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[Resenha] Proteja-me de Juliette Fay | @Novo_Conceito

 Quatro meses após a morte do marido, Janie LaMarche continua tomada pela dor e pela raiva. Seu luto é interrompido, no entanto, pela chegada inesperada de um construtor com um contrato em mãos para a obra de uma varanda em sua casa. Surpresa, Janie descobre que a varanda era para ser um presente de seu marido — tornando-se, agora, seu último agrado para ela

Conforme Janie permite, relutantemente, que a construção comece, ela se apega aos assuntos paralelos à sua tristeza: cuidando de seus dois filhos de forma violentamente protetora, ignorando amigos e família e se afundando em um sentimento de ira do qual não consegue se livrar. Mesmo assim, o isolamento autoimposto de Janie é quebrado por um grupo de intervenções inconvenientes: sua tia faladeira e possessiva, sua vizinha mandona, seu primo fofinho e até Tug, o empreiteiro.

Quando a varanda vai tomando forma, Janie descobre que o território desconhecido do futuro fica melhor com a ajuda dos outros. Até daqueles com os quais menos esperamos contar.

 

Proteja-me é acima de tudo uma historia de superação. De uma mulher de 38 anos, com dois filhos pequenos que perde o marido num acidente, e que tem que superar os desafios, principalmente os emocionais.

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Janie no começo do livro é uma pessoa amarga, ríspida, ela explode por coisas pequenas, o que fez com que eu ficasse com certa “raiva” dela. A autora consegue através disso demonstrar o estado emocional da Janie de forma orgânica. Ela é uma pessoa que perdeu a esperança e que a única coisa que a faz continuar andando é seus filhos.

E o livro lida com o esse lado de Janie de forma excepcional. Janie cada vez mais se fecha para o mundo exterior, enquanto ela tenta afastar amigos e familiares, eles se impõe em sua vida. E mesmo a contragosto, esses personagens, ajudam Janie lidar com suas emoções.

A historia nos apresenta a vida de um protagonista emocionalmente quebrado. E de como aos poucos ela pode superar o que aconteceu, e se permitir sentir novamente. Janie cresce como personagem ao longo da historia, se tornando uma pessoa diferente no final do livro do que no começo, mas é um mudança sutil, que eu só reparei quando parei pra pensar realmente.

Eu senti falta de conhecer a Janie antes da perda do marido. Um prelúdio talvez, eu sinto que isso me ajudaria a me envolver mais com a situação da Janie e faria toda essa superação algo muito mais relevante para mim.

Eu também reconheço que o livro deve ser muito diferente para alguém que já passou por algo semelhante, pois apesar de que cada pessoa lida com o luto diferente, essas experiências devem sem dúvidas tocar de forma muito mais profunda.

A Edição da Novo Conceito como sempre está ótima, com folhas amarelas, o que hoje em dia eu considero quase que essencial. Única coisa é fonte usada quando a protagonista escrevia no diário, que me incomodou um pouquinho, mas nada que atrapalhe a leitura.

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