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[Resenha] Eu, Anna de Elsa Lewin | @editorarecord

Anna Welles, 50 anos, divorciada, mora em um minúsculo apartamento com a filha adolescente em Nova York. Sentindo-se perdida e desamparada depois do fim de um casamento de quase trinta anos, ela busca meios de se reerguer. Em uma noite, depois de uma festa para solteiros, Anna acaba no apartamento de um estranho, e, de repente, toda a frustração e a solidão vêm à tona. E o que se segue é o início de seu pior pesadelo.

Caro leitor, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO DA SUA VIDA QUE AINDA NÃO LEU ESSE LIVRO? Porra véi. Por favor, caro leitor, venha ler comigo.

Talvez, assim como eu, muita gente não saibia que em 6 de setembro estreará no Brasil o filme “Eu,  Anna” dirigido por Barnaby Southcombe e estrelado pelos atores Charlotte Rampling, Gabriel Byrne, Hayley Atwell. Esse filme é inspirado na obra de Elsa Lewin. Não consegui dados que eu pudesse confiar sobre a autora, mas vocês podem conferir o trailer do filme logo abaixo:

Eu, Anna é o livro de estreia de Elsa e narra a história de Anna. Uma Sra. de 50 anos de idade que está divorciada e acabou saindo na pior com a separação, sem dinheiro, sem casa e trabalhando como bibliotecária.  A história é intercalada entre outros personagens do livro e trabalha muito bem os pensamentos da protagonista nos momentos em que está sozinha pensando em sua vida.

Este livro é um dos lançamentos do mês da editora Record e apresenta um mundo diferente do que pelo menos os leitores da minha faixa etária estão acostumados. Um drama muito mais consistente. O Drama de uma mulher de 50 anos que viu a vida desbarrancar  e ela não pode fazer nada. Não estamos olhando aqui para uma menina de 16 ou 18 anos em dúvida entre o loiro e o moreno na história. Aqui encontramos uma mulher que não pode desperdiçar dinheiro nem para comprar um guarda chuva novo. Que saiu de uma vida de status para morar em um apartamento em um bairro desfavorecido.

Lewin conta para o leitor de uma forma muito bem elaborada os dramas pessoais de cada personagem. Alguns são mais interessantes que outros, justamente por serem pessoas muito reais. E logo, terem dramas e histórias de vida que podem ser encontradas até mesmo na sua casa. São diferentes famílias passando por separações, problemas com filhos, confronto de gerações e vício de drogas.

A protagonista costuma frequentar de vez em quando algumas “festas para solteiros” onde pode conhecer outros homens da sua idade. Anna se passa por Allegra durante a história e conhece muitas pessoas, mas um dia em especial a vida da Anna acaba tomando um caminho sem volta em uma dessas festas. Ela acaba se envolvendo demais e no final é suspeita de um crime.

Anna é uma mulher machucada, com a autoestima machucada, ferida e talvez até estraçalhada. Anna quer se deitar com alguém, sente necessidade de se sentir atraente, feliz, desejada e amada. Anna precisa de atenção que não consegue ganhar nem da própria filha que de melhor amiga acaba virando uma das pessoas com quem mais consegue discutir.

A história é inteligente na forma com que trabalha a personalidade de cada personagem. Pois aqui ninguém é todo bom ou todo ruim. O policial responsável pelo caso central no texto é um homem de boa índole, confiável e profissional exemplar, mas dentro de casa passa os maiores problemas e também enfrenta uma separação com uma mulher muito confusa. Em uma relação que o amor já escorreu pelos dedos.

Em suma, o livro é um dos melhores que tive a oportunidade de ler para resenha nesse ano. Consistente e consegue te surpreender com um final digno de filme (agora até sabemos o motivo dele ir parar nas telinhas). Conseguiu me surpreender e querer terminar logo para poder conversar com vocês sobre ele. Elsa é uma autora que consegue superar muito autor que já escreveu muito livro e não conseguiu nos ensinar como se desprender de personagens.

Obs: O livro tem algumas cenas mais fortes de sexo, e essas cenas são seguidas de cenas de abuso sexual, tanto com uma mulher, quanto com um homem, pode ser forte para algumas pessoas.

Quanto a diagramação do livro e todo o trabalho gráfico eu não tenho nada de ruim para falar, a edição está muito bonita, até com uma fonte um pouco maior que o normal que ajuda muito na hora da leitura.

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