesmo tendo algumas passagens que quase arrebentam corações, mas a ambientação juntamente com a trilha sonora e o som faz com que qualquer uma arregale os olhos.

Nesse capítulo, composto por 19 partes incluindo o prólogo, Isaac não tem apenas os necromorphs como inimigos. Junto à eles são adicionados humanos. Um tipo de resistência que é a favor da vinda dos alienígenas através do Marker. No segundo jogo isso era mais puxado para religiosos ensandecidos e não os apresentava como inimigos a serem alvejados, mas agora essa resistência é militar e bate de frente com quem quer destruir o Red Marker, sendo necessário meter bala neles.

Por um lado ficamos com um pouco de “mais do mesmo” durante a jogatina. Quem conhece já sabe: aciona reator, vai atrás de uma bateria, resolve um puzzle para abrir uma porta ou elevador, flutua pelo espaço para chegar em outra plataforma… e por aí vai. Só que isso é divertido. Na franquia Dead Space utilizamos um traje espacial que permite o uso de duas coisas usadas sempre durante a campanha. Uma é chamada de kinesis e a outra de stasis. Kinesis é uma espécie de energia que emitimos pelas mãos, possibilitando trazes objetos até nós. Com isso também podemos pegar partes dos monstros para usar como arma. Uma telecinese artificial. Stasis é uma outra energia que nos permite diminuir a velocidade de um alvo, como se desacelerássemos o tempo. Quase que um congelamento de plasma. Esse mesmo traje também sustenta mecanismos de oxigênio e propulsão, nos dando ar e nos mantendo na direção quando estamos em gravidade zero. Todas as informações importante do personagem está à mostra na parte de trás do traje e é exatamente por onde visualizamos Isaac, já que o game é em terceira pessoa. Isso deixa a tela limpa e transmite tudo de forma inteligente e dinâmica. E os gráficos… £@$#!!! Incríveis.

A maior diferença na jogabilidade encontra-se na mudança dos cenários. Grande parte do jogo ainda se passa no espaço e dentro de naves. Lugares fechados e claustrofóbicos, mas existe um planeta. E é nesse planeta que devemos chegar. Quem jogou a demo conhece e experimentou a novidade. Mas mesmo no planeta existem bases e corredores subterrâneos. Afinal não é muito interessante ficar trabalhando a céu aberto quando a temperatura está bem abaixo de zero e os ventos estão fortíssimos. O que também foi muito criticado é a maior porcentagem de ação aplicada nesse sequência. Metade do mundo já chamada Dead Space 3 de o novo Resident Evil, já que essa segunda franquia esqueceu do terror faz tempo. Isso não aconteceu. O terror diminuiu, mas a explicação da desenvolvedora é a continuidade do roteiro. Isaac agora está experiente na luta contra esses bichos. Ele tinha que estar mais preparado. Não é a toa que logo no início do game ele toma partido e dá algumas ordens, contrariando um dos personagens.

John Carver

Muitos elementos foram introduzidos ao game. O primeiro e mais divertido é a opção co-op, onde podemos jogar com um amigo em privado ou com qualquer um disponível para o modo público. A história toma o mesmo rumo, mas as cutscenes mudam, colocando ao seu lado o sargento John Carver e até mesmo acrescentando informações em modo de diálogos. O segundo é o modo de fabricar armas. Você pode alterar as armas que possui desde o início da campanha ou pode criar uma nova arma a partir do zero. Basta encontrar essas partes conforme a campanha avança. Somado a isso também está a opção de fabricar itens de primeiros socorros, munição e outras benefícios. O terceiro e não menos importante é o escavador que ganhamos para coletar itens de uma área enquanto não estamos nela. É um robozinho, que fica perambulando para lá e para cá e depois retorna ao bench (área de manutenção) com presentinhos.

Scavenger Bot e Weapon Craft

Uma outra mudança que ocorreu, mas que não chama muita atenção, é a possibilidade de comprar essas partes das armas com dinheiro de verdade. Até o momento eu não consegui fazer. Não que eu vá gastar dinheiro com isso, mas eu procurei para ver como funcionava. A única opção parecida que encontrei foi a compra de kits/packs, que trazem armas e trajes já manufaturados. A própria Visceral Games, realizadora do game, disse que isso serve para os apressadinhos, porque todas essas partes podem ser encontradas no game. Só vai depender do seu nível se exploração e paciência.

Eu não posso terminar essa resenha, que se tornou uma babação de ovo, sem falar para que todos os fãs de games, e principalmente do gênero survival horror, joguem Dead Space. Desde o primeiro! É um dos poucos hoje em dia que não decepcionam.

Sair da versão mobile