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[Resenha] Sangue Quente de Issac Marion | @LeyaBrasil

“Quem é essa garota? O que ela é? Ela é tudo. O corpo dela contém a história da vida, relembrada pela química. A mente dela contém a história do universo, relembrada pela dor, alegria e tristeza, ódio, esperança e maus hábitos, cada pensamento de Deus, passado, presente e futuro, relembrados, sentidos e esperançosos, todos de uma vez só.
— O que faremos? — ela pergunta, me confundindo com seus olhos, os vastos oceanos em sua íris. — O que sobrou que podemos fazer?
Não tenho respostas para ela. Mas olho para seu rosto, as bochechas pálidas e os lábios vermelhos brilhando com vida e macios como os de uma criança, e entendo que a amo. E se ela é tudo, talvez essa seja a resposta. Puxo Julie para mim e a beijo. Pressiono os lábios dela contra os meus e puxo seu corpo para mim.”

Tenho hoje uma difícil tarefa, poderíamos chamar de dissecação, pois vamos refletir sobre os zumbis de Sangue Quente!

Depois de assistir os 4min. do trailer de “Meu Namorado é um Zumbi” divulgado na ultima semana eu senti uma grande necessidade de conhecer o livro. Por qual motivo? Queria entrar no cinema sabendo o que esperar para poder julgar com propriedade.

Sempre tive uma paixão por zumbis, eu creio que isso começou por jogar muito Resident Evil quando era pequena, Jill Valentine foi minha heroína preferida nos games por muito tempo.

Então, apesar da minha resistência que durou muito tempo resolvi comprar o ebook e começar a ler. E o que posso dizer? Que podemos analisar Sangue Quente de Issac Marion de DUAS FORMAS, uma delas eu compreendo muito bem o livro, na outra podemos dizer que eu desisti da humanidade.

É um fato que os fãs tradicionalistas não vão gostar de Sangue Quente. Aqui o apocalipse zumbi é explicado do ponto de vista de um zumbi. “R” é um “sobrevivente-morto-zumbi” que começa a nos contar a história da sua “morte” onde ele não sabe como aconteceu. Ali passamos a descobrir como essa nova sociedade zumbi foi reorganizada e como eles hoje até casam e cuidam de seus filhos mortos adotados.  O interessante é: aqui os zumbis são diferentes em um todo dos tradicionais mortos-vivos que estamos acostumados a conhecer de tantos livros/séries/filmes. Issac Marion deu um sentido até mesmo muito poético para a vontade incessante que os zumbis tem por comer cérebros. Aqui eles sobrevivem das memórias dos humanos para continuar vivendo. Pequenos resquícios desses pensamentos, lembranças são como uma droga que lhes dá mais um pequeno pedaço de vida.

“Estou morto, mas isso não é tão ruim. Aprendi a conviver com isso. Desculpe não me apresentar da forma correta, mas não tenho mais um nome. Dificilmente algum de nós tem um. Nós os perdemos como perdemos chaves de carro, os esquecemos como esquecemos de alguns aniversários. O meu talvez começasse com R, mas isso é tudo que sei. É engraçado porque quando eu era vivo, sempre me esquecia do nome das outras pessoas. Meu amigo M diz que a ironia de ser zumbi é que tudo é engraçado, mas você não consegue rir, pois seus lábios apodreceram.”

O problema é. O livro tem uma justificativa fácil, aqui resolvemos sair a francesa e arrumar qualquer que seja a desculpa para curar os zumbis e o mundo voltar a ser o que era antes.  Curar zumbis com compreensão e amor parece algo estranho para você? Pois é. É estranho mas é o que Issac resolveu colocar na sua história. Apesar dos zumbis serem mortos vivos mesmo, comerem as pessoas e atacarem em bando para se proteger, o livro consegue ter uma dose de fofura muito grande. Uma paixonite surge no meio do caminho e acaba destruindo os planos de acabar com a terra em um mar de mortos vivos.  Os zumbis começam a ser compreendidos, e a vida começa a voltar.

Eu sei o que você está pensando agora, “MEU DEUS CREPUSCULARIZARAM OS ZUMBIS!” “ATIVEM O PROTOCOLO BLUEHAND CONTRA A HUMANIDADE PORQUE TODO MUNDO ENLOUQUECEU”. Eu sei, eu também pensei nisso, mas como um pequena luz que eu vi no fim do túnel algo clareou a minha mente para compreender Sangue Quente. E percebi que todos nós estávamos errados.

O livro pode ser comprado como 2 coisas, como disse no começo. Na primeira delas como citei você pode jogar na mesma pilha do livros escritos pela Meyer, e R e Eduard seriam amigos de infancia, onde Julie e Bella competiriam para ganhar o prêmio de protagonista mais sem graça em toda a história da literatura.

Que parece ser o que eles estão tentando fazer com o filme, olhe o gif, espero que pelo menos eu consiga dar muitas risadas quando for ao cinema, ou vou me jogar da ponte com o “Meu Namorado é um Zumbi”.

Ou podemos entender tudo como uma grande metáfora da mente geniosa de Issac Marion. Compreendem?

É claro que o livro não foi levado por esse lado e muitas adolescentes vão encontrar seu segundo Eduard. Infelizmente o mundo não é perfeito, mas nós podemos pelo menos tentar melhorá-lo não é mesmo?

E é isso que Issac Marion tentou mostrar. Que a humanidade se machucou. Ela se transformou em uma praga tão grande que seus habitantes foram morrendo aos poucos. Podemos notar isso em uma frase dita pela Julie onde ela fala que seu pai está morto apenas não começou a apodrecer ainda.

A sociedade arrumou um mal que ela não consegue curar. Onde dia após dia eles buscam apenas matar e não se preocupam em saber como podem ajudar aqueles que estão “doentes”,  todos continuam presos no que acham melhor para si. Egoístas!

E quando menos esperamos… está ai! A resposta para tudo. O amor é o que nos torna HUMANOS! E quando falta o que nos diferencia o que nos faz seu o que somos, não passamos de mortos vivos vagando pelo mundo. Apesar de todo amor idealizado entre o zumbi e a humana acho que podemos aprender um pouco com Sangue Quente. Podemos aprender a não deixar de lado o mais importante. A compreensão. Em um mundo onde tratamos todos como qualquer um, o que custa olhar para o lado, sorrir e perguntar o nome de quem está ao nosso lado?

Esse ano temos “Meu Namorado é um Zumbi” nas telas de cinema. Eu irei ver e voltarei com a crítica e com a análise. Também vou ler O Guia de Sobrevivência a Zumbis de Max Brooks e vamos ver o que vou achar!

Bem, prefiro não dar notas a esse livro pela complexidade da trama como vocês podem ver. Mas quero saber, o que vocês acharam do livro?

R é um jovem vivendo uma crise existencial – ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a “vida” de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.

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