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Coleção Feminismos Plurais e seu combate aos aparatos coloniais

Você já ouvir falar sobre a coleção Feminismos Plurais? O projeto coordenado pela filósofa Djamila Ribeiro já conta com nove títulos publicados e em breve dois novos serão lançados. Com base nas palavras de Djamila (Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo):

“O objetivo da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível.” – Djamila Ribeiro

Os volumes Empoderamento (Joice Berth), Encarceramento em Massa (Juliana Borges), Intolerância Religiosa (Sidnei Nogueira), Lugar de Fala (Djamila Ribeiro), Racismo Estrutural (Silvio Almeida) e Racismo Recreativo (Adilson Moreira) são pontos de partida para debates cruciais. Além disso, são um ótimo meio para adquirir conhecimento com referências conceituadas e de qualidade.

Com muito orgulho declaro ter lido Interseccionalidade (Carla Akotirene) e Apropriação Cultural (Rodney William). Akotirene é referência acadêmica baiana, bacharel em Serviço Social, mestra e doutoranda em Estudos Interdisciplinares de Gênero, Mulheres e Feminismos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua na saúde municipal de Salvador atendendo mulheres vítimas de violência doméstica. Ademais, coordena a Opará Saberes, projeto de instrumentalização de mulheres negras para ingresso na universidade e é autora de “Ó pa í, Prezada!”.

Em Interseccionalidade, aprendemos mais sobre o termo cunhado pela feminista Kimberlé Crenshaw através de referências como Lélia Gonzalez, Audre Lorde, Patricia Hill Collins, Sojourner Truth, Sueli Carneiro, Alice Walker, bell hooks, Achille Mbembe e outros grandes nomes. Carla Akotirene inicia cruzando o atlântico em memória da interseccionalidade afirmando que o racismo, capitalismo e cisheteropatriarcado são produtores de avenidas identitárias em que colocam suas vítimas em vulnerabilidade atingidas pelos aparatos coloniais.

Por conseguinte, Rodney William é autor de Apropriação Cultural e nos traz inúmeras indagações e respostas. O cientista social mestre em Gerontologia e doutor em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia pela PUC-SP, também escreveu A benção aos mais velhos: Poder e senioridade nos terreiros de candomblé e Palavras de Axé.

Com maestria William nos apresenta um conceito consistente e a relação intrínseca da apropriação cultural com o racismo e capitalismo. E o pode ou não pode? Como se nós, grupos constantemente colocados na lata de lixo da sociedade – já disse Lélia Gonzalez – tivéssemos o poder de conceder. Porém, vamos aproveitar a oportunidade e explicar “numa boa”. Por isso, encontramos os tópicos: turbantes e afins; samba e bossa nova; capoeira gospel; bolinho de Jesus e sobre brancos no terreiro.

Recentemente, o nono livro da coleção foi publicado. A discussão em Colorismo, foi realizada por Alessandra Devulsky. A sinopse informa:

“A distinção entre negros claros e retintos, capaz de desmobilizar o reconhecimento e a união entre os sujeitos com traços de africanidade, e enfraquecer a luta antirracista, é dissecado pela autora, que conclama a força política mobilizadora que pode advir do questionamento do colorismo, que estratifica os negros a partir de um olhar forjado no seio da supremacia branca.”

Em breve, serão lançados Transfeminismo com autoria de Letícia Nascimento e Trabalho Doméstico por Juliana Teixeira. A coleção Feminismos Plurais se propõe em romper com o silêncio das minorias sociais, de sujeitos que sofrem com o epistemicídio. Recomendamos a leitura! 

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