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Resenha – @mor, de Daniel Glattauer | @Suma_br

Num e-mail enviado por engano, começa um relacionamento virtual que testa as convicções de Leo Leike e Emmi Rothner. Leo Leike, ainda digerindo o fracasso de seu último relacionamento, responde de forma espirituosa a duas mensagens enviadas por engano por Emmi Rothner, casada. Inicialmente, ela só queria cancelar uma assinatura de revista. Depois, inclui Leo por engano entre os destinatários de um e-mail de boas festas. Na terceira troca de e-mails, o mal-entendido dá lugar à atração mútua, reforçada pelo fato de um nunca ter visto o outro. Nada como a curiosidade instigada por frases bem encadeadas chegando a intervalos regulares numa caixa postal eletrônica para que os dois se esqueçam dos possíveis impedimentos. A cada dia, Leo e Emmi se sentem mais impelidos a marcarem um encontro. Após trocas contínuas de mensagens, está claro para ambos que o marido dela e as feridas emocionais dele não serão obstáculos para que marquem um encontro. O único obstáculo real é a insegurança de ambos quanto à transformação da fantasia em realidade. O austríaco Daniel Glattauer dá nova vida à tradição epistolar em @mor, primeiro de dois romances que exploram um relacionamento sustentado basicamente em trocas de e-mails. Romance de estreia de Glattauer e campeão de vendas na Alemanha e na Espanha, o livro explora, sob roupagem moderna, sentimentos familiares a amantes de todas as gerações.

“Filha da P***”, eu gostaria de começar essa resenha com as palavras proferidas por esse a quem vos escreve quando terminei de ler a ultima palavra do livro. Falando isso, vamos para a resenha de @mor.

@mor é o primeiro romance do escritor e jornalista Daniel Glattauer a ser lançado no Brasil, pela editora Suma de Letras. Ele é um livro diferente e corajoso, pois na realidade a historia é contada através de trocas de e-mails entre Emmi Rothner e Leo Leike.

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Tudo começa quando Emmi manda um e-mail acidentalmente para Leo, que responde de forma “humorada”, ela responde novamente, e nisso se inicia a troca de e-mail entre eles. Eles se tornam amigos e a troca de e-mails ficam cada vez mais frequente, e vai evoluindo “naturalmente” pra um caminho que todos podem imaginar pelo nome do livro.

O livro é inteiramente escrito através dos e-mails, as vezes é frustrante não saber o que está acontecendo fora das telas dos computadores, mas o autor consegue usar essa forma de narrativa muito bem.

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O fato de não saber nada sobre os dois, fora o que eles próprios falam de si um pro outro, torna a identificação com os dois pura. Eu não sei nada da Emmi que o Leo não sabe, e nada do Leo que a Emmi não sabe. Não existe o mundo exterior, só os e-mails.

A historia em si é boa, mas nada de espetacular se não fosse contada dessa forma. Filmes e livros de pessoas que se encontram on-line e se apaixonam existem aos montes hoje em dia, mas conseguir montar um historia boa, coesa, e que prenda o leitor apenas com e-mails, mérito do autor. Outro ponto é que o autor tenta compensar a falta de espontaneidade, fazendo os protagonistas as vezes digitar uma resposta rapidamente e já enviar, sem pensar duas vezes.

Algumas pequenas coisas me incomodaram, como o fato de não se colocar as datas e horas nos e-mails, o único com data foi o primeiro e-mail do livro e depois foi sempre “Cinco dia depois”, “30 minutos depois”, “Na manha seguinte”, o que depois das primeiras página já faz você perder noção do tempo, e você só se localiza novamente quando um dos dois cita uma data ou mês, o que me deixou meio perdido, e eu não gostei.

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Outra coisa é que os e-mails da Emmi, no assunto sempre vinha um “Re:” e nos do Leo um “Fw:”, que é pra ficar fácil de identificar de quem é o e-mail, mas que na realidade não faz sentido algum. “Re:” é quando você responde e “Fw:” pra quando você encaminha. Outra coisa em relação ao assunto, é que quando um dos dois mandava um e-mail com um assunto, a resposta do outro vinha com o assunto em branco, apenas com um “Re:” ou “Fw:”. Achei que faltou esse toque de realidade.

Existe um desculpa dentro da historia para os e-mails serem numa linguagem “normal”, e não cheios de gírias internéticas. No mundo real é por que ninguém ia querer um livro cheio de “vc”, “tbm”, “pq”, “oq”, etc.

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No meio do livro, eu comecei a imaginar como seria uma adaptação para o cinema, e cheguei a conclusão que não seria. Primeiramente não teria como passar a essência do livro para as telas, e segundo, o simples fato de ver os protagonistas no mundo real seria um detrimento para a historia. Essa história, com essa narrativa, é, na minha opinião, única e exclusiva para livro.

Para terminar, não vou explicar minha expressão de baixo calão ao terminar o livro, mas saibam que eu fiquei curioso para saber como essa historia vai continuar, e logo começarei a ler a continuação.

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