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[Resenha] Lições de Vida de Anne Tyler | @Novo_Conceito

Autor:Anne Tyler
Título:Lições de Vida
ISBN:8581632246
Selo:Novo Conceito
Ano: 2013
Edição:1ª
Número de Páginas:368
Formato:16 x 23 cm

 Submarino R$29,90 | Saraiva R$25,40

Sinopse: Maggie Moran e seu marido são comuns, até um pouco tediosos. E é esse realismo que torna esta história tão eficaz e comovente…
Começa em um dia de verão, quando Maggie e Ira viajam de Baltimore para a Pensilvânia para um funeral. Maggie é impetuosa, desastrada, desajeitada, propensa a acidentes e tagarela. Ira é reservado, preciso, respeitável, tem uma mania irritante de assobiar músicas que traem seus pensamentos mais profundos e acha que sua esposa transforma os fatos de maneira que se encaixem na sua opinião sobre as pessoas que ama. Ambos sentem que seus filhos são estranhos, que a cultura das novas gerações está indo por água abaixo e que, de alguma forma, se enganaram com essa sociedade cujos valores não reconhecem mais. Mas esta viagem vai levá-los a refletir sobre estas angústias, e vai mostrá-los como é importante reavaliar seus sentimentos.

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Lições de Vida, de Anne Tyler, foi um livro que me deixou com opiniões conflitantes, coisa que a muito um livro não fazia. Conflitantes? Sim. Não sei até agora se gostei ou se detestei. Pra mim ele está naquela linha tênue que, se você está no estado de espírito correto pra ler algo assim, você simplesmente ama. Já se você está passando por muitas coisas na sua vida, ou simplesmente é novo demais, você vai acha-lo uma perda de tempo.

Livro_LiçõesDeVida (6)

Não posso tirar o mérito da autora Anne Tyler quanto à riqueza dos seus personagens. Eles são essencialmente humanos: falham, tem defeitos, problemas de relacionamento, brigam, mas acima de tudo se amam. Temos aqueles estereótipos que quase toda família tem: a mãe super-protetora, o pai desinteressado, o filho problemático, a filha distante.

Meggie, a mãe, é um completo desastre como pessoa: acha que é de um jeito, mas suas atitudes nos provam o contrário. Ela é fraca, insegura, instável, atrelada fortemente ao passado, e absurdamente comum. Meggie é daquelas mulheres que enquanto menina sonhou com coisas grandiosas, mas que acabou se acomodando com um homem comum, em uma vida comum, mas não consegue ver que isso aconteceu.

Ira é um homem tradicional, que ama a sua esposa, mas não faz muita questão de demonstrar. Reprova quase tudo o que Jesse, o filho mais velho, faz/fez, exceto a existência da pequena Leroy, sua netinha, ainda que Ira não demonstre abertamente. Ira é tão ligado ao passado quanto Meggie. É ressentido com a sua família por não ter seguido o seu sonho de virar médico para, em vez disso, cuidar do pai e das duas irmãs afetadas.

A história se passa inteiramente em um dia, porém temos a ajuda de inúmeros flashbacks para entender como as coisas chegaram ao ponto que chegaram. Esses feedbacks são conseguidos através de memórias de Meggie e Ira, que em devaneios nos mostram pedaços do passado. É uma estratégia interessante, mas às vezes um pouco cansativa. Confesso que ai entra o meu conflito pessoal com o livro.

A história é muito musical: Ira e Meggie estão sempre cantarolando ou assoviando trechos de canções do passado. Isso fortalece ainda mais o sentimento de que eles estão amarrados no passado.

Algo que eu gostei foi o fim. Jurava que seria algo como fim de novela dos oito, mas felizmente não foi. Anne Tyler ganhou um pontinho a mais por não ser previsível no meio de tanta normalidade.

Se você gosta de livros sobre a vida, sobre escolhas não acertadas, sobre coisas que saíram dos trilhos antes que nos déssemos conta, sobre casais que mesmo depois de anos continuam se amando, daquele jeito tímido, mas persistente. Ou melhor, se você gosta de histórias reais, sem aquele brilhantismo de novela da TV, Lições de Vida é a melhor escolha, sem dúvidas.

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