Eu já conhecia o potencial de Sidney Summers, mas ainda esperava ver o que ele podia fazer de melhor. Quando me deparei com esta obra, tive que respirar fundo para, realmente, organizar a mente e tentar entender o que este jovem intelectual ia utilizar para bater em minha face com as suas verdades. Eis que, já no primeiro conto, encontrei-me estarrecido. Não é que tenho um novo Dostoiévski em minha vida? A forma como as palavras surgiram, como a descrição da imundície humana tomou conta da minha idealização, me fez enxergar o que a sua Literatura queria transparecer.
Os dias quentes, realmente, se arrastam mornos. Nessa obra pitoresca, os leitores vão encontrar uma verdade absoluta… Somos, por mais que não pareça, donos da nossa própria coragem. O que diriam homens como Kafka, Goethe, Bukowski ao lerem histórias tão enraizadas e cheias de falta de moral? É isso que está faltando. Está faltando mais sinceridade nas palavras dos autores, está faltando mais decência da parte da nova geração de escritores que tem medo de magoar os leitores.
Sidney, por sua vez, não poupou esforços para mostrar o que o ser humano é capaz. Vi-me, em diversas situações, e, por isso, tive vergonha de mim mesmo. Esse é o efeito que eu procuro na Literatura. Por anos, tive que buscar no horror o pavor de mim mesmo; mas, com autores como ele, consigo encontrar-me no erudito. Sim… Erudito. É assim que podemos classificar a intelectualidade de alguém que escreve contos como “Rerum” e “Sobre Homens e Insetos”.
A todos os leitores, deixo a dica de uma nova forma de encarar uma obra de arte. Quando vi-me, cara a cara com um original de Goya e Velasquez, tive medo, frio e temor. Assim, senti-me quando encarei os contos grotescos do querido Sidney. Indico-lhes com toda a certeza de que serão invadidos por uma dúvida: “E agora? Como voltarei a ler o que eu lia antes?”
Abraços ;*
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