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Prêmio Literário da Biblioteca Nacional terá categorias de ilustração e quadrinhos

Anúncio foi feito hoje pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, durante a entrega das premiações deste ano

O Prêmio Literário da Biblioteca Nacional terá duas novas categorias para a edição 2024, além das dez já existentes: ilustração e quadrinhos. O anúncio foi feito hoje pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – uma entidade vinculada ao Ministério da Cultura – Marco Lucchesi, durante a entrega da premiação deste ano, realizada hoje pela manhã na sede da FBN, no Centro do Rio. As novas categorias foram celebradas com aplausos calorosos da plateia, composta por premiados e jurados da edição 2023, servidores da FBN e convidados.

“Conseguimos para o próximo ano dois novos prêmios. Um deles, uma demanda de década: uma categoria para ilustração. O segundo prêmio reflete também uma das imensas potências da Biblioteca Nacional, que representa um dos maiores tesouros da instituição: o prêmio para quadrinhos. Cada prêmio está ligado à tradição da BN: nossa iconografia é uma das mais importantes do mundo, e temos um dos maiores acervos da América Latina em quadrinhos”, afirmou Marco Lucchesi.

“Como o sistema literário brasileiro, na pluralidade de suas vozes, vem alargando em quantidade e qualidade, os prêmios que já têm uma história e um passado precisam estar atentos à delicadeza desses movimentos, compreender que há muitas vozes que se renovam. Estamos em um momento muito importante do Brasil e da literatura. Que a Biblioteca Nacional seja um espelho generoso, diante de cuja diversidade ninguém – de nenhuma parte do Brasil e do mundo – deixará de encontrar aqui o reflexo de seu rosto” completou Lucchesi.

Prêmio Akuli: novidade na edição 2023

A novidade na edição deste ano foi o Prêmio Akuli, dedicado ao registro das tradições orais indígenas, quilombolas e ribeirinhas. O primeiro prêmio da nova categoria foi para o livro “Jenipapos” (MINA Comunicação e Arte), de autoria coletiva. Entre os autores está a escritora mineira radicada no Rio de Janeiro, Conceição Evaristo, que emocionou os presentes com sua fala:

“Gostaria de parabenizar particularmente o presidente Marco Lucchesi. Creio que esse prêmio, instituído pela primeira vez, reconhecendo a potência da dicção indígena, é um passo histórico. Esse prêmio comprova que o Brasil é capaz de reconhecer, por direito, o que nós somos, o que a língua portuguesa é – inclusive simbolicamente, como um bem maior de uma nação e pertencente a todos. Reconhecer essa potência indígena é reconhecer a nossa potência. Acho que o Brasil está em um momento muito feliz, de cura do adoecimento que vínhamos acompanhando”, afirmou.

Assista à gravação completa da cerimônia no YouTube e confira a emoção de todos os depoimentos dos premiados: 

Veja a lista completa de vencedores:

● Categoria Conto – Prêmio Clarice Lispector: “Desmoronamentos”, de Micheliny Verunschk Pinto Machado. Martelo Casa Editorial.

● Categoria Ensaio Literário – Prêmio Mário De Andrade: “A ideologia modernista: a Semana de 22 e sua consagração”, de Luís Augusto Fischer. Todavia.

● Categoria Ensaio Social – Prêmio Sérgio Buarque De Holanda: “Arrabalde: Em busca da Amazônia”, de João Moreira Salles. Companhia das Letras.

● Categoria Histórias de Tradição Oral – Prêmio Akuli: “Jenipapos – Diálogos Sobre VIver”, Organização de Daniel Munduruku, Darlene Yaminalo Taukane, Isabella Rosado Nunes e Mauricio Negro. Autoria Coletiva: Ailton Krenak, Alik Wunder, Allan da Rosa, Angela Dannemann,Beleni Grando, Bruno Kaingang, Conceição Evaristo, Cristine Takuá, Daniel Munduruku, Darlene Yaminalo Taukane, Dona Liça, Dona Vanda Pajé, Edson Kayapó, Eliane Potiguara, Isabella Rosado Nunes, Mauricio Negro, Trudruá Dorrico, Yaguarê Yamã. Editora MINA Comunicação e Arte.

● Categoria Literatura Infantil– Prêmio Sylvia Orthof: “Amanhã” de Lúcia Kioko Hiratsuka. Grupo Companhia das Letras.

● Categoria Literatura Juvenil – Prêmio Glória Pondé: “Meu amigo Pedro”, de Tadeu de Melo Sarmento. Abacatte Editorial.

● Categoria Poesia – Prêmio Alphonsus De Guimaraens: “Harsíese”, de Jacyntho José Lins Brandão. Editora Patuá.

● Categoria Projeto Gráfico – Prêmio Aloísio Magalhães: “Sonetos de Birosca e poemas de terreiro”, de Leonardo Coutinho Iaccarino. Editora José Olympio.

● Categoria Romance – Prêmio Machado De Assis: “Penélope dos trópicos”, de Luciana Hidalgo. Editora do Silvestre.

● Categoria Tradução – Prêmio Paulo Rónai: “Sátántangó, de László Krasnahorkai”. Grupo Companhia das Letras. Tradução de Paulo George Schiller.

Sobre o Prêmio

Concedido anualmente desde 1994, o prêmio é um dos mais conceituados do país e tem por objetivo reconhecer a qualidade intelectual das obras publicadas no Brasil. Podem concorrer ao prêmio pessoas físicas com nacionalidade brasileira, com obras inéditas (1ª edição) redigidas em língua portuguesa e publicadas por editoras nacionais. O concurso é aberto também a autores independentes, desde que a obra esteja em Depósito Legal e traga impresso o número do ISBN (International Standard Book Number). 

Dez Comissões Julgadoras – umapor categoria – formadas por três membros, escolhidos entre especialistas de cada área, analisarão critérios como: qualidade literária, originalidade, contribuição à cultura nacional, criatividade no uso dos recursos gráficos e excelência da tradução.

A novidade deste ano foi a inclusão do Prêmio Akuli: a nova categoriaobjetiva a fixação de cantos ancestrais e narrativas da oralidade, recolhidas no Brasil, entre povos originários, ribeirinhos e de matrizes culturais. Akuli era a alcunha de Moseuaípu, jovem sábio da tribo Arekuná. Íntimo dos saberes da floresta, foi um exímio narrador de histórias ancestrais. A literatura oral sobre Macunaíma, que Akuli transmitiu ao cientista alemão, Theodor Koch-Grünber, foi determinante para a obra de Mário de Andrade.

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