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[Séries] Arrow

Minha história com Arrow começou em 2012, na estreia da primeira temporada da série. Eu tinha acabado de terminar de assistir o final de Smallville (super atrasada, eu sei) e estava com uma necessidade básica de novas séries de super heróis. Fiquei sabendo dessa série sobre o Arqueiro Verde e pensei “por que não?” Baixei o piloto. Assisti. Não gostei, particularmente. Não vi mais nenhum episódio.

Pulando pra 2014, em Agosto deste ano fiz uma viagem com algumas amigas saindo de Caraguatatuba, no litoral paulista, até Paraty, no Rio. Na volta, tivemos um dia de preguiça na qual uma dessas amigas – a Carol ? – nos convenceu a assistir Arrow porque era uma das séries preferidas dela, com o ship mais genial do mundo. Ela falou tanto, que acabou me convencendo. Então demos play no primeiro episódio. Só paramos à noite, depois de ver mais 11 capítulos.

De forma resumida, Arrow é a história do milionário Oliver Queen, que volta para Starling City, sua cidade natal, depois de passar cinco anos perdido numa ilha deserta. Ele e o pai sofreram um acidente de barco, do qual ele foi o único sobrevivente. Finalmente em casa, Oliver esconde um segredo da família; ele está em busca de vingança. Seguindo uma caderneta de nomes fornecida pelo seu pai, Oliver irá vingar Starling punindo todos aqueles que, de alguma forma, falharam com seus cidadãos. Assim começa a história do vigilante de Starling City que, mais tarde, será conhecido como Arrow – o Arqueiro Verde.

Contei toda essa história de como vim a conhecer a série porque acho essencial citar neste post que eu não queria gostar de Arrow. Eu sou uma pessoa tendenciosa quando cismo com uma certa opinião, e teimosa feito uma porta. Já tinha visto o piloto, e não tinha ficado satisfeita com nada sobre ele; de fato, se eu me lembro bem eu sequer terminei de ver o primeiro episódio quando estava sozinha, de tão chato que eu tinha achado. Então isso prova não somente que os poderes de persuasão da Carol são incríveis, como que Arrow é um seriado tão fantástico a ponto de me fazer mudar de ideia.

A bem da verdade, o começo não é dos mais promissores. Oliver é um personagem bastante desagradável, e a outra ponta do que deveria ser seu relacionamento amoroso – a advogada Laurel – é provavelmente um dos casos mais sérios de chatice aguda que eu já presenciei na minha vida como seriadora. Não há nenhum relacionamento bom o bastante nos primeiros episódios, salvo, talvez, o de Oliver com o melhor amigo, Tom, ou com seu novo segurança (que mais tarde vira seu sidekick no combate ao crime) John Diggle. Eu sou uma seriadora que se move especialmente em função de personagens, então isso dificultou muito a minha vida logo no comecinho. Mas aí a Felicity aconteceu.

Felicity é aquela personagem que virou recorrente única e exclusivamente em função de seu carisma. Tendo sido inicialmente cotada pra aparecer com meia dúzia de falas em um ou dois episódios, a personagem acabou ganhando não apenas presença como consistência – caiu tanto nas graças do público e dos escritores que ficou impensável seguir com a série sem ela. É visível o alívio que ela traz pra série, e a mudança que a sua participação coloca; arrisco dizer que, se ela não estivesse ali, metade da transformação sofrida pelo personagem de Oliver demoraria pelo menos umas duas temporadas a mais pra acontecer. Ela não é só importante, como se torna vital no desenrolar dos episódios.

A bem da verdade, conforme fui assistindo, muitos outros personagens começaram a ganhar meu amor e respeito. Oliver, pra começar – se no começo ele era frio e arrogante, a sua casca vai lentamente se quebrando aos nossos olhos, tanto em “tempo real” quanto à partir dos vários flashbacks da série. O arco dramático do personagem é fabuloso, e a transformação que ele sofre é gradual e genuína; não é como se ele acordasse num certo episódio pensando “hm, acho que serei herói”. Temos também Diggle, o melhor sidekick que se poderia pedir, que faz o balanço perfeito entre a razão e a emoção, muitas vezes chamando Oliver pra realidade. Thea, irmã de Oliver, que passa de adolescente intragável a uma mulher independente, um crescimento que a gente quase não percebe, mas que nos surpreende de qualquer forma. Todo personagem tem inúmeros lados, cada um explorado de maneira exemplar. No fim, acho que só não consigo mesmo é mudar minha opinião sobre a Laurel.

Por fim, não me arrependo de ter dado uma segunda chance a Arrow. Hoje, me arrisco a dizer que seja uma das melhores séries que assisto. A terceira temporada estreia agora, dia 8 de Outubro, e eu já não me aguento de ansiedade. Não duvido que vocês ainda me ouçam falar muito dela por aqui 🙂

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