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[Resenha] O Jardim Secreto de Frances Hodgson Burnett | @CiaLetras

Eu vou viver pra sempre, sempre e sempre!

 Clássico da literatura inglesa, “O jardim secreto “conta a história de duas crianças solitárias que decidem restaurar um jardim proibido, cujo mistério remete a um acidente ocorrido anos atrás.
A amizade improvável entre os dois personagens funciona como uma metáfora para a descoberta do mundo e para o autoconhecimento. Escrito em 1911, o livro já inspirou diversas montagens no teatro e três filmes — entre eles, o longa americano homônimo de 1993, dirigido pela polonesa Agnieszka Holland, vencedor do prêmio Bafta.
Esta edição traz introdução e notas da romancista e crítica literária Alison Lurie e um posfácio de Marise Soares Hansen, mestre em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo. Em seu texto, ela traça paralelos do romance com autores importantes de literatura de língua portuguesa, como Eça de Queiroz e Clarice Lispector.
Durante a maior parte de sua vida profissional, Frances Hodgson Burnett foi uma escritora de sucesso. Desde cedo sustentou a si mesma (e a várias outras pessoas) com seus escritos. Suas peças de teatro, contos para revistas e romances ajudaram a tirar a mãe e as irmãs da pobreza. Sua carreira também pagou pela pós-graduação em medicina do primeiro marido e garantiu ao segundo a oportunidade de estrelar uma peça em Londres.

É incrível a sensação de estar viva que eu senti após terminar a leitura de O Jardim Secreto. É fantástico, belo… é humano

Quando a Companhia das Letras entrou em contato com as opções do mês eu nem pensei duas vezes. Eu queria ler O Jardim Secreto. Primeiro e vocês sabem muito bem porque… eu amo livros infantis. Sou uma criança… que não cresceu. E segundo… ESSE FOI O FILME DA MINHA INFÂNCIA <3

Quem lembra de ficar assistindo O Jardim Secreto na Sessão da Tarde? Era lindo! E eu assistia várias e várias vezes… todas em que passava e sempre… sempre amei a história! Esse universo só das crianças, o jardim escondido… tudo era lindo!

E foi assim que em uma linda noite cheguei em casa e o embrulho estava em cima da minha cama. Um livro havia chegado, não pensei duas vezes, ele pulou a lista de leitura e já comecei a ler no mesmo dia. Foram três dias de leitura, eu não queria parar de ler, queria ler aos pouquinhos para que o livro rendesse mais, para que eu pudesse ficar mais um pouco de tempo dentro daquele jardim e do mundo que a Frances escreveu.

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O mais interessante em O Jardim Secreto é a forma com que Frances consegue descrever os sentimentos infantis tão bem! E após nos apresentar crianças que em qualquer outra situação nós odiaríamos e as consideraríamos crianças insuportáveis, começamos a amá-las assim que passamos os dias do seu lado.
Acho que com o decorrer do livro, o ar da charneca não vai apenas mudando os personagens, mas também o leitor. A vontade de viver, de descobrir as coisas escondidas do mundo veem a tona.

Esse livro mais parece o mundo infantil mostrado para o adultos, é tão simples e humilde que nosso coração fica tentado a olhar o mundo dessa forma, com o olhar de uma criança que nunca deve ser sozinha na vida.

O livro tem um encanto especial com seus personagens, e ficamos aos poucos admirados com o jeito que Frances usou para falar que sim, existem pessoas boas e muito boas no mundo. Pessoas que só poderiam ser anjos, pessoas que podem não ter dinheiro para cuidar da própria família, mas tem para ajudar os outros.

O Jardim Secreto é um livro que brinca com o leitor fazendo o voltar a seus anos de infância e a acreditar em coisas que deixamos passar ao decorrer da vida adulta, como uma força muito maior que move o mundo e a mágica, a magia do amor principalmente!

Para aqueles que gostam de flores e jardinagem, esse é um livro perfeito, eu até comentei no facebook que minhas ultimas leituras estavam floridas de mais e isso poderia acabar influenciando na futura criação de um jardim. Frances, a autora, adorava jardinagem. Esse era um de seus maiores prazeres na vida e isso se faz bem vidente aqui nesse livro!

Claro que todos os finais são felizes, principalmente em um livro infantil e aqui não é diferente, eu não queria um final diferente. Mas confesso que senti falta de uma tensão maior no final da história. Acabou sendo um pouco fácil demais e eu ficava esperando uma bronca de algum adulto a qualquer minuto da história e isso não veio da forma em que eu queria.

Um ponto que não podemos esquecer é que essa edição do livro possui um prefácio com uma análise do livro e uma pequena biografia da autora que te ambienta na leitura que você está prestes a fazer.

O livro foi publicado pelo selo Pinguim da Companhia das Letras e sua edição é um pouco mais simples com uma capa mais fina e sem orelhas, mas com páginas amarelas e uma diagramação muito boa para a leitura. O livro é leve o que é uma ótima coisa para quem carrega livros na bolsa e lê muito em onibus

O livro ganha 4,7 xícaras de café  quentinho de manhã em um Jardim Secreto sentindo o ar mágico da charneca  por me fazer deitar na grama e ficar lendo o livro em um fim de semana de cá.
Indico o livro a todos que querem voltar a ser criança, a todos aqueles que querem mostrar as suas crianças que mágica existe e pode estar onde menos imaginamos.

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