“No universo de The Walking Dead não existe vilão maior do que o Governador, o déspota que comanda a cidade de Woodbury. Ele é o personagem mais controvertido em um mundo dominado por mortos-vivos. Neste romance os fãs descobrirão como ele se tornou esse homem e qual a origem de suas atitudes extremas. Para isso, é preciso conhecer a história de Phillip Blake, sua filha Penny e seu irmão Brian que, com outros dois amigos, irão cruzar cidades desoladas pelo apocalipse zumbi em busca da salvação”.
Em The Walkiing Dead – A Ascensão do Governador, escrito por Robert Kirkman e Jay Bonansinga, e lançado no Brasil pela Galera, é revelado o passado de um dos maiores vilões da atualidade em séries e quadrinhos: o passado do Governador. Conhecendo o seu passado, vemos que o seu presente caráter é apenas um reflexo de todo o mal que ele passou até nos ser apresentado como o malvado e tirado Governador.
“Nenhum homem escolhe o mal por ser o mal, mas apenas por confundi-lo com felicidade, que é o que ele busca”. – Mary Wollstonecraft
Mas, deixem-se antes de tudo contar a minha experiência com o livro. TWD A Ascensão do Governador foi um livro que, desde o seu lançamento, eu queria MUITO MUITO MUITO ler, principalmente pelo meu amor incondicional à obra do senhor Kirkman. Na minha
cabeça seria impossível esse livro me desapontar. Então comecei a lê-lo. Até comentei com a Anna que estava achando ele bem ruim (já explico o porquê), e confesso que o deixei abandonado na minha escrivaninha por algumas semanas. Voltei a ele com aquele sentimentode “você tem que acabar isso!”, é, mas esse sentimento bateu ontem… eu simplesmente devorei o livro.
Mas Dani, por que você ficou tão nhé no começo?
Olha, o começo é bastante eletrizante, o problema é que os senhores Kirkman e Bonansinga forçam MUITO a barra na descrição das execuções dos zumbis. É sangue, miolos e tripas demais, sendo que o que realmente pega nesse livro é a transformação de um cara que
já não era bem certo da cabeça em um ser que sobrevive, e não mais vive.
A morte não tem nada de glorioso. Qualquer um pode morrer. – Jhonny Rotten
Tá. Deixe-me voltar e reestruturar isso.
O livro conta a história de um grupo de sobreviventes, grupo esse composto por Phillip Blake, seu irmão Brian Blake, a pequena Penny Blake, e dois amigos do Philly, Bob e Nick. Sério, eles se ferram o livro inteiro, tendo que passar praticamente a cada dia por uma
provação maior pra sua sanidade.
É interessante e intenso acompanhar essa “evolução” que o grupo vai sofrendo, e aqui eu não vou me aprofundar muito, pois esse é o cerne da história, e muita coisa inesperada vai acontecer (não quero dar nenhum spoiler).
Bom, resumindo, TWD A Ascensão do Governador é um livro que incomoda. Incomoda porque tem passagens que você vai, inevitavelmente, torcer o nariz enquanto está lendo (se você é fraco pra gore, talvez tenha que pular algumas partes o___o). Incomoda porque os personagens mudam absurdamente desde o início do livro, e na esmagadora maioria das vezes, não é pra melhor. Incomoda porque trata de algo que por si própria incomoda, um apocalipse zumbi. Incomoda porque você para pra pensar que em uma situação extrema é exatamente assim que as coisas vão se desenrolar, e que se manter a mente sã será um desafio ainda maior do que se manter vivo. Incomoda porque é triste ver a luta de um pai para resguardar a sua menininha de um mundo horrível de se viver.
Não enfrentes monstros sob pena de te tornares um deles, e se contemplas o abismo, a ti o abismo também contemplo. – Nietzsche
Com tudo isso, e deixando o meu momento fã do Kirkman de lado, eu digo que o livro tem falhas, mas que vale a pena ler. Vale pela experiência que ele te proporciona. Então, meu veredicto são 3,8 xícaras de café instantâneo vencido feito com água de chuva aquecida em um fogareiro improvisado (ué, situação normal num apocalipse Z).
Adoro TWD, quem não gosta de zumbis. Agora não li nenhum livro da série, apenas vejo na tv!