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Bioshock Infinite, o melhor jogo de 2013!

Antes de começarmos, quero tirar o ódio que já deve ter surgido no coração das pessoas só de lerem o título: sim, eu amei The Last of Us e GTA V. São dois ótimos jogos que tiveram sucesso no que se propuseram a fazer e eu ainda jogo ambos quando tenho tempo. Tirando isso do caminho, vou dizer por que Bioshock Infinite é o melhor jogo de 2013 e um dos melhores dessa geração.

Cada jogo que Ken Levine faz, tem uma melhoria violenta. Desde System Shock 2, Levine vem impressionando usando sempre mecânicas similares, mas usando cada vez mais criatividade e explorando seus limites. Infinite usa muitas das mecânicas do Bioshock original, como os poderes na mão esquerda e o uso de armas de fogo na mão direita, então os jogadores antigos tem pouco problema para se acostumarem e os mais novos não encontrarão dificuldades, pois é tudo muito intuitivo, contudo, o uso dessa mecânica para o enredo, é diferente, o que da um tom de novidade, mesmo sendo algo já usado.

Lembro ter conversado com um amigo meu quando este citou que queria pegar Bioshock Infinite. Meu conselho foi que ele não se perdesse no caos das batalhas e prestasse atenção na história, pois, mesmo assim, ele não a entenderia completamente. O sistema de combate de Bioshock sempre foi frenético, viciante e intuitivo e em Infinite isso não é diferente. É facílimo entrar em frenesi e esquecer-se do enredo, querendo cada vez mais soltar corvos eletrocutados pela mão, enquanto corre pra se prender num sistema de trilhos, atirando em quem ficou vivo e ainda se jogando em cima do último inimigo, impulsionando o bastardo pra fora da cidade voadora… viu?

Columbia é um dos melhores cenários dessa geração
Columbia é um dos melhores cenários dessa geração

Mas como disse pra esse amigo, Infinite não é apenas combate, mas é cérebro também. Aproveita terrenos pouco explorados e cria uma experiência definitivamente inesquecível, eu não achava que um jogo me tiraria de Skyrim tão cedo (sim, ainda jogo Skyrim). Infinite usa mecânicas quânticas, viagem para dimensões paralelas, além da crítica a uma sociedade racista e manipulada pelo extremismo religioso do “profeta” Comstock. Não vou entrar em territórios de spoilers, podem apagar os alarmes.

Ao passo que o enredo caminha, nós vamos conhecendo mais de Booker, o protagonista, e da inesquecível Elizabeth, a melhor IA feita para os videogames até hoje e uma das personagens femininas mais carismáticas e independentes da indústria. Cada escolha que a dupla toma, seu trabalho em equipe, suas desavenças e as revelações finais, todos os detalhes são recebidos com euforia pelo jogador, pois aqueles personagens são queridos, te conquistam, você torce, se anima, fica triste e, mesmo sabendo que é apenas um jogo, não quer perder, não quer ter uma tela de game over, porque aqueles personagens importam e isso é um trunfo que poucos jogos podem clamar conseguir.

The Last of Us teve uma história incrível, eu me emocionei e lágrimas rolaram em certos momentos do game, o melhor filme que joguei este ano, mas torci muito o nariz pro game. Achei que descaracterizaram um pouco os protagonistas. Começaram bem, mas terminaram o game como os maiores assassinos da Terra, mesmo que o jogo pré-estabelecesse o cenário e os motivos para que eles fizessem toda aquela chacina, eles estavam fazendo jus ao nome do game, fazendo tudo para que sobrassem, de fato, os últimos de nós. Quando se tem protagonistas tão similares aos vilões, para quem você deve olhar? Joel e Ellie estavam querendo apenas sobreviver, assim como as centenas de pessoas que eles massacraram, partindo desse ponto, foi ficando cada vez mais difícil simpatizar com eles. Nunca vi uma ambientação com zumbis tão bem feita como em The Last of Us, nem naquela novela que passa na TV, como é mesmo? The Walking Dead, né? [POLÊMICA, GO GO GO]. Mas mesmo assim, mesmo tendo um tipo novo e intrigante de zumbis, ainda assim, são zumbis num mundo pós-apocalíptico, já chega disso, indústria do entretenimento, acredito que 90% dos nerds por ai já sabe exatamente o que vai fazer quando isso acontecer, não precisamos de mais tutoriais, apenas liberem o Kraken de uma vez ou parem de abusar disso.

GTA V é um estupendo e impressionante sandbox, mas só. Os protagonistas são carismáticos e o enredo é até legalzinho, mas acredito que o que mais chama atenção aqui é a sua liberdade, o tanto de coisas que podem ser feitas e a atenção absurda aos pequenos detalhes (o que eu amo de paixão, mas isso é outra história). O enredo de GTA não pode esperar competir com The Last of Us e Bioshock Infinite e isso é um fato inquestionável.

O laço entre Booker e Elizabeth é um dos trunfos do game.
O laço entre Booker e Elizabeth é um dos trunfos do game.

Para mim, Infinite usou um cenário lindíssimo, longe dos espaços industriais, pós-apocalípticos, marrom-cinza que essa geração tão obsessivamente perseguiu. Columbia é colorida, cheia de vida e, mesmo nos cenários fechados e nos momentos noturnos, a cidade ainda brilhava e exalava vida, mesmo estando cobertas por soldados fanáticos querendo sua cabeça. A trilha sonora dos três games são exemplos de como os videogames chagaram longe, longe ao ponto de balançar nossas emoções, nos deixar ansiosos e nos fazer rir, tudo isso em questão de minutos. Porém, Infinite conseguiu me pegar pelo coração e ficar, literalmente, parado em alguns momentos apenas para escutar a música e observar os meus arredores. Nunca duvidei da capacidade de Levine para criar ambientações e em Infinite ele não nos deixa na mão, mais uma vez.

Ah, o final, um momento de mestre. Os últimos minutos depois da batalha no dirigível de Comstock são magníficos, são realmente de deixar de queixo caído, parece que cada passo que se da para descobrir a verdade, é um passo adentro da sua própria cabeça, muito parecido com os momentos finais de Silent Hill 2. Não há como negar que Bioshock Infinite foi um lançamento memorável e criou um universo de INFINITAS possibilidades. Sendo o seu jogo preferido ou não, é inteiramente sua opinião e eu respeito ela, mas negar Bioshock Infinite é negar o próprio avanço dos enredos originais para videogames.

E só pra deixar um comentário: eu prefiro Elizabeth com franjinha, eu teria feito o mesmo que Joel fez no final e eu escolhi e opção C quando Franklin foi questionado. Aos entendedores, comentem SEM SPOILERS.

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