Desde eras longínquas, os malakins, anjos virtuosos e sábios, observam e estudam o progresso do homem. Mas eis que chega o século XX, e com ele a acelerada degradação do planeta. Os novos meios de transporte, os barcos a vapor e as estradas de ferro levaram a civilização aos cantos mais distantes do globo, afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso mundo e as sete camadas do céu.
Isolados no paraíso, os malakins solicitaram então a ajuda dos “exilados”, anjos pacíficos que há anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de agora, seria participar das guerras humanas, de todas as guerras, para anotar as façanhas militares, o comportamento das tropas, e depois relatá-las aos seus superiores celestes. Disfarçado de soldados comuns, esse grupo esteve presente desde as trincheiras do Somme às praias da Normandia, das selvas da Indochina ao declínio da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, foi isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo.
Carregado de batalhas épicas, magia negra e personagens fantásticos, Filhos do Éden: Anjos da Morte é também um inquietante relato sobre o nosso tempo, uma crítica à corrupção dos governos, aos massacres e extremismos, um alerta para o que nos tornamos e para o que ainda podemos nos tornar.
* ATENÇÃO: A resenha foi atualizada com as opiniões da Anna (@annaschermak) também. Para identificá-las suas partes estão em verdes.
GUERRA! Anjos da Morte pode ser resumido por essa palavra pequeninha. O livro 2, da trilogia Filhos do Éden e escrito por Eduardo Spohr, se passa em meio às mais sanguinárias guerras que a era moderna passou e na guerra política do céu.
Eu sou fã do Eduardo, adoro estudar a segunda guerra mundial (já comentei isso nessa resenha) e fui a pessoa que surtou quando leu Herdeiros de Atlântida com o dom de contar uma história, e dês desse dia, eu fiquei ansiosa pelo lançamento de Anjos da Morte.
Já no primeiro capítulo temos a eletrizante tomada da praia de Omaha pelas forças aliadas, no chamado Dia D. Temos Denyel passando pelas mesmas provações do desembarque que o Capitão John H. Miller, vivido por Tom Hanks passou em O Resgate do Soldado Ryan. Sim! O livro narra a trajetória do anjo da morte Denyel (s2) durante as guerras terrenas… FARDADO (grito feminino). Acompanhamos a Segunda Guerra Mundial, a Guerra do Vietnã e os conflitos no Líbano. Pra mim, ler Anjos da Morte foi uma aula de história vivida e contada por Denyel.
Lembra do estilo diferente de ensinar filosofia de o mundo de sofia? Pode parecer estranho, mas eu senti algo parecido aqui. Spohr trabalha muito bem tudo o que pesquisou para construir a história e passa isso para o leitor de uma maneira fácil de compreender e visualizar em todo o background da história.
Eduardo Spohr afirma que você pode ler o Livro 2 sem ter lido o Livro 1, mas eu não concordo com ele. O leitor que fizer isso perderá muitos detalhes, e não compreenderá a importância do arco vivido pela ishim Kaira, pelo querubim Urakin e hashmalin Ismael. Acompanhamos a história de Denyel no passado, e a busca pelo queribum por Kaira no presente.
Eu sou do contra, acho que você pode ler qualquer um primeiro, pode ler depois, antes, o que você não pode é deixar de ler e deixar de conhecer esses ricos personagens!
A saga do anjo Denyel na Terra é rica, bem construída e justifica o Denyel apresentado em Herdeiros de Atlântida. A forma como o anjo percebe o tempo terreno e a adaptação constante por ele sofrida humaniza o anjo da morte, culminando em conflitos entre a sua natureza de casta e essa nova “personalidade” terrena. O anjo luta contra as suas convicções, é testado o tempo inteirinho durante esse livro, de modo que você acaba sentindo pena dele. Ele é quebrado fisicamente incontáveis vezes, mas quebrado por dentro um número quase tão grande de vezes. Mas dizem que quanto mais você bate no aço, mais resistente ele fica, não é?
Eu até ia falar alguma coisa, mas a Dani disse tudo que eu poderia dizer sobre o Denyel. Eu nunca achei que um anjo poderia ser tão complexo, e o pior, que ele pudesse ser tão humanizado de uma forma que não perdesse seu lado angelical.
Kaira, a ruiva que nos foi apresentada (e apresentada a si mesma) em Herdeiros de Atlântida é a líder do grupo improvável formado por um querubim e e um hashmalin, na dura empreitada de procurar Denyel, no presente, após ele ter caído do rio Egnias. A ishim está mais forte e obstinada do que nunca, e acaba travando conversas filosóficas memoráveis com Ismael, o Executor.
O mundo criado por Spohr, o chamado Spohrverso, é complexo, cheio de relações políticas entre as castas, permeado por guerras e intrigas, o que dá personalidade a cada anjo inserido da trama, e fortes motivações para que cada um tome as decisões que acaba tomando. A similaridade entre esse e o cenários das últimas temporadas da série de TV Supernatural tem me deixado boquiaberta. Essa sensação se agravou quando li o prólogo do terceiro livro, Paraíso Perdido, onde é citado o anjo Metatron. Se você assistiu a última temporadas de Supernatural, vai entender muito bem o porquê.
Sou suspeita para falar de Anjos da Morte por ser uma fã incondicional da escrita do Eduardo Spohr. Confesso que amaria ler mais sobre a participação do meu amado Denyel nas guerras terrenas, principalmente na Primeira Guerra Mundial. Ou ainda ler mais sobre os anjos da morte, como Mickail que é apresentado tão rapidamente na parte da Segunda Guerra Mundial. Seria simplesmente incrível.
Já estou esperando o próximo lançamento, vai demorar muito para chegar ano que vem? Posso pegar meu Delorean e viajar no tempo até o lançamento do terceiro e último volume dessa trilogia?
Aconselho-os a, durante a leitura de Anjos da Morte, acessarem o blog do escritor, www.filosofianerd.com.br e acompanharem todo conteúdo extra que ele disponibiliza. Lá você poderá ver fotos dos cenários que inspiraram o autor, e os locais por onde o anjo da morte, e o grupo liderado pela Centelha passaram. Além disso, temos as músicas citadas na história, livros e filmes que ajudaram Spohr a escrever essa obra de arte.
Ambientação perfeita! O trabalho do Spohr em realmente aproximar o leitor da obra por esses pequenos detalhes como fotos em seu site e todo o pósfácio com dados, músicas e indicações é perfeito para deixar o leitor ainda mais no clima de toda a história que está lendo.
Principalmente para quem nunca foi para a Europa onde se passa grande parte da história. A pessoa não vai conseguir imaginar o Bosque de Bolonha ou o Le Procope. E isso faz a maior diferença na hora de construir toda a cena na sua cabeça. Acredite.
Eu não tenho dúvidas sobre a nota que Anjos da Morte, o segundo livro da trilogia Filhos do Éden, merece. Claro que nada menos que 5 xícaras de café cremoso e quentinho no Le Procope.
Minha nota está abaixo na nossa avaliação de sempre, melhor dessa forma porque meu café acabou enquanto devorava Anjos da Morte durante a noite.
PS: Morra, porque tem um cachorro lindo na história, mas eu não vou falar o que ele faz não ^^
Gostou? Claro que sim, né? Então clique aqui e corra comprar o seu!
Hum… Tem alguma forma de eu ver as resenhas do Pausa por colunista? Não achei nenhum menu do site que desse =/
Ok, apaga, acabei de achar xD