Saudações, aventureiros! Longos foram os dias sem escrever uma coluna e realmente senti falta disso, peço desculpa pelo tempo de silencio mas a turbulência da vida moderna falou mais alto neste primeiro trimestre de 2014. Sendo assim a partir de hoje retomo a rotina dos posts semanais falando um pouco mais sobre as minhas experiências com o RPG.
Outro dia estava em uma formatura de um grande amigo e revi vários dos antigos integrantes do grupo de RPG ao qual fundei aproximadamente há 13 anos, saibam que foi muito legal reencontrá-los, de verdade! As conversas foram variadas e rodaram entre: O que está fazendo? Onde esta morando? Como anda sua vida? (enfim uma atualização de background), porém em praticamente todos os casos, em certo momento, os antigos aventureiros fizeram a seguinte pergunta: – E então? Continua jogando? Quem ainda está no grupo?. Notei inúmeras reações diferentes ao dar a resposta: “Claro, jogamos semanalmente.”, houve alguns olhares de saudosismo, outros de apreensão e por fim os de felicidade. Baseado nestes olhares ficou claro para mim quem realmente teve sua imaginação ativada durante as aventuras, bem como foi fácil descobrir quem apenas estava lá de corpo presente.
Infelizmente há dentro da sociedade certa definição do que um adulto deve ou não fazer e com certeza o RPG é visto por boa parte das pessoas como algo que não se deve, afinal uma pessoa adulta não joga “joguinhos” e isso também ficou claro durante essa festa, obviamente muitas das conversas eram em roda e alguns participantes soltavam as expressões “já joguei quando era adolescente, mas hoje não tenho mais idade pra isso?” ou então “Meu irmão mais novo fica o dia todo no computador jogando, por isso não pega ninguém, mas é normal, ele ainda é criança!”. Cada frase desta me deixava com o sangue um pouco mais quente e fazia com que cada um das centenas de personagens que contenho tentasse vir à tona, desde o arque-mago desintegrador até o jovem bárbaro das planícies (felizmente o Bardo, beberrão e diplomata, falou mais alto). Acho impressionante esse tipo de taxação, pois muitos de meus ex-companheiros de RPG aprenderam um segundo idioma, aprimoraram sua matemática, entenderam fatos históricos apenas através do RPG, obviamente a maioria inicia na juventude, assim como jogar bola, assar churrasco, correr e outras inúmeras atividades. Então fica minha critica aos taxadores de plantão: RPG é muito mais do que um teatrinho ou joguinho, ok?
Terminado o desabafo e a festa (risos) eu, cheio de felicidade em meu coração, me despedi destes companheiros sabendo que graças àquelas tardes, noites e madrugadas envoltos por uma grande aura da magia havíamos criado um laço eterno e tendo certeza que talvez em algum momento eles contariam aos seus filhos as aventuras de seus personagens e ao fazerem isso, tornariam real e imortal a existência daquele guerreiro azarado que somente acertava o último golpe, ou daquele bárbaro que perdeu o caminho por não saber ler, enfim. Esse post realmente tem um gosto de saudade, mas espero que cada um que ler tire a conclusão que quiser, para mim dividir uma partida de RPG é sempre um momento de honrar os pactos de amizade e possibilitar um alcance maior da intimidade, cumplicidade e felicidade entre as pessoas!
Carpe Diem!
Muito boa postagem.
E sobre RPG ser coisa de criança. Cara, meu pai brincava de futebol todo fim de semana, bem depois de eu nascer. Qual a diferença real entre RPG e futebol? Mídia, só!