Não minto, sempre tenho medo de ler os livros de pessoas que conheço. Vocês sabem que eu sou chata, uma leitora de Palahniuk não poderia ser diferente, a gente questiona as escolhas e se apega a personagens que não são confiáveis.
Conheci Mike em uma viagem com amigos, sentamos em uma mesa comendo pizza e contei toda a minha vida para ele. Provavelmente aquela era a primeira vez que a gente realmente conversava. Quando ele me enviou de presente o seu livro, fiquei muito feliz, mas com aquele medo.
Felizmente li o livro em uma manhã. A história embarcava por caminhos estranhos perfeitos para seduzir o leitor a virar a próxima página e ler mais um capítulo. Contando com um protagonista com escolhas duvidosas, o leitor toma a frente e precisa escolher o que fazer. Ama, odeia, ou simplesmente entende. Uma escolha difícil.
Trabalhando muitas formas de amor, provas e inclusive a falta desse sentimento. Mike nos conta uma história que nos faz pensar sobre como encontramos pessoas desse jeito no decorrer do nosso caminho. Aquele tipo muito específico onde sabemos que a pessoa vai se destruir sozinha. Como um prisioneiro na terra, conta os dias para que seu martírio acabe. Mas aquilo começou em algum lugar e é com isso que a história ganha vida.
“Não precisei de muita força para matar você. Bastou pressionar o travesseiro contra o seu rosto vermelho. Seus gemidos tornaram-se audíveis, suas mãos tremeram um pouco, como se quisessem impedir a morte. Inútil. Trincando os dentes, olhos cerrados, eu não vacilei. Se pudesse, não o mataria. Mas só se pudesse curá-lo daquele sofrimento. Como não sou Deus para lhe devolver um corpo são, entreguei-o aos braços da morte – o único poder facultado aos homens. Essa é minha maior prova de amor.”
Morte e vida caminham de mãos dadas e são irmãos gêmeos nessa história. A dualidade segue durante toda a narrativa. Poderia ser assim, mas foi de outra forma. Você como leitor pode ver os erros, mas percebe que os personagens fecharam os olhos para outro resolva a questão. E assim caminham ao longo de todo o livro. Esperando que a ação final seja concretizada por outro.
A perda do amor está aqui em cada prova de amor. Onde o único que realmente sentiu algum sentimento limpo, foi um cachorro.
Mike pode conquistar muitos leitores com sua escrita e personagens. Suas histórias não são bonitas, assim como todas as formas de amor, cada uma delas nos leva a lugares escuros onde provavelmente nada pode nos salvar, principalmente quando não queremos ser salvos.
Que legal, Anna! E realmente d´å medinho de ler uma coisa que um amigo escreveu, hahaha. Não sou das melhores pra essas avaliações, mas que bom que tu curtiu. 🙂
Eu sempre fico com medinho. Por sorte tenho amigos que escrevem bem hehehehhe
Compreendo a situação, mas a sensação é melhor ainda quando a leitura é agradável né? Gostei bastante da proposta! Sucesso para seu amigo, Anna!
É tão bom quando o amigo surpreende sendo um bom autor *-*
Nossa, a história parece ser bem intensa e parece também precisar muito do leitor para que possa ser entendida e separada em detalhes para entender bem a trama. Um mistério pra mim, foi o que o livro passou.
E, aliás, a capa é maravilhosa, e passa muito bem o que você escreveu na sua resenha.
Muito interessante!
Livro incrível com capa maravilhosa <3 Ótima pedida
Coisa mais linda essa capa, levaria só por ela. Comprei livros assim algumas vezes e geralmente me surpreendo positivamente. Sobre o cachorro, na verdades, penso que os animais tem mesmo a forma mais pura de amor 🙂
http://www.chatadoslivros.blogspot.com.br
Eles sempre são os melhores. Ninguém consegue amar incondicionalmente como os animais!