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[Resenha] “Jazz Ladies. A História de Uma Luta“ de Stéphane Koechlin | @EditoraNacional

“Jazz Ladies – A história de uma luta” é um registro marcante de, como o título indica um combate intenso, travado ao longo de anos, de emancipação da mulher, em especial da mulher negra. Esse livro conta a vida de mulheres excepcionais, que ficaram famosas e marcou essa história, como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Memphis Minnie, Sarah Vaughan, Nina Simone, Dee Dee Bridgewater, além de tantas outras que não tiveram a mesma sorte. Essa obra apresenta a difícil batalha de mulheres que tentavam dar vazão à sua vocação artística, que perseguiam o sonho de serem cantoras e de ser reconhecidas como artistas, não apenas como rostos bonitos que adornam as bandas masculinas. Essa batalha foi ainda mais dura para as mulheres negras, maioria na história do jazz.

“Jazz Ladies. A História de Uma Luta” escrito por Stéphane Koechlin, é um livro que narra, de maneira jornalística, a trajetória das mulheres na história do Jazz. Desde aquelas que primeiro quebraram o paradigma de que lugar de mulher tocar música era apenas na igreja, até as chamadas “Divas do Jazz” do século XXI. Temos nele pequenos trechos que contam a história dos principais destaques do jazz feminino, tais como Lil Hardin Armstrong, Billie Holiday, Memphis Minnie, Nina Simone e Norah Jones; partes marcantes de suas vidas, suas lutas contra o preconceito machista e racista que predominava no mundo musical do início do século XX.

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 Realmente é uma história espetacular e muito interessante, que faz você observar e compreender a cena musical e social entre mais ou menos os anos de 1900 e 2000. Há muitas curiosidades e fatos que fazem você pensar “nossa, que f0%@ isso”. Eu me surpreendi quando descobri que Norah Jones é filha do grande músico Rav Shankar (músico indiano que influenciou diretamente bandas como os Beatles), e que também há uma música gravada pelo Led Zeppelin (When the Levee Breaks) que é um plágio descarado de uma música de mesmo nome, composta e gravada pela Memphis Minnie (que feio sr. Jimmy Page, não deu nem os créditos à ela no cd eim? =/). A melhor coisa que senti ao terminar de ler o livro, foi o tamanho do leque de estilo musical que eu conheci lendo-o. Uma dica para você que vai ler o livro, mas não conhece tanta coisa sobre jazz, assim como eu, é ler devagar o livro e escutar as músicas das cantoras citadas nele. É realmente espetacular a qualidade das músicas. Você entra no espirito do livro, e pensa “caramba, naquela época já tinha música de tão boa qualidade”.

O livro é repleto de fotos e imagens de cartazes de época, o que o deixa visualmente bem bonito seu conteúdo. Porém elas estão distribuídas de uma maneira não muito lógica, o que as vezes me incomodava enquanto lia o livro e tentava achar a referência da imagem com o texto da página. O papel utilizado nas páginas é um papel bem bacana, que como não sou um especialista nisto, não saberei dizer qual o nome dele. Uma coisa que também me incomodou, mas foi apenas no início, foi que os primeiros capítulos não foram contados de maneira linear, o primeiro capitulo já começou com a história das mulheres no Jazz nos dias de hoje, e então a partir do segundo capitulo, o autor retoma a história no começo do século XX, o que ficou meio confuso de começo, creio que ficaria mais legal se o primeiro capítulo fosse o último, neste caso.

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 Enfim, indico o livro para todos aqueles que querem conhecer mais sobre a história do jazz. Mesmo para aqueles que nunca escutaram jazz, será uma boa leitura, que fará você escutar as músicas de outra maneira, pegando a influência que o jazz teve sobre as músicas atuais.

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Minha nota para o Jazz Ladies será de 3,5 xícaras saborosas de café com conhaque 😉

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