Quem já teve a oportunidade de sentar em um café e conversar um pouco sobre literatura comigo sabe quais são os livros que eu sempre vou indicar. Entre os livros que eu sempre indico, está “Cordilheira” do Daniel Galera. O livro que me mostrou o autor e me fez olhar com um olhar mais atento aos autores mais jovens da literatura brasileira.
Só que hoje não estamos aqui para falar de “Cordilheira”, mas sim de “Até o dia em que o cão morreu”. Eu comprei o livro em uma das minhas passadas pela Arte & Letra quando fui fotografar aquele menino que é todo samba, jazz e blues, e aproveitei a última semana para ler e me encantar mais uma vez com a escrita do Daniel.
SINOPSE: Depois de alugar um apartamento vazio no centro de Porto Alegre, um homem de cerca de 25 anos gasta os dias olhando a cidade pela janela, bebendo cerveja e caminhando pela vizinhança. Até que um cachorro aparece em sua porta, e uma modelo chamada Marcela entra em sua vida. O impasse do narrador também tem um caráter particular – a dificuldade de escolher entre um cotidiano cheio de privações, mas sem riscos emocionais, e as possibilidades infinitas dos afetos. É aí que o mundo se torna mais complexo e interessante. É aí, também, que as paixões cobram seu preço. Com um estilo minimalista, Galera conduz o leitor com um vagar nada gratuito – em suas pequenas acelerações e grandes pausas, é como se Até o dia em que o cão morreu reproduzisse o tempo interno do seu personagem – a lenta evolução, quase despida de acidentes, até que suas certezas iniciais comecem a esmorecer.
Cachorros são sempre o meu ponto fraco.
“Até o dia em que o cão morreu” é o segundo livro do Galera e também inspirou um filme que eu pretendo falar separadamente em outro post.
Galera é um autor que sabe lidar com as situações e os pensamentos dos personagens. Por mais errados e fora dos padrões de livros que estamos acostumados, eles conquistam um espaço em nosso interesse. Queremos saber até onde vai o “tudo errado” que existe dentro dos seus corações. Queremos saber qual será o próximo erro e quando finalmente algo vai dar certo sem que ele jogue tudo pelo ralo.
“Até o dia em que o cão morreu” é um livro com muitas metáforas interessantes, construções que levam além do que os personagens querem de mostrar e sim, até onde o autor quer transformá-los.
Um livro que não te transforma em um leitor, mas em um personagem. Você vive com o protagonista naquele apartamento, sente suas emoções, faz carinho em seu cão, observa a bunda da sua “quase” namorada e dá bom dia para o seu porteiro. Quem sabe até, não pode comprar um quadro dele.
Galera escreve sobre um personagem sem deixar de citar cada um dos seus leitores. É o tipo de autor que eu tenho medo de ler por me encontrar dentro da obra (por mais estranho que isso possa ser considerando seus personagens), e por ter medo de um dia, não ter mais nada dele para ler.
Atualmente Galera tem vários livros publicados, atualmente em minha estante eu tenho só três (mas calma, até o fim do ano eu compro todos os outros).
Espero realmente, do fundo do meu coração que vocês aproveitem para comprar os livros do Galera o mais rápido possível. Eu não estou brincando quando eu digo que ele é bom. Quando a gente termina de ler “Até o dia em que o cão morreu” é tão bom, que o sentimento de missão feita passa também para o leitor. E isso… é contagiante.
ISBN: 9788535909876 | Ano: 2007 | Páginas: 100 | Editora: Companhia das Letras
Daniel Galera nasceu em 1979, em São Paulo. Filho de gaúchos, passou a maior parte da vida em Porto Alegre. Escritor e tradutor de literatura contemporânea de língua inglesa, foi um dos criadores da editora Livros do Mal, por onde lançou seu livro de estreia, Dentes guardados (2001), e a primeira edição de Até o dia em que o cão morreu (2003), adaptado para o cinema por Beto Brant e Renato Ciasca como Cão sem dono (2007). Seu romance Mãos de Cavalo (2006) foi incluído na lista de leituras do vestibular da UFG por três anos consecutivos. Cordilheira (2008) recebeu o prêmio Machado de Assis de Romance, da Fundação Biblioteca Nacional, e foi terceiro lugar na categoria Romance do prêmio Jabuti. É autor também do álbum em quadrinhos Cachalote (2010), com o desenhista Rafael Coutinho. Seus livros e contos foram adaptados para cinema, teatro e histórias em quadrinhos. No exterior, os direitos de sua obra foram vendidos para países como Inglaterra, Estados Unidos, França, Itália, Argentina, Portugal, Romênia e Holanda.
Baci ;*
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Só conhecia o Barba Ensopada de Sangue, do Daniel Galera. E pela obra, ele se revela sem dúvidas um dos destaques da atual literatura brasileira. Recomendo demais. Quanto aos outros, vou procurar conhecer melhor.
Sergio, procure.
Pensei que tu já tinha lido mais dele. É ótimo ?
Nunca li nada dele, so conhecia o Barba ensopada de sangue, mas pela capa achei que era algo mais juvenil… Parece que cometi um grande engano! Pela indicação vou colocar o escritor na lista, e comprar na primeira oportunidade que tiver! Fiquei super curiosa nao so por esse livro, como por todos os outros, so pelo fato de seus personagens serem tao diferentes =D
Nossa, que engano heim? HAHAHAHAHAHAAHHA
Não guria, compre mesmo, tu não vai se arrepender. E se arrepender, pode jogar o livro em mim. hahahaha