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A Experiencia de Ler “Para Além do Diário de Anne Frank”

Não é segredo pra ninguém que sou uma grande admiradora da Anne Frank e do seu legado. Quem já leu seu diário, sabe o quão forte era sua personalidade. O relato puro e inspirador, sua visão de vida e a crença na bondade, são o que melhor definem como essa garota era (e ainda é) especial.

Sempre me emociono ao pensar na sua história e imagino como seria se Anne tivesse sobrevivido e tido tempo suficiente para se tornar uma escritora e jornalista de sucesso e ver sua história admirada pelo mundo. Ela teria sido uma mulher e tanto!

“Algum dia essa guerra terrível vai terminar. Chegará a hora em que seremos gente de novo, e não somente judeus!”

Divagações a parte, quando surge um livro, filme, documentário ou qualquer tipo de material que explore o mundo Anne Frank logo volto minhas atenções para tal. Foi por isso que fiquei empolgadíssima com o lançamento da edição “Para Além do Diário de Anne Frank”. Mesmo que já tenhamos lido e visto sua história à exaustão é sempre bom saber mais. Eu por exemplo, conhecia pouquíssimo das outras pessoas que estiveram com Anne no esconderijo, salvo as passagens em seu diário.

Servindo como um guia do que hoje é mundialmente conhecido como A Casa De Anne Frank, o que se propões é recuperar passo a passo a vida dos clandestinos e as condições em que eles estiveram nos dois anos até a traição e deportação dos mesmo para campos de concentração. Munidos de fotos, registro e documentos o livro se divide, em suma, ao detalhamento do esconderijo, um resumo sobre os fatos antes do confinamento, a rotina dos clandestinos e então a História de vida de cada uma das oito pessoas.

Essa empolgação e a vontade de conhecer mais história interessantes, elevou a expectativa a um nível, que ao final da leitura, não foi correspondido.

A composição gráfica e a disposição minuciosa dos registros e fotos são de encher os olhos e dão um aspecto bem documental à obra, porém o tom infantil dado a narrativa e o tempo verbal adotado é confuso e essa estranheza se dá pelo fato de que, segundo a proposta inicial, a perspectiva da narrativa seria sob os olhos do leitor, como se estivéssemos vivendo junto deles. E isso foi até possível em alguns momentos, mas de uma maneira geral esse panorama não funcionou bem pra mim. O texto por vezes me pareceu redundante e dificultou minha conexão com a narrativa.

A alta expectativa aliada a frustração tornou a experiência um tanto quanto agridoce, deixando no fim aquela sensação de ter lido mais do mesmo.

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Com tudo recomendo a leitura para o público infantil. Talvez para o público adulto, a abordagem superficial possa desinteressar, mas para crianças esse contato com a história dessas pessoas, do mundo de Anne Frank, de sobreviventes do Holocausto e de fatos da História da Segunda Guerra em si, são sempre pontos significativos para debates e estudo. E são também sempre fonte de conhecimento e inspiração.

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