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[Resenha] Esperando Alguém de Fabrício Carpinejar | @BertrandBrasil

Com “Espero alguém”, Carpinejar, mais maduro, tanto profissional quanto emocionalmente, apresenta crônicas escritas após um período difícil de sua vida: o abandono pela mulher amada. Com textos emocionantes, sinceros e, também, engraçados, o autor comprova que ninguém esta preparado para uma separação.
“Espero alguém” trabalha as duas separações do autor. Começa triste e, ao longo das paginas, o ânimo vai melhorando. No final, o alívio. As crônicas tratam da retomada – a superação do luto – provando que tudo passa. Um novo amor é quase uma certeza. E, se você não amar esse amor mais do que amou o que veio antes, provavelmente amará mais a si mesmo.
Carpinejar mostra também as contradições do relacionamento: o que cada um precisa e pode fazer pelo outro. A importância da sedução mútua e a convivência com as críticas. Além disso, dá conselhos, como: “não fale mal até vinte dias após o termino. Se reatar, você estará desacreditado.” “Estou solteiro de novo. Ela se separou de mim, eu não me separei dela. E o pior que sou escritor, trabalho em casa. Não conto com um escritório para fugir e mudar de assunto.

Identifico sua falta a todo instante. Meu coração é um cativeiro.” (Carpinejar)

Fabrício Carpinejar é um daqueles autores que você conhece muito e ao mesmo tempo não conhece nada. Você vê frases do autor por todos os cantos da internet, tumblr, weheartit e tantos outros lugares, paramos para ler seus textos publicados em sua coluna semanal, mas raramente paramos e nos dispomos a ler um livro do autor. Enchemos a boca para falar “Ah eu já conheço” mas no fundo, não sabe nem que o autor nasceu em Caxias do Sul (RJ) e é Mestre em Literatura pela UFRGS.

E eu confesso, nunca li um livro do autor, apesar de apreciar crônicas e ter todos os livros da Martha Medeiros na estante (e eu não sei o motivo) nunca comprei um livro do Carpinejar e quando menos eu esperava me surgiu a opotunidade de ler o seu mais novo livro. E sinceramente, eu não esperava que eu fosse gostar tanto.

Gostar de frases que você lê perdidamente por ai, não quer dizer que você vai gostar de um livro inteiro escrito por alguém. E aqui, o que aconteceu foi que Carpinejar me conquistou do início ao fim. Com crônicas bem escritas sobre o cotidiano de alguém que acabou de se separar, o autor divaga em situações totalmente típicas dessa situação tão comum na vida das pessoas.

A separação é uma verdade cruel, verdadeiramente cruel. E tanto eu, como você sabemos toda as etapas de uma separação, então quando começamos a ler Esperando Alguém, notamos todas as etapas do fim de algo. E aqui, temos todas as etapas tão bem retratadas que é impossível ler o que Carpinejar escreveu sem para e ficar com aquele pensamento “Cara, como isso é verdade”, ou “Isso já aconteceu comigo, é exatamente assim”.

Seja esperando alguém, após não querer ver ninguém, ou voltando a ser alguém sociável, todas as crônicas vão se encaixar em um momento de sua vida, e se você algum dia tentou escrever algo, vai sentir aquela imensa vontade de voltar a escrever pequenos textos sobre a vida para tentar passar pelo menos metade de tudo que o autor conseguiu passar em seus textos.

O livro possui uma ótima diagramação, capa soft, daquelas que você gosta de passar a mão, o trabalho da Bertrand novamente segue sua característica impecável e que nós deixa com vontade de ter o livro só de olhá-lo na vitrine da livraria. (Apensar que essa capa não foi uma das minhas preferidas).

Livro de crônicas são aqueles que eu recomendo para quem não é acostumado a ler muito. Além de se identificar com os textos o leitor pode ler em pouco tempo, ou bem lentamente, apreciando cada texto, pois como as crônicas são curtas você não precisa se preocupar em terminar o capítulo para poder parar a leitura.

 Vale muito a pena ler e eu fico muito contente em  ter a oportunidade de ler livros que eu não teria lembrado de comprar se fosse por mim. Agora só posso ficar triste por só uma coisinha… eu quero um autógrafo e ainda não tenho.

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